Um sonoro eco foi ouvido quando Adrien fechou a porta de sua casa. O garoto passou a mão pelos cabelos na tentativa de afastar a chata dor de cabeça que o incomodava. Não queria fazer nada hoje, apenas existir em seu quarto. Seu ânimo estava no chão.
O dia no colégio havia sido completamente estressante. Além de duas provas, tivera de desmentir alguns boatos que diziam que ele e Lila estavam em um relacionamento. Aquilo o deixou realmente irritado, o que só piorou quando foi confrontar a garota, querendo saber de onde os boatos surgiram e ela se fez de desentendida.
Adrien apostava, com confiança, toda sua herança que havia sido ela a espalhar os boatos. Mas tentou não se exceder.
– Não vai comer? – ouviu a voz de seu pai, na sala de jantar, quando já estava com o pé no primeiro degrau. Revirou os olhos.
Era tudo que precisava. Gabriel para fechar seu dia com chave de ouro.
– Estou sem fome, obrigado. – respondeu em voz alta, seguindo seu caminho.
– Venha aqui, Adrien.
Adrien parou de andar e ficou confuso por alguns segundos. Percebeu que o tom de seu pai estava sem o nível de frieza habitual. Adrien não sabia o que pensar sobre isso. Sinal bom ou ruim? Realmente não sabia dizer. Por fim, decidiu ir para a sala de jantar a encontro de Gabriel. Poderia se arrepender? Com certeza. Mas a curiosidade falava mais alto.
Quando chegou no cômodo, Adrien se sentiu desconfortável e estranhamente ansioso para saber o que seu pai falaria. Olhou para Gabriel, que degustava de algum dos vinhos caríssimos que residiam em sua adega pessoal na mansão. O mais velho voltou seu olhar para o garoto e, então, indicou a cadeira a sua direita com os olhos.
– Sente-se. – Adrien o fez sem questionar. Não sabia o que fazer, nunca havia se sentido tão deslocado. O que era estranho já que na sala de jantar estavam apenas ele e Gabriel. – Você aceita?
Adrien franziu a sobrancelha quando seu pai indicou para o vinho, de maneira sugestiva. Estava ficando maluco ou Gabriel estava o oferecendo álcool?
– Você... você está me oferecendo vinho? – perguntou surpreso pela coisa tão incomum.
Adrien se perguntou quando exatamente havia entrado em um universo paralelo ao que vivia. Seu pai estava sendo alguém, minimamente, agradável. De fato isso era incomum.
– Você já tem dezoito anos, não é? Não vejo problemas. – seu pai disse casualmente, depositando a bebida cuidadosamente em uma taça, estendendo-a a Adrien em seguida.
O garoto segurou a taça, ainda sem reação e olhou para seu pai. Por que estava agindo daquela maneira? E por que ele estava tão desconfiado disso? Gabriel era seu pai, certo? Não deveria ser uma coisa estranha.
Deixou o pensamento de lado e deu um gole na bebida, sentindo o gosto da uva e do álcool descendo por sua garganta. Voltou os olhos para cima e encontrou seu pai o olhando. Não soube o que aquela expressão significava.
– Você já bebeu alguma vez? – Gabriel perguntou seriamente e Adrien deu de ombros.
– Não. – respondeu ele, com convicção o suficiente para fazer Gabriel acreditar.
Era mentira. Uma completamente mentira.
Quando fizera dezoito anos, exatamente meia noite, Adrien decidiu que faria algo para "comemorar". Então saiu do seu quarto e foi para a adega de seu pai e pegou três garrafas. Bebeu duas delas em seu quarto e a terceira enquanto andava despreocupado pelos telhados de Paris transformado em Chat Noir.
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I wanna know you
FanfictionApós uma patrulhar noturna, onde Ladybug não pode comparecer, Chat Noir acaba encontrando Marinette. Quando, no meio de uma conversa, Chat Noir se dá conta que mesmo conhecendo a garota há anos, ele ainda parecia não saber muito sobre ela. Com isso...