Carolina é uma jovem sonhadora que tem como prioridade se formar no ensino médio, ingressar numa boa faculdade e abrir um restaurante onde as pessoas possam ser elas mesmas e disfrutar de uma boa comida.
A vida simples que ela leva com a família na...
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Amanda
— Você está bem, querida? — Léia perguntou após ver a moça bocejar pela décima vez. — Sei que sono é normal durante esse período, mas você acordou com olheiras, dormiu mal?
— Tive uns enjôos noturnos, mas agora já estou bem melhor. — Amanda deu um sorriso ao olhar para a sogra que estava bem vestida.
Depois de sua descoberta sobre Rafael durante a madrugada, Amanda vinha procurando decifrar todas as pessoas a sua volta. Ela queria saber se toda aquela gentileza e preocupação ainda eram verdadeiras ou apenas encenação. A sensação de estar pisando em ovos dentro daquela casa a deixava nervosa, afinal os Ferreira Alves eram conhecidos e, caso resolvessem expor a situação, seria o fim. Mais cedo, quando Rafael foi tomar café com ela, não houve nada fora do normal. Ele foi gentil e atencioso, uma atuação digna de um prêmio. Era triste saber que ele não estava sendo verdadeiro, que seus olhares e palavras estavam sendo filtrados. Mas o que mais doeu foi a ideia de que ele talvez não a amasse mais.
— Amanda, a Doutora Lívia está vindo. — Léia avisou, se levantando do banco.
De longe ela viu a mulher gordinha e ruiva de jaleco se aproximando. Léia tinha levado Amanda para umas consultas no hospital em que ficou internada a pedido de Lívia. A médica pediu para fazer o acompanhamento da moça pessoalmente, dado a experiência dela com outras pacientes que tiveram uma gravidez de risco. Amanda não negou o pedido, afinal a mulher tinha salvado a vida dela.
— Olá, vocês duas, como tem passado? — A médica as cumprimentou com um beijo no rosto. — E como vai a minha mais nova paciente?
— Estou ótima, um pouco entediada de ficar na cama o tempo todo.
— Ah, isso é normal, se quiser te recomendo umas séries para maratonar durante o repouso. — Ela sorriu gentilmente e indicou para que Amanda e Léia a seguissem. — Venham, vamos começar com a consulta normal e depois o ultrassom.
— Será que vamos poder ver o sexo hoje? — Léia perguntou, animada.
— Bem, a Amanda está com dezenove semanas, então é provável que sim, mas tudo vai depender se o bebê está ou não de pernas cruzadas. — Lívia explicou.
— Tomara que dê para ver, seria um presente de aniversário inesquecível para o Rafael. — Léia disse, empolgada. — O que você acha que é, Amanda? Geralmente, nós mães sempre temos um palpite.
— Não faço ideia, Léia, eu não tenho pensado muito nisso. — Disse ela, adentrando na sala da médica.
— Mas tem que começar a pensar, afinal logo vamos começar a preparar o enxoval do bebê. — Léia se sentou na cadeira de madeira escura. — Dependendo do resultado do ultrassom, já vou começar o projeto do quartinho.
— Dona Léia, parece ser a mais animada pelo que vejo. — Lívia pegou uma ficha dentro de uma gaveta no armário atrás da mesa. — Bom, vamos começar.
