25. 4 O'Clock

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#EfeitoJagi

Minah

Ajeitei minha máscara sobre o nariz ao passar pelas portas automáticas de entrada, sentindo meu coração bater acelerado contra o peito com força o suficiente para me sacudir enquanto acelerava os passos até o grande balcão mais à frente, hesitando apenas para focar melhor nos caracteres em hangul da placa de informações logo acima da entrada, para então seguir ouvindo o som alto que os solados de borracha dos meus tênis faziam contra o piso branco da recepção e da minha respiração esbaforida e ofegante contra a máscara em meu rosto.

Apesar de tudo, haviam algumas coisas boas em meio à toda aquela situação completamente inesperada, como não ter que me preocupar em arrastar nenhuma mala de viagem por ali, podendo simplesmente deixar que meus nervos à flor da pele agissem por mim, graças ao motorista disponibilizado pela BigHit, Im Doyoon, um de meus incríveis colegas managers, responsável por me buscar no aeroporto, em seguida se preocupando em passar pelo dormitório dos meninos do Bangtan para deixar minhas malas enquanto eu tentava entrar em contato com o Hospital da Universidade Nacional de Seul para me informar sobre horários de visita e acompanhantes. Não tive muito tempo de agradecer à Doyoon nem de enviar mensagens de agradecimento ao Mr. BigHit por me oferecer aquele apoio, já que tudo em que conseguia pensar desde que meu cérebro funcionou o suficiente para absorver as notícias dadas por Minjoon PD-nim era chegar ao hospital o mais rápido possível.

Obriguei meus passos frenéticos a desacelerarem ao chegar ao enorme balcão de madeira da recepção do hospital, onde duas recepcionistas se dividiam para atender ligações e digitar informações rapidamente em seus computadores modernos e brancos, sorrindo educadamente para as poucas pessoas que passavam por ali, um gesto que achei estranho em meio ao nervosismo que tomava conta do meu corpo, mas que elas provavelmente eram instruídas a fazer. A de aparência mais jovem, bem à minha frente, notou minha presença e rapidamente se virou em minha direção com mais um sorriso educado e de aparência elegante, sem parecer incomodada pelo meu moletom escuro provavelmente muito amassado pelo vôo, ou pelo meu semblante esbaforido e nervoso.

Annyeong, bom dia. — Me apressei em cumprimentá-la antes mesmo que pudesse abrir a boca para fazer o mesmo, agarrando o balcão de madeira entre os dedos. Era uma mísera tentativa de apressar minha chegada o quanto pudesse para aproveitar o horário de visitas e ver Chung-hee o mais rápido possível. — Estou aqui como visitante do senhor Lee Chung-hee, um paciente da UTI. Sou enteada dele.

A moça que, ao notar o broche preso em sua roupa, descobri que se chamava Kim Ilhwa, piscou por alguns segundos, levemente afetada pelo meu agito, pressionando um pouco mais os lábios naquele sorriso educado estampado em seu rosto, parecendo realmente paciente e compreensiva. Eu provavelmente não seria a primeira nem a última visitante a aparecer ali desesperada daquele jeito.

— Aguarde só um instante, por favor — falou, seu tom de voz tão educado quanto seu sorriso enquanto sua atenção se voltava para o computador sobre o balcão, digitando com habilidade no teclado e clicando rapidamente nos botões do mouse, cada pequeno som parecendo ecoar no ambiente clean da recepção e fazer meu coração bater ainda mais rápido, se é que aquilo era possível, como se cada segundo me fizesse estar mais perto de ver Chung-hee. O rosto de Ilhwa se iluminou quando uma nova página terminou de carregar, e ela inclinou levemente a cabeça para o lado, como se estivesse confusa ao se virar para mim. — Você quis dizer senhor Lee-Moon Chung-hee, certo?

Pisquei algumas vezes, sentindo a confusão educada e elegante de Kim Ilhwa chegar até mim, me tirando um pouco do eixo de ansiedade em que me encontrava. Era muito estranho ouvir dois sobrenomes coreanos juntos a um nome, mas, conforme eu piscava, tentando raciocinar e encontrar o porquê de ouvir o nome de Chung-hee daquela forma, percebia que não poderia haver outro Lee-Moon Chung-hee em nenhum lugar. Quem mais poderia ter uma senhora Moon para lhe dar seu sobrenome se não fosse o Lee Chung-hee que eu conhecia?

Spring Day // Butterfly: segunda temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora