Eletric Love

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  O começo de tarde de sábado estava com o céu bem cinza e, do lado de fora do quarto rosa e aconchegante de Marinette, caia uma chuva relativa forte. Paris estava, surpreendentemente chuvosa durante esses dias que se passaram. Não que Adrien se importasse, ele gostava desse clima, afinal.

  Havia chegado na casa de Marinette bem cedo hoje. Segundo ela, apenas algumas horas depois de Alya e Zoe irem embora e a garota ficar noventa sozinha. Agora, Adrien, ou melhor dizendo, Chat Noir, rezava para que não houvesse nenhum ataque de akuma, ou teria de acordar sua princesa, que cochilava como um anjo literalmente encima de si.

  Sim, ela não estava contente em o usar como travesseiro, teve de usá-lo como colchão também, deitando-se sobre o herói, com as pernas entrelaçadas nas dele e as mãos pousadas de forma desajeitada sobre os ombros de Chat Noir.

   Chat Noir não reclamou quando ela o fez. Em vez disso, apenas começou a fazer carinho em seus cabelos e suas costas, sentindo que, aos poucos, Marinette foi adormecendo.

  O herói desceu a destra lentamente pelas costas de sua namorada, por cima do fino tecido do pijama que ela usava, e parou quando chegou na base da coluna, subindo a mão lentamente e repetindo o processo. Sorriu ao ver como o corpo dela se inclinava em direção ao seu toque, como se pedisse por mais, mesmo ela estando inconsciente.

  Suspirou, descansando uma mão na base da coluna de Marinette e a outra atrás de sua cabeça. Estava gostando muito desse momento. Parecia lhe trazer tanta paz e calmaria, coisas que Chat Noir definitivamente estava precisando. Fechou os olhos, sentindo o corpo relaxar cada vez mais.

  – Por que você parou? – a voz de sua namorada veio em forma de um sussurro sonolento, o fazendo sorrir.

  – Não sei... mas fico feliz que aprecia meus carinhos. – respondeu Chat Noir, ainda de olhos fechados, fazendo leves círculos imaginários na lombar da garota.

  – Aprecio. Mas, confesso que acharia interessante se você descesse um pouco essa mão... – Marinette comentou como quem não quer nada e de forma casual, fazendo Chat Noir gargalhar.

  Marinette provavelmente não sabia disso, mas muitas vezes ela o deixava sem palavras com suas falas sagazes e atrevidas. O herói constantemente tinha dificuldade em diferenciar o que era apenas piada e o que era provocação, afinal sua princesa, por mais que parecesse, não era nenhum anjo.

  – Princesa cruel e perversa. – sussurrou, deixando um beijo no topo da cabeça dela e descendo a mão, como ela pediu, e apertando sua nádega com firmeza. Foi a vez de Marinette gargalhar e levantar o rosto, para olhar para ele.

  – Você que é cruel e perverso, gatinho. – ela respondeu, com um sorriso. Então levantou o corpo, sentando-se sobre ele, e olhou para a janela – Nossa, a chuva não vai parar tão cedo.

  – Eu gosto... – Chat Noir disse, dando de ombros e levando ambas as mãos para descansar sobre as coxas da garota – Me lembra você.

  Viu sua namorada olhar para ele, com os olhos azuis acinzentados um tanto quanto confusos. Então ela sorriu, apoiando as mãos delicadas no peitoral de Chat Noir e se inclinando em direção à ele. O herói sentiu seu rosto esquentar, ficando anormalmente sem jeito pela a atenção de Marinette.

  – Por que? – ela perguntou com curiosidade e com os olhos, percebeu Chat Noir, brilhando de maneira graciosa e linda.

  Chat Noir mordeu o lábio inferior, sentindo-se momentaneamente encurralado. Não poderia falar que sempre que chovia, lembrava-se de quando viraram amigos há quatro anos atrás, depois de entregar à ela um guarda chuva.

I wanna know you Onde histórias criam vida. Descubra agora