Make You Feel Better

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  Adrien se considerava uma pessoa tranquila, raramente explodia de raiva e fúria. Haviam poucas coisas que eram capazes de fazer seu bom humor sumir quase todo.

  Uma dessas coisas era, sem dúvida, o fato de ter que lidar com assuntos da empresa de seu pai logo de manhã, quando mal havia acordado.

O garoto bocejou em desânimo, lendo os documentos no iPad sem nenhum ânimo. Havia pedido para Nathalie liberar sua agente hoje, mas claro que Gabriel ainda o sufocaria com isso.

  – Se você não gosta, garoto, não faça. Simples. – Plagg disse comendo parte do café da manhã intocado de seu portador. Adrien não se importou, geralmente não tinha fome logo que acordava.

  – Se fosse simples assim, eu estaria satisfeito. – Adrien disse, sem desviar o olhar do iPad, tentando dar o máximo de atenção possível para aquilo e assim poder se livrar logo.

  – Mas é simples. Deveria conversar com seu pai.

  – E eu vou. – Adrien disse dando de ombros. Plagg o olhou desacreditado, fazendo o garoto revirar os olhos – Eu vou falar com ele. Não hoje, mas vou. Por que você esta tão... sábio ultimamente? Você era muito mais divertido antes.

  – Você só reclama. Ou eu não levo nada a sério, ou sou sério demais... nunca tive um portador tão indeciso antes. – dramatizou o pequeno kwami. Adrien riu, balançando a cabeça negativamente.

  Ouviu passos se aproximando e fez sinal para que Plagg se escondesse. Adrien voltou seu olhar para a entrada da sala de jantar e viu seu pai passando por ela, sentando-se em silêncio na outra ponta da enorme mesa. O garoto apenas revirou os olhos discretamente, sem dizer nada, e fez uma nota mental para que, quando morasse sozinho, não comprasse uma mesa tão grande.

  Adrien voltou seu olhar para o iPad, tentando ignorar o silêncio desconfortável que se instalou quando seu pai entrou no local. Queria perguntar ao seu pai por quê ele se dava ao trabalho de aparecer se ficaria em silêncio.

  E foi exatamente isso que fez.

  – Por que você desceu se não vai falar nada? – perguntou, sem desviar os olhos do iPad, mesmo que agora não prestasse mais atenção nas palavras. Estava apenas evitando o olhar gélido de seu pai.

  – O que quer dizer com isso? – Gabriel perguntou friamente e Adrien deu de ombros, finalmente levantando os olhos para olha-lo. Encontrou, como já esperava, o olhar frio de seu pai.

  Como já dito, Adrien se considerava uma pessoa bem tranquila, mas seu pai era uma das poucas pessoas, se não a única, capaz de fazê-lo ficar transtornado. Nos piores sentidos da palavra. Um jeito de, talvez, explicar o que Gabriel era capaz de fazer consigo, era se o comparasse a um Dementador. Se alimentava de sua felicidade sempre que estava por perto e trazia a sensação de tristeza e desespero.

  Esse pensando o fez rir sem humor. Era irônico o fato de que seu pai, a pessoa que era para protegê-lo, o fizesse se sentir assim.

  – Nada. – respondeu a pergunta de Gabriel, depois de viajar por alguns segundos. Seu pai ainda o olhava frio, mas Adrien não se importou. Já estava acostumado com isso.

  – Não comece discussões se não pretende seguir em frente com elas. – Gabriel disse calmo, embora ainda amargo como sempre.

  Esse comentário o atingiu em cheio. Adrien tentou, realmente tentou se manter calado. Afinal, não era de seu interesse uma briga agora. Mas não conseguiu evitar e precisou devolver o comentário, da mesma forma fria.

  – Então da próxima vez eu irei até o fim.

  Vendo o clima que havia se instalado na mesa, onde nem Adrien e nem Gabriel tocavam na comida e apenas se olhavam com frieza, Nathalie se viu no trabalho de intervir e por um fim aquilo.

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