Je t'aime

Aprendendo pela dor

-Negado? Como assim negado? - Hoseok perguntou aturdido, isso nunca tinha acontecido antes - Tem certeza que passou certo?

-Sim senhor, passamos duas vezes e está dando negado, pode ser algum problema com a plataforma de pagamento.

-Ok, merci, só um minuto que vou ligar lá - Hoseok pegou o celular e ligou pro banco que o informou que o titular tinha congelado a conta, o ruivo se lembrou da conversa que teve com o pai e entendeu tudo. Ligou para Namjoon já possesso de raiva, mas o pai propositalmente desligou o celular e deixou na caixa postal.

Não podia sair assim sem pagar, então voltou pra mesa onde estava, talvez o rapaz o ajudasse dessa vez já que já tinha pagado tantos jantares caros. Porém, ao chegar lá o rapaz já havia ido embora.

Hoseok suspirou desesperado, então se lembrou de seu único amigo de verdade, pegou o celular e ligou para ele.

-Tae... me salva...

....

Taehyung chegou lá alguns minutos depois, estava com a cara amassada e os sapatos trocados, um de cada cor, dava pra ver que ele estava dormindo.

-Já falei que te amo? - Hoseok sorriu pra ele embora estivesse constrangido.

-Você me tirou da cama, eu estava dormindo, quentinho e confortável com meus dois amorzinhos... - Taehyung suspirou - Tem que me amar muito mesmo.

-Desculpe Tae, realmente não tinha ninguém pra ligar... meu pai me paga por isso que me fez passar - Disse com uma expressão séria.

-Se acalme Hobi, não vá conversar com seu pai agora, estando nervoso.

-Ele me fez passar por um grande constrangimento... to puto, nervoso é pouco.

-Mas é seu pai, deve respeitá-lo, deixe pra conversar amanhã, volte pra casa, tome um banho e descanse por hoje.

-Não, ele vai me ouvir agora!

-Ai deuses - Taehyung revirou os olhos - Não adianta falar... bom, vou voltar pro meu ninho de amor, qualquer coisa que precisar me ligue.

......

Hoseok chegou em casa possesso de raiva, estava tudo apagado, mas ele fez questão de subir até o quarto dos pais.

Bateu na porta duas vezes e na terceira, Jin abriu a porta ainda sonolento e amarrando a fita do seu robe de seda na cintura.

-Hobi? Filho? O que houve? Não estava em um encontro?

-Pois é, estava, mas graças a ele tive que voltar pra casa mais cedo - Hoseok bufou e apontou para Namjoon, que ainda estava acordando com toda aquela falação.

-Céus, o que houve agora? - Perguntou Jin.

-Pai, sabe o que ele fez? Ele cancelou meu cartão!

-Hoseok - Namjoon se levantou - Quer mesmo ter essa conversa agora?

-QUERO!

-Primeiramente abaixa o tom de voz pra falar comigo, sou seu pai, moleque.

-NÃO QUERO NEM SABER!

Namjoon se aproximou, parando frente a frente de Hoseok com sua postura ereta e os braços cruzados. Sua expressão era dura e fria, por um momento Hoseok se encolheu, sentindo quem realmente mandava ali, mas não queria dar o braço a torcer.

-Hobi, amor - Jin se intrometeu com medo de dar briga ali - Vamos pro seu quarto, papai prepara algo quentinho pra você beber... vem...

-Não pai, a conversa aqui é de homem pra homem!

-Homem? Que homem? - Namjoon deu risada - Não to vendo nenhum homem aqui, apenas um menino mimado que se nega a amadurecer, que vive às custas do meu dinheiro.

-Não preciso de você e nem do seu dinheiro, posso conseguir tudo o que quero sozinho!

Namjoon sorriu satisfeito com aquelas palavras.

-Ah meu filho amado, era exatamente isso o que eu queria ouvir.

-Como assim? - Hoseok fechou o cenho.

-Nam, amor, vamos resolver isso outro dia, por favor? - Jin tentava acalmar os dois, porém, ambos estavam bastante alterados.

-Jin, você precisa parar de mimar esse menino, eu já abri meus olhos, tarde demais mas abri - Namjoon suspirou.

Jin sentiu um nó na garganta, odiava vê-los brigando daquela forma.

Namjoon foi até a mesinha de seu quarto e pegou o celular, mandou algumas mensagens enquanto Jin e Hoseok o olhavam curiosos.

-A partir de hoje todas as suas contas estão congeladas, eu tinha congelado apenas uma, mas agora congelei todas, seu carro ficará guardado na garagem, não irá mais usá-lo, se precisar sair use o transporte coletivo. A única coisa que deixarei com você é o seu celular, agradeça por eu ser bonzinho....

-Mas pai...

-Não me interrompa quando eu estiver falando! - Namjoon se colocava tão firme que Hoseok tinha a impressão que ele estivesse maior que o normal - Como eu estava falando, tirei todas as suas mordomias, se você quiser algo terá que trabalhar pra conseguir com seu próprio suor. Se hoje sou rico é porque me esforcei, desde de muito jovem ajudei meu pai e meu avô a erguer esse império e não quero ver um mimadinho falir tudo isso com bebidas e prostitutos.

-E você vai fazer o que? - Hoseok rangia os dentes de raiva.

-O que você mesmo sugeriu, disse que não precisa de mim e nem do meu dinheiro, quero ver como se sai lá fora, quero ver como consegue sobreviver no mundo real.

-Eu posso fazer isso, posso fazer qualquer coisa.

Namjoon riu da inocência do filho.

-Infelizmente eu falhei em te criar te dando tudo, você cresceu com a falsa ilusão de que é um reizinho que pode conseguir tudo.... mas lamento informar que o mundo não é assim, meu querido filho.

-Não me importo, eu vou conseguir qualquer coisa, não preciso de bebidas e baladas ... - Hoseok sentia suas mãos doerem de tanto que as apertava com os punhos fechados - Não tenho mais o que conversar com você, se me dá licença vou pro meu quarto.

-Quarto? Que quarto? - Namjoon balançou a cabeça negativamente - Lamento informar mas você não tem mais um quarto aqui, já mandei arrumar suas malas, estão no seu antigo quarto, pode pegá-las e levá-las pra onde quiser.

-Como é que é? - Hoseok não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

-Não fui muito claro com você? - Namjoon cruzou os braços, o olhava com a expressão séria - Hoseok De La Serre, a partir de hoje você não mora mais aqui, estou te expulsando de casa. Fui bem claro?