Carolina é uma jovem sonhadora que tem como prioridade se formar no ensino médio, ingressar numa boa faculdade e abrir um restaurante onde as pessoas possam ser elas mesmas e disfrutar de uma boa comida.
A vida simples que ela leva com a família na...
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Rafael
Um clima ameno e chuvoso se instalou nas tardes do Rio de Janeiro. Já fazia uma semana que a partir das três horas da tarde era possível sentir as gotas caindo do céu. Sentado em uma mesa da lanchonete do hospital, Rafael olhava perdido para o vidro das janelas. Do lado de fora as árvores balançavam dançando com o vento e as pessoas caminhavam segurando guarda-chuvas de todos os tipos. Ele observava aquele cenário calmo enquanto tomava uma xicara de café expresso, que tinha sido seu melhor amigo recentemente. Seu interior ainda era consumido pela preocupação. Amanda estava bem melhor, para o alívio mútuo, e a maioria dos seus machucados tinha sarado. Os roxos em sua pela ainda eram um pouco presentes, mas as enfermeiras iam duas vezes ao dia até seu quarto para fazer compressas com água gelada e passar uma pomada. Amanda aparentava estar bem, comendo e agindo normalmente. Rafael sabia que tinha algo a mais sendo ocultado dele, mas ao mesmo tempo ele foi aconselhado a não abordar perto dela sobre o acidente ou sobre o bebê.
O bebê, essa era a grande preocupação dele no momento. Semanas atrás quando Rafael ouvir da doutora Lívia que os batimentos do seu filho tinham diminuído, foi um baque e tanto. Imaginar que ele já amava tanto aquela vidinha a ponto de ver seu mundo cair com a possibilidade de perdê-la. Amanda não sabia de nada e desde que acordou da sedação ainda não perguntou sobre o bebê, talvez seja medo de ouvir as respostas negativas.
— Com licença, Rafael? — Ele virou o rosto e viu a doutora Lívia caminhar até ele. Ela carregava uma prancheta amarela transparente cheia de papeis presos.
— Oi, doutora, os exames terminaram? — Ele perguntou direto e se levantou da cadeira, fazendo um barulho nada discreto. — Como ela está? Tem algo errado?
— Vamos com calma, certo? — Ela disse estendendo a mão, sinalizando para que ele voltasse a se sentar.
— Me desculpe, é o nervosismo. — Disse ele ao se sentar.
— Tudo bem, eu sei como é sentir toda essa aflição. — Ela apoiou a prancheta na mesa. Seu olhar era indecifrável. — Bom, o resultado dos exames de mais cedo ficaram prontos.
— E o que eles dizem? — Rafael balançava as pernas ansioso.
— Bom, vamos começar com os resultados da Amanda. — Ela pegou a prancheta e puxou uma folha para cima. — Eu pedi um checape completo, dentro das circunstâncias em que ela está, e as resposta que tive foram ótimas. Amanda está ótima.
— Graças a Deus, como é bom ouvir isso. — Ele disse aliviado, mas logo ficou tenso novamente. — E o bebê? Como ele está?
Doutora Lívia puxou outra folha na prancheta para cima e sorriu ao ler o conteúdo escrito.
— Graças ao repouso total dela nesses dias e o fato de que tem se alimentado bem, a placenta voltou para o lugar. Os medicamentos que damos para ela não afetaram o bebê em nada e ele está forte e saudável.
