Mason e o próximo passo

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O sino do café – e também livraria – tocou assim que eu abri a porta, levando em mãos o aviso sobre a vaga disponível para estudantes; segui até o balcão e depositei o cartaz em cima do balcão, dizendo:

— Vim me candidatar pra essa vaga. Eu sou muito competente e trabalhador — disse, com tamanha convicção. — Por favor, me contrate.

A mulher me olhou com alguma desconfiança, claro, eu não tinha currículo, porque simplesmente havia acabado de passar na porta do café e percebido a placa. A mulher continuava a me olhar desconfiada, mesmo assim, chamou o dono do local, que apareceu logo em seguida.

Era um homem baixinho, com uma barba longa e um bigode enrolado nas pontas, ele era careca e tinha uma barriga larga; o homem estendeu a mão para mim e me cumprimentou:

— Lewis Patrick. Quer se candidatar? Você tem algum currículo? Já trabalhou antes?

— Hm. Sim, não e não — respondi, enquanto apertava a mão rechonchuda do homem. — Eu acabei de saber da vaga, meu nome é Mason Harris.

— Oh... Você é o cara que voltou do reformatório? Estuda na Thompson? — Ele parou de balançar a mão, me olhando exatamente como sua atendente havia feito segundos antes.

— Sim... — Comecei a responder, já começando a me despedir da vaga que nem mesmo havia conseguido. — Quero dizer, eu sou o cara que saiu do reformatório, mas não estudo na Thompson; estudo na Devon.

— Que bom pra você, os delinquentes da Thompson são proibidos aqui. Já me causaram muitos prejuízos; está no último ano? Frequenta todas as aulas?

— Sim, sou veterano, e se eu faltar alguma aula, eu provavelmente vou ser expulso por quebrar o acordo que fiz com a diretora. Não posso faltar a nenhuma aula.

— Que bom pra você, Mason. Começa segunda. Você vai ficar aqui no café, atender mesas, limpar, servir... Sabe fazer café?

— Não...?

— Aprende. A Lisa ensina você. Faz algum esporte?

— Jogo basquete.

O homem falava enquanto andava de um lado para o outro, e as vezes ele falava rápido demais, o que me fazia parar e absorver a informação antes de dar alguma resposta, mas ele parecia realmente um bom homem, visto que ele realmente parecia mais interessando em mim do que no trabalho que eu poderia fazer.

— Quais os horários dos treinos?

— Terça, quarta, quinta das sete e meia às dez da noite, aos sábados das duas às cinco da tarde.

— Seu horário então vai ser das quatro às sete, segunda a sexta. Não se atrase, pode começar na segunda.

— Eu posso começar hoje...? Digo, se o senhor quiser... — Acrescentei, assim eu ele se virou para mim, com aqueles olhos cerrados.

— Segunda. Vou bordar o seu nome no avental, as coisas neste café são organizadas. Volte segunda às quatro, Mason.

Eu era mais alto que o homem rechonchudo dono do café, mas ele com certeza era mais ameaçador que eu, não havia comparação. Eu agradeci por ter sido contratado de forma tão inesperada, já que ele aparentemente estava mais preocupado com meus horários e estudos do que de fato em procurar um empregado.

O chefe subiu as escadas enquanto eu me dirigia ao balcão, já ansioso pelo dia seguinte; a mulher que me atendeu incialmente logo veio em mina direção, indagando quando eu começaria a trabalhar.

— Você é a Lisa então?

— É, eu vou te ensinar a fazer café. Quem é você mesmo?

— Mason. Harris.

Quem Vai Conquistar Mason Harris? - Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora