Carolina é uma jovem sonhadora que tem como prioridade se formar no ensino médio, ingressar numa boa faculdade e abrir um restaurante onde as pessoas possam ser elas mesmas e disfrutar de uma boa comida.
A vida simples que ela leva com a família na...
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Rafael
O dia da consulta mensal de Amanda tinha chegado e Rafael mal podia segurar a sua ansiedade. Essa seria a primeira vez em que ele iria ver a filha pela ultrassonografia, ouvir seu coraçãozinho bater, ver seu rostinho e saber como ela estava se desenvolvendo. Ele tinha conseguido uma dispensa da faculdade graças às monitorias que tinha dado para os alunos novatos e aos trabalhos que tinha adiantado.
As coisas andavam bem puxadas, mas não tinha como ser diferente. O projeto do quarto da filha estava aos poucos caminhando e ele estava muito feliz de estar à frente de tudo. Ele já tinha escolhido o tema do papel de parede e agora faltava idealizar a melhor forma de fazê-lo. Sem contar que Alison estava o ajudando vinte e quatro horas, seja fazendo uma chamada de vídeo para decidirem onde ia o acabamento de ladrilhos no banheiro ou mandando fotos das peças decorativas e interativas. Rafael quis que o ambiente fosse aconchegante e ao mesmo tempo estimulante. Ele queria que a filha pudesse aproveitar ele por muitos anos, mesmo que depois houvesse uma pequena mudança na decoração aqui e ali.
Ele mal pode acreditar o quão rápido o tempo estava passando. A recém descoberta de que sua ovelhinha tinha começado a mexer na barriga de Amanda foi uma alegria. Agora, em todo momento que podia, Rafael ia até a ex-namorada para conversar com ela e com a bebê, que mexia bastante ao ouvir a voz dele, isso segundo Amanda. O convívio entre eles tinha se estabelecido em uma amizade momentânea, pois ele tinha em mente que a clausula do contrato de guarda dizia que Amanda teria que cortar laços com a família após dar à luz. Rafael queria convencê-la de ficar um pouco mais de tempo com eles para poder se recuperar do parto e também para poder armazenar um pouco de leite materno que a bebê ia precisar para crescer e dar força para o seu sistema imunológico, coisa que ele aprendeu nos livros sobre maternidade e paternidade que andava lendo e que estavam sendo úteis.
Eram umas oito horas da manhã e a consulta com a doutora Lívia era as nove, mas Léia decidiu ir antes no caso de pegar trânsito. Ele estava sentado em sua cama, terminando de amarrar o tênis preto e branco, quando alguém bateu em sua porta.
— Entra!
— Filho, já está pronto? Sua mãe e Amanda estão esperando lá embaixo. — Mauricio falou depois de abrir a porta. — Sabe como sua mãe é sistemática com horários.
— Deixa só eu terminar de amarrar o tênis e já desço.
— E aí, está animado para ver a sua filha pela primeira vez?
— Você nem tem ideia, eu mal consegui dormir noite passada.
— Me lembro como se fosse hoje a primeira vez que acompanhei a sua mãe na sua ultrassonografia. — Mauricio se sentou ao lado do filho na borda da cama. — Sua mãe e eu estávamos nervosos, nós não tínhamos planejado ter outro filho. Mas quando ouvimos o seu coração batendo, todo o receio que tínhamos desapareceu.
