Little Talks

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  Ladybug e Chat Noir estavam sentados no topo da Torre Eiffel, apreciando a vista de Paris durante a noite. Tinham terminado uma luta contra uma akumatizada há a aproximadamente trinta minutos. Foi uma luta rápida, uma moça estava com ciúmes do namorado e suas emoções não demoraram a atrair um akuma. Depois de terminarem, os heróis resolveram ficar e conversar um pouco.

  No entanto, conversar não era uma coisa que estavam fazando.

  Ambos estavam em silêncio, Ladybug olhando para o movimento das ruas e Chat Noir para o céu estrelado. A heroína não pode deixar de achar a atitude do parceiro estranha, uma vez que Chat Noir era falante, muito falante. Sempre que resolviam conversar, ele tinha o dom de manter a conversa por horas sem fazer ficar entediante. Mas hoje estava calado... pensativo.

  – Você está muito calado. Tudo bem? – perguntou curiosa e um pouco preocupada. Chat Noir deu de ombros e assentiu.

  – Claro. E você, está bem? – devolveu a pergunta, sem desviar os olhos do céu.

  Ladybug suspirou. Podia ver que algo o incomodava e, por mais que não pudesse saber de nada da vida pessoal do parceiro, não podia deixá-lo ficar assim. Mas seria difícil arrancar uma informação dele. Ladybug jamais imaginou que Chat Noir fosse mudar tanto nesses quatro anos em que lutavam juntos. Bem, "mudar" talvez não fosse a palavra certa, uma vez que ele ainda era seu parceiro. Ainda era descontraído, inteligente, bem humorado, corajoso e tudo que faz do Chat Noir o Chat Noir. Mas agora, não tinha dúvidas que ele havia amadurecido muito. Ele já não era mais apaixonado por ela, embora ainda a tratasse com muito carinho, e tomava tanto cuidado quanto ela para não revelar nada a respeito de sua vida pessoal.

  Ela não sabia nada sobre a vida pessoal de seu parceiro. Aliás, sabia de uma coisa apenas. Que ele havia deixado escapar, acidentalmente, em uma conversa. Sabia que ele tinha interesse em estudar medicina para, nas palavras dele, poder ajudar as pessoas sem uma máscara e superpoderes.

  Não iria mentir. Ela ficou surpresa, mas também achou um pensando muito bonito.

  – Não vai dizer o que te incomoda? – insistiu a garota, olhando para o parceiro. Então ele finalmente a olhou, com um sorriso divertido.

  – Um elefante.

  Ladybug franziu a testa, sem entender a resposta. Por que um elefante o incomodaria?

  – O qu... – Antes de terminar a frase, a garota entendeu então a piada. – Deus, essa foi péssima!

  Embora tenha sido uma piada muito sem graça, ela não pode evitar de rir, sendo seguida por Chat Noir.

  – Por isso que é engraçado.

  Ela sabia o que ele estava fazendo. Tentando desviar o assunto de uma forma sutil, o que a fazia concluir que era algo relacionado a vida pessoal dele que não estava o agradando. Se não estivesse preocupada, ficaria orgulhosa por ele ser tão cuidadoso.

  – Mas é sério Chat Noir. Tem algo te incomodando... eu ficaria feliz em ajudar se eu puder.  – disse de forma doce e compreensiva. Chat Noir suspirou, olhando para as estrelas novamente.

  – Precisamos pegar o Shadow Moth. – ele falou calmo e Ladybug assentiu, mas continuou calada, uma vez que ele parecia que continuaria a falar – Eu recebi um e-mail hoje, de uma faculdade... uma ótima, uma das melhores. Ainda falta para eu ser aprovado e se eu conseguir será uma oportunidade única.

  – Está inseguro? – Ladybug questionou, mas para sua surpresa o garoto negou.

  – Não. Eu sou incrível, sei que tenho grandes chances de entrar. – Chat Noir disse com diversão, fazendo a garota revirar os olhos, sorrindo. Mas logo ele voltou a ficar sério – O que me incomoda é saber que se eu oficialmente passar e nos não pegarmos o Shadow Moth, eu terei que dizer negar essa oportunidade.

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