Amanda
A manhã de sábado começou trazendo o frio para a cidade maravilhosa. O inverno tinha chegado, transformando o calor numa sensação mais amena. Foi somente agora durante a penúltima semana do mês que Amanda pôde usar os dois únicos casacos que ela tinha levado na mala. Recentemente, ela havia pedido à Rafael para usar as camisas dele para dormir. Era isso ou dormir de blusinha justa. Ele separou algumas e entregou a ela.A relação dos dois andava meio instável após a conversa esclarecedora que tiveram no mês passado. Nos primeiros dias Amanda não conseguia nem olhar para o ex-namorado de tão chateada que estava com a situação e com as palavras ditas pelos dois. Mas depois, quando percebeu que a sua vida ia ser aquela estranheza pelos próximos meses, os pensamentos dela começaram a mudar em prol de um bom convívio com os demais moradores.
Ela passou a comparecer nos almoços, mas não todos os dias. Agora que estava liberada pela doutora Lívia para descer escadas, sua locomoção pela casa ficou bem mais fácil. Amanda tentava ser mais comunicativa quando os Ferreira Alves iam até ela para conversar, seja sobre como foi o dia dela até um assunto aleatório como o tempo. Léia e Maurício, que sempre eram bem carinhosos com ela, transpareciam ao máximo de interesse por criar laços com a moça.
Os dias tem sido de correria e mudança na mansão, isso porque Rafael, Léia e Alison começaram o projeto do quarto da bebê e todos pareciam ansiosos para ver as coisas saindo do papel. Maurício, Rafael e Felipe, com a ajuda uma equipe de desmontadora de móveis, começaram a dar os primeiros passos para reformar um dos quartos de cima. O barulho alto das coisas sendo desmontadas fez Amanda ter uma dor de cabeça irritante, por isso ela optou por ficar do lado de fora, onde o barulho era menor e ela podia respirar ar puro.
Ela estava sentada em uma espreguiçadeira de ferro preta com acolchoamento bege e se aconchegava na manta que tinha em volta dos ombros.
— Aproveitando os primeiros minutos de friozinho? — Rafael caminhou até ela com as mãos no bolso. Ele vestia uma camisa de manga preta e um short preto com tiras vermelhas na lateral. O cabelo castanho avermelhado estava meio desgrenhado.
— Parece que finalmente vou conhecer o inverno carioca, já não era sem tempo.
— Por que está aqui fora sozinha? — Ele perguntou, se sentando na espreguiçadeira ao lado da dela.
— O barulho das pessoas lá dentro me deu dor de cabeça, aqui fora está mais tranquilo. E você, veio por quê?
— Intervalo para o café da manhã. Os caras da montadora estão usufruindo do pão doce que a Martinha acabou de tirar do forno. — Amanda sentiu água na boca de imaginar aquele pão fofinho com a calda adocicada. – Ela separou duas fornadas para a gente, então, pode ficar tranquila.
— Eu não deveria ficar feliz com isso, ando tendo muitos desejos por doces e isso vai desestabilizar muito o meu peso e vai demorar para voltar ao normal depois.
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Uma Família ao Acaso (EM REVISÃO)
RomanceCarolina é uma jovem sonhadora que tem como prioridade se formar no ensino médio, ingressar numa boa faculdade e abrir um restaurante onde as pessoas possam ser elas mesmas e disfrutar de uma boa comida. A vida simples que ela leva com a família na...