Carolina é uma jovem sonhadora que tem como prioridade se formar no ensino médio, ingressar numa boa faculdade e abrir um restaurante onde as pessoas possam ser elas mesmas e disfrutar de uma boa comida.
A vida simples que ela leva com a família na...
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Rafael
Rafael encarava o melhor amigo que possuía uma feição indecifrável, coisa que fazia vários minutos. Ambos tinham ido para a casa de Lipe almoçar, pois só tiveram aulas pelo turno da manhã. A consciência dele estava pesando a um tempo, pois desde que descobriu a verdade sobre as intenções de Amanda e o plano de Claudia, a normalidade tinha sido pura encenação. Dois dias agindo como se nada tivesse mudado, em parte para não causar desavenças dentro de casa. Amanda estava de repouso total e não podia sair da cama, já Claudia pegou a primeira passagem de volta para Buenos Aires logo depois de visitar a filha no hospital aquela tarde.
Decepção era a principal sensação de Rafael toda vez que ia verificar se a então namorada precisava de algo. Ele se lembrava dela dizendo a mãe que nunca quis a criança e que estava disposta a tirá-la. Isso foi de longe o que mais o deixou despedaçado. Se Amanda tivesse sido sincera e falado com ele que filhos não eram uma opção, Rafael teria levado tudo numa boa. Ele a amava e ser pai também não era o seu objetivo principal pelos próximos anos. Mas todas as mentiras, o fato de ela ter engravidado de propósito por conta de um acordo e depois mudar de ideia como se não fosse nada, como se não tivesse sentimentos envolvidos. Em nenhum momento Amanda pensou no quão abalado ele ficaria, afinal era tudo por dinheiro.
Com tantas coisas revirando dentro de sua cabeça, Rafael decidiu que precisava falar com alguém além de Bernardo, que tinha ligado para encontrá-lo mais tarde em seu escritório. Felipe era a sua única opção, sem contar que o mesmo já tinha reparado que algo estava errado.
— Acho que nunca te vi tão quieto.
— Hum? Desculpa. — Lipe puxou a cadeira de sua escrivaninha, a deixou de frente para a cama e se sentou. — É que eu nem sei o que dizer.
— Acredite, eu também demorei para assimilar tudo.
— Cara, a Amanda ia te dar um golpe do baú para sair da falência, isso parece história de novela.
— Mas é bem real e tudo foi planejado pela mãe dela, aquela cobra ambiciosa.
— Você já contou aos seus pais? Eles devem estar surtando.
— Eles não sabem, eu não contei ainda.
— O quê? E o que raios você está esperando para falar que tem uma golpista dentro da sua casa?
— A Amanda pode ser o que for, mas ela ainda está gravida e recém-chegada uma grave internação. — Ele disse apertando as mãos uma na outra. — Por mais que eu queira confrontá-la e contar aos meus pais, não posso fazer isso.
— Acha que eles podem expulsá-la de casa?
— Eu não faço ideia do que eles podem fazer ou falar, mas eu sei que não posso pôr a vida do meu filho em risco de novo. — Os olhos castanhos dele arderam, e Rafael se segurou para não chorar. — Tudo que eu quero agora é que Amanda tenha uma gravidez saudável e que o meu filho nasça bem.
