Feito um foguete que acabara de ser lançado, Emma saiu da casa de Regina. Não havia escovado os dentes e nem lavado o rosto. Estava com o rosto amassado, mas nada disso disfarçava sua fúria. Ao subir na moto, respirou fundo antes de dar a partida, com medo de que a adrenalina a prejudicasse de alguma maneira, enquanto estivesse pilotando.
Seu pensamento deu-lhe a certeza de que sabia quem havia feito aquilo, quem havia a sacaneado daquela maneira. A moto seguiu pelas ruas de Seattle, indo até o único lugar onde Swan acreditava que encontraria o culpado por ela ter que lidar com sua namorada desconfiando de suas palavras.
Desceu, deixando o capacete pendurado guidão, e foi até a porta da casa de número 52. As batidas na porta foram fortes, sem pensar no horário do qual se tratava. Suas mãos tremiam, sua cabeça girava e seu corpo parecia estar dormente, apenas seguindo os instintos de sua mente.
“Estava bom demais para ser verdade... Estava muito bom!” — pensou, bufando e voltando a bater na porta.
Quando ouviu o barulho da chave rodando dentro da trinca, a loira estremeceu e, por alguns segundos, ficou sem saber o que falar, como argumentar. Afinal, e se ela estivesse errada?
— Bom dia! — exclamou a mulher. Quando Emma levantou o olhar e viu de quem se tratava, sua raiva ficou ainda mais evidente em seus olhos. — Oh, Swan?
— Não, o Papa. — respondeu, irritada. — Eu devo lhe perguntar o porque está aqui ou posso tirar minhas próprias conclusões?
— Querida, a única pessoa que deve questionar sobre isso, aqui, sou eu. É você quem está batendo na porta da casa da minha namorada, não eu... — respondeu a mulher, encostando-se ao batente da porta.
— Namorada? — Emma perguntou, surpresa. — Você é namorada de Lily?
— Lily? Não, não, não... Minha namorada é Malévola, e eu jamais me envolveria com uma garota de dezoito anos. — gesticula, fazendo Emma trincar os dentes. — Parece até que não me conhece... — negando com a cabeça, a mulher se desencostou do batente e foi até Swan, esticando uma das mãos, como se fosse cumprimenta-la. — Prazer, eu sou Mulan.
— Larga de ser ridícula. — disse a loira. — Eu quero falar com a Lilith. Ela está?
— Hum... Não, mas talvez eu possa ajudar. — olhando Emma de cima a baixo, Mulan mordia o próprio lábio inferior. — Não? É, talvez eu não possa.
— Quem é, querida? — Malévola grita de dentro, fazendo Emma chegar a cabeça para dentro da porta. — Ah, oi Emma.
— Olá. — respondeu, de forma fria. — Lily não está?
— Está dormindo... É só com ela? — questionou a amiga da família. — Vou acordá-la. — disse, ao notar que Emma estava nervosa e que, provavelmente, o assunto precisava ser diretamente com a filha. — Ah, e essa é Mulan, minha namorada.
— Já nos conhecemos! — exclamou Emma, quando Mulan fez menção de dizer algo.
— Oh, que legal! De onde se conhecem? Porque a Mu voltou para a cidade fazem dois meses. — questionou, com uma das sobrancelhas arqueadas. E, novamente, quando Mulan fez menção de dizer algo, Swan a interrompeu.
— Nós já fomos noivas... — ao ver o olhar surpreso de Malévola e a fúria tomar conta dos olhos de Mulan, Emma voltou para fora da casa e passou a esperar por Lily.
Mulan estava na cidade, namorando Malévola, morando com ela e com Lily. Quanto isso poderia soar estranho?
— Emma está lá fora e quer falar com você... — Malévola puxou os lençóis que cobriam a filha. — Anda, se vire para consertar essa merda que você fez.
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Pintando o Amor
RomanceAos 40 anos, após encerrar sua breve carreira como Professora de Literatura, Regina Mills monta um ateliê no porão de sua casa e, em um gesto solidário, passa a dar aulas gratuitamente. Aos 25 anos, em seu último ano da Faculdade de Direto, Emma Sw...