#EfeitoJagi
Minah
— Jagi-ah, pode me passar o chá gelado, por favor? — a voz suave de Jimin me despertou da minha própria nuvem de pensamentos, me fazendo piscar, encarando a xícara de chá encostada em meus lábios, que eu não havia percebido que havia esvaziado, e a mão estendida à minha frente, acompanhada pelos olhinhos curiosos, que pareciam me aguardar há algum tempo. — Jagi?
Pisquei outra vez, colocando minha xícara de volta na mesa e pegando a jarra de chá à minha esquerda, passando-a para Jimin com um sorriso e um pedido de desculpas por não tê-lo ouvido antes, enquanto sentia o olhar de Sejin, ao meu lado, e mais alguns dos meninos se voltarem em minha direção, distraindo-se de suas conversas e dos próprios cafés da manhã. Eles haviam nos dito, quando chegamos no hotel na noite anterior, que gostariam de tomar café com Sejin, eu e mais alguns dos managers que estivessem disponíveis, se fosse possível, porque sentiam um pouco de falta de fazer refeições conosco, como acontecia muito quando estávamos em Seul.
Com toda a correria dos preparativos para os últimos shows da turnê realmente não havíamos mais tido tempo de comermos todos juntos, já que os horários do staff e dos idols em questão eram bem diferentes, e achei adorável que eles tivessem a iniciativa de nos convidar, ainda que eu e meus colegas tivéssemos que nos desenrolar para conseguir transferir o café da manhã dos quartos para uma sala privada no hotel, mas nenhum esforço era demais para dar conta de interações como aquela, para estarmos todos juntos. Gostaria de não estar com a cabeça tão cheia de pensamentos flutuantes que me tiravam um pouco do eixo para aproveitar melhor aquele momento, e aquilo me fez sentir um pouco culpada.
— Estava viajando por outra dimensão, jagi? — Jungkook perguntou, escondendo o sorrisinho torto por trás de seu copo de suco de laranja, os lindos olhos carregando uma centelha de divertimento junto ao som dos nossos sinos faíscas, o que só me dizia que eu havia passado um bom tempo encarando o nada em minha xícara, fazendo minhas bochechas queimarem.
— Engraçadinho — resmunguei, franzindo o nariz e cerrando os olhos para Jungkook, que fez o mesmo em resposta, sorrindo com os dentes à mostra de um jeito adorável, recebendo um olhar engraçado de Hobi. — Só estava pensando em todos os lugares legais que vocês vão poder visitar hoje. Vai ser uma bela folga antes do show de amanhã.
— Ouvi dizer que vamos até o píer de Santa Mônica — Jin comentou de boca cheia, se afastando um pouco da mesa com as bochechas cheias de algum tipo de bolinho com geleia de amora para me ver melhor. — Você já esteve lá, jagi?
Sorri, agradecendo silenciosamente pelo novo rumo da conversa que havia me trazido de volta à realidade e às lembranças boas, e assenti para Jin.
— Se eu já estive lá? — perguntei, erguendo uma sobrancelha, soando falsamente arrogante de um jeito engraçado que fez todos na mesa rirem. — Mais da metade do meu tempo vivendo em Los Angeles foi passada naquele píer e ao redor dele. Minha casa ficava em um bairro ali perto. Eu e Joshua costumávamos passar por lá todos os dias voltando do colégio, e ficávamos até que escurecesse e as luzes se acendessem. Obviamente não tínhamos grana o suficiente para frequentar o parque todos os dias, mas fazíamos uma economia de nossas mesadas para conseguirmos ir pelo menos uma vez por mês — sorri um pouco mais ao me lembrar de muitos detalhes das minha memórias iluminadas do píer que não me visitavam há tempos. — Depois, quando conhecemos Julia, percebemos que os turistas poderiam aproveitar melhor os brinquedos do parque que já conhecíamos de trás para frente, começamos a ficar por lá só para passar o tempo, assistindo os cantores e artistas que se apresentavam esperando ganhar gorjetas nos chapéus. Julia e Shua às vezes davam uma palhinha por lá, de brincadeira, mas quando perceberam que as pessoas queriam gratificá-los pela boa música de alguma forma, começaram a levar um sombrero do pai de Julia e me colocaram para recolher as gorjetas. Era vergonhoso, mas muito divertido, porque sempre havia um pouco de tudo no chapéu. Depois disso, íamos para um karaokê ali perto, e no caminho, comprávamos uma boa refeição com o dinheiro arrecadado para um senhor mendigo que morava por perto do píer e sempre nos cumprimentava no caminho da escola. Aquele lugar era quase como uma extensão da minha casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Spring Day // Butterfly: segunda temporada
Fanfic[EM ANDAMENTO] Depois de uma noite de ano novo que mudou tudo que Minah achava ser sólido em sua vida, ela precisará lidar com o desafio de descobrir sua verdadeira identidade enquanto está dividida entre seu coração e sua alma, tudo isso durante a...