Eu não mudei o meu nome.
O que é estranho, porque sempre achei que, assim que completasse vinte e um, eu o faria. Mas a verdade é que no último ano tenho gostado mais dele do que nunca, então decidi que daqui para a frente o usaria com mais frequência. Genevieve. E não apenas Gen.
- Feliz aniversário, querida! - mamãe exulta, com um buquê de bromélias brancas, que parecem ter vindo diretamente do jardim do vovô, e sorri animada para mim. Ao seu lado, Richard tem em mãos uma bandeja de café da manhã que parece incrível.
- Qual é a primeira coisa que pretende fazer agora que é oficialmente adulta? - Meu padrasto serve café numa xícara para mim e eu endireito a postura, me sentado na cama.
- Hum...começar um negócio de tráfico de drogas?
- Muito engraçada - repreende mamãe, fazendo uma careta, enquanto Richard solta uma gargalhada alta.
- É melhor você comer bastante para ficar preparada pro meu presente, criança. - Meu avô aparece no batente da porta. Ele tem um sorriso travesso nos lábios e arqueia as sobrancelhas na minha direção.
- Não! - Eu me levanto em um pulo, mastigando um último pedaço de torrada, e correndo para a janela. - Ai. Meu. Deus. Você não está falando sério! - observo o bendito Corvette em tons azul bebê e pastel estacionado em frente à minha casa. - Ficou simplesmente incrível, vovô! Obrigada, obrigada, obrigada! - Corro para abraça-lo, que reclama quando o aperto demais.
- É o mínimo que a minha neta preferida merece - zomba ele e eu estreito os olhos.
- Eu sou a sua única neta.
- Mas ainda assim não deixa de ser a preferida, hum?
- Eu só espero que você tenha juízo, mocinha - adverte mamãe, jogando a chave na minha direção.
- Pode deixar, senhorita Verena! - Faço uma reverência para ela. - A partir de agora, sou uma adulta, esqueceu? - E dou uma piscadela.
Deus, não acredito que tenho mesmo um carro!
Tipo, um carro! Só meu! E ele é maravilhoso para caramba! Não que eu entenda muito sobre automóveis e suas mil e uma particularidades, mas, para mim, ele é incrível. Tem bancos de couro, faróis expostos e teto conversível - o que me permite passear pelas ruas de Cherrysville como se estivesse em um filme.
Algum tempo depois, tenho óculos de sol na cabeça e uso bastante protetor solar quando paro na casa de Piper, apertando a buzina dezenas de vezes.
- Puta merda.
Minha amiga corre na minha direção, a expressão de incredulidade estampada no rosto.
- O que acha de tomarmos um pouco de sol, baby? - provoco-a, me referindo ao apelido que Matt - o loiro - usa com ela. Eles estão ficando há pouco tempo, mas isso é o suficiente para que eu possa fazer piadinhas.
- Cretina - esbraveja Piper, pegando meus óculos e colocando em sua cabeça.
- Ei, você não pode me xingar! - repreendo-a, estendendo o protetor em sua direção.
- Só por que é seu aniversário? - Ela ri da minha cara, jogando os ombros para trás quando acelero o carro. - Ok, você é definitivamente a pessoa mais perfeita do universo.
Está calor para caramba e Piper e eu tomamos sorvete de casquinha enquanto caminhamos no píer. Nós conversamos sobre amenidades e ela me compra todos os doces possíveis, incluindo o meu sabor preferido de algodão doce.
Então estou na fila para brincar de tiro ao alvo quando o vejo.
Callum usa jeans surrados e camiseta branca, que deixa à mostra os músculos longos e esguios dos braços, cobertos de tatuagens. Tem a correntinha prateada no pescoço e a barba toma conta de quase todo o rosto. Ele mantém uma das mãos repousadas na cintura de uma garota com cabelos pretos curtos, que se inclina para jogar o dardo e eles comemoram quando ela acerta.
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ADDICTED HEARTS
RomanceQuando Gen Young teve que se mudar para Cherrysville, ela jurou que sua vida tinha acabado. Adeus Nova York, adeus NYU e adeus melhores amigos do mundo! Genevieve se viu totalmente desolada ao ter que começar do zero num lugar, em sua singela opiniã...