27. Whalien 52 (parte 2)

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#EfeitoJagi

Minah

O som musical e simpático da voz robótica nos alto falantes do elevador anunciando a chegada no décimo terceiro andar parecia estar vindo de outra dimensão, me sobressaltando quando finalmente o ouvi muito próximo aos meus ouvidos ao erguer os olhos do padrão do piso da caixa de ferro enorme para ver as portas se abrindo à minha frente, sem a visão costumeira de nenhum dos meus colegas visitantes se atropelando pela saída daquela vez. Era muito estranho estar ali sozinha depois de tantos dias acompanhada pelas companhias silenciosas dos outros visitantes.

Me empurrei para a frente com as mãos que estavam apoiadas nas barras frias de metal atrás de mim para seguir adiante, sentindo minhas pernas se moverem de forma meio automática e descuidada, não registrando muito bem a sensação dos meus pés tocando o chão abaixo de mim enquanto piscava repetidamente contra as luzes fluorescentes que me aguardavam no andar, tentando afastar um pouco do ardor que causavam em meus olhos muito arregalados e perturbados. Eu não os pregava há muito mais horas do que um dia inteiro possuía, mas não sentia que conseguiriam descansar tão cedo, já que toda vez em que piscava, tudo que eu podia enxergar como plano de fundo dançante da minha mente eram os contornos do hangul bem desenhado de Chung-hee.

Annyeong, Nabi-ah. Como vai você?

Balancei a cabeça, tentando me livrar daquela visão pelo menos por alguns instantes, para que pudesse raciocinar o suficiente para seguir meu caminho, tentando me lembrar do caminho que deveria seguir, mas as luzes brilhantes pareciam queimar a visão no fundos dos meus olhos, deixando as palavras de Chung-hee ainda mais iluminadas e desconcertantes, me tirando dos eixos completamente.

Já faz algum tempo desde que te escrevi.

— Moon Minah. — Uma voz simpática e jovial preencheu o zumbido em meus ouvidos e o espaço ao meu redor, me fazendo piscar outra vez ao seguir na direção do som, encontrando o doutor Seo caminhando a passos largos vindo da direção dos últimos corredores da ala da UTI, repousando seu estetoscópio ao redor do pescoço enquanto me cumprimentava com um de seus olhares educados, acompanhado por alguns dos fiéis enfermeiros de sua equipe, que sorriram amigavelmente com os olhos em minha direção, com metade do rosto coberto por máscaras higiênicas.

Mesmo enquanto os via dobrarem na esquina do balcão central mais a frente, foi impossível não notar como seus sorrisos pareciam diferentes naquele dia. Eles não apertavam tanto os cantos dos olhos educados nem os deixavam miúdos, o que significava que eram sorrisos muito pequenos, e se desviaram rapidamente do meu olhar como se estivessem fugindo, me deixando ainda mais confusa, e de repente, muito perturbada por aqueles pequenos relances.

— Bom dia. — O doutor Seo me cumprimentou ao se aproximar, enfiando as mãos nos bolsos de seu jaleco branco e sorrindo educadamente em minha direção.

Tentei fazer com que os cantos dos meus lábios se erguessem o suficiente para cumprimentá-lo de volta, mas era quase como se aquela parte do meu rosto não estivesse obedecendo aos meus comandos, e minha garganta de repente pareceu seca demais para emitir qualquer tipo de som. Ao que parecia, quase nada estava sob meu controle desde a noite anterior.

— Se importa em me acompanhar até a minha sala por um instante? — O doutor perguntou ao me alcançar, não parecendo incomodado com a minha falta de resposta ao seu cumprimento, notando a forma como meus ombros se ergueram por baixo do moletom, se tensionando de repente ao ouvir de verdade sua pergunta. Ele não havia me chamado para mais nada desde o primeiro dia em que fui ao hospital, e as notícias que recebi em sua sala não eram exatamente boas, o que imediatamente me fez entrar em alerta, e aquilo também não passou despercebido por ele. — Não quero tomar muito do seu tempo com Chung-hee hyung, mas acho que precisamos conversar um pouco.

Spring Day // Butterfly: segunda temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora