Laura Faye é moradora de Miami e sempre teve o sonho de se tornar uma aeromoça. Depois de muito esforço, a estadunidense conquista a tão sonhada vaga na Constantini Airlines, companhia aérea conhecida internacionalmente. Entretanto, não esperava ter...
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A CIDADE DE NOVA IORQUE É FASCINANTE.
Todas as luzes, carros, pessoas caminhando rapidamente pelas avenidas e todo o caos nova iorquinho me encanta. Eu não sou considerado um turista, pois Nova Iorque já foi meu lar durante alguns meses e todas as vezes que costumo vir para essa cidade, a sensação é a mesma de sempre.
O voo de Miami para Nova Iorque foi bastante tranquilo, sem muitas turbulências e logo estávamos em uma van que nos levaria em direção ao hotel credenciado pela aviação.
Por ser verão nos Estados Unidos, muitas pessoas caminham tranquilamente pelos calçadões da cidade que nunca dorme e o clima é muito leve, fazendo com que eu lembre ligeiramente da Itália.
Durante o trajeto, notei que Laura mal me encarava e aquele fato estava me incomodando um pouco. Sei que devo agir com total profissionalismo, no entanto, desde a situação que ocorrera com seu pai em Miami, eu deixei um pouco esse meu lado de fora.
Nunca fui de me preocupar com as situações pessoais que os comissários passam, no entanto, a loira tem um jeito de me encantar e isso no fundo aciona um gatilho em mim.
Eu sei que é um caminho perigoso.
Tenho noção do trajeto que estou percorrendo e isso me assusta.
— Ei pessoal! Eu vi que temos um tempinho livre durante aqui na cidade, achei que poderíamos aproveitar em algum barzinho. O que acham? — é a comissária que quase me comeu com os olhos durante as apresentações.
Ela mantém o olhar em mim e tento me forçar a lembrar o seu nome.
Esse fato quase me traz uma lembrança engraçada de quando Laura interviu a comissária, quase demonstrando uma cena de... ciúmes talvez?
— Eu acho uma boa! Nova Iorque é a cidade perfeita. — é um outro comissário quem diz.
Levei meus olhos para Lauren que anteriormente estava me olhando e peguei a tempo de vê-la desviando o olhar para o outro lado.
— Eu estou dentro! Essa cidade é linda para não aproveitarmos. — sou surpreendido ao ouvir a voz de Max ao meu lado, que me olha num tom de incentivo.
— Eu conheço um bar chamado 230 Fifth, o rooftop de lá é lindo! — novamente a comissária loira intervém e noto quando ela percebe o meu silêncio, e ajeita a postura do corpo no banco antes de questionar. — E você, senhor Constantini. O senhor vai?
Umedeci os lábios, percebendo o olhar de Faye queimar em minha direção.
— Irei com vocês.
Escuto a vibração da comissária a minha frente e ergo o olhar na direção de Laura, que se manteve em silêncio o tempo todo.
Isso está me incomodando para um cacete.
— E você, Laura? Você vai? — é Max quem questiona e fico meramente surpreso com aquilo, no entanto, sou direcionado para a remetente que está com os fios presos em um coque e a postura ereta.
As pernas estão cruzadas e admiro brevemente o quão bem ela fica naquele uniforme, e a cor de seus olhos parecem ser evidenciadas pela roupa que está vestindo.
— Preciso pensar, eu posso dar a resposta depois.
Ela está estranha demais, mal ousa me encarar e isso fere meu ego.
Ninguém nunca agiu dessa forma comigo e estou começando a questionar o que eu fiz para ela agir dessa forma.
— Eu preciso da resposta antes de anoitecer, porque vou reservar nossos lugares e o rooftop é extremamente badalado. — a voz da comissária atinge meus tímpanos e eu quase reviro os olhos ao ouvi-la com aquele timbre meloso e fino.
— Tudo bem, Tiffany. Eu vou dar a resposta antes disso.
Tiffany é o nome da mulher.
A voz de Laura está carregada de deboche e eu percebo que isso atinge a tal da Tiffany, pois olha para Faye com os lábios curvados em um bico carregado de desdém.
Era o que me faltava, as comissárias brigaram ali mesmo dentro do carro e eu e Max tentarmos separarmos as duas.
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Aproveitei o restante da folga e fui para a academia do hotel, passei ao menos uma hora e meia me exercitando e estava quase finalizando o treino na esteira. Meu corpo inteiro formigava e sentia meu coração quase pular da caixa torácica com a intensidade na qual que eu estava fazendo.
Pausei a esteira quando verifiquei que havia feito trinta minutos direto e utilizei uma toalha descartável para tirar o excesso de suor na testa, os fios escuros estavam grudados em minha nuca e eu sentia meu corpo inteiro agitado com a intensidade dos exercícios.
O hotel no qual estamos é bastante conhecido por mim, e então, fui em direção ao meu quarto e aproveitei para tomar uma ducha longa fria. Enquanto me trocava, respondia algumas mensagens da minha irmã e percebi que ainda estava cedo para me arrumar, afinal, a tal Tiffany falou que iríamos a partir das sete.
Como eu conhecia o local que estava hospedado, peguei meu celular junto com a carteira e resolvi andar pelas extremidades. Sabia que o hotel tinha algumas opções de cafeteria e até restaurantes dentro do próprio edifício.
Segui em direção ao elevador e desci até o térreo, até uma cafeteria conhecida por mim a qual era bastante conhecida não só em Nova Iorque, mas eu cheguei a frequentar uma filial em Miami.
Quando cheguei no balcão, pedi para a atendente uma salada de frutas com uma garrafa d'água gelada e não demorou muito para que ela me entregasse os itens. Fiz o pagamento rapidamente e agradeci logo em seguida, enquanto procurava por uma mesa vaga em uma das janelas.
Sentei na cadeira e deixei os itens em cima da mesa, deixei meus olhos passaram pelas janelas que iam do chão até o teto e que me permitiam ter uma visão ampla do bairro de Nova Iorque do outro lado. Encostei o corpo no estofado confortável e no instante que ia pegar o celular, meus olhos foram em direção a rua do outro lado e congelei ali no mesmo momento.
Senti meu coração acelerar tão rapidamente a ponto de eu achar que ele iria sair da minha caixa torácica com aquela sensação, meus dedos começaram a formigar no momento que meu cérebro reconheceu rapidamente a pessoa do outro lado da rua.
Tudo o que eu havia comido anteriormente queria voltar e meus olhos seguirem a pessoa que andava tranquilamente na calçada.
Não era possível que ela estivesse aqui.
Pensei que estivesse ainda na Itália, mas para a minha infeliz sorte, eu reconheci a mulher do outro lado.
A pessoa que destruiu a minha vida e acabou com uma parte de mim.
