Ana on
Eu acordei com uma dor de cabeça terrível, eu odiava ficar de ressaca, mas eu senti falta disso, olhei para mesinha de centro e vi um comprido e um copo de água, sem nem pensar, engoli o remédio com ajuda da água, levantei, olhei pela sala e não vi ninguém, fui até a cozinha atrás de algo para comer, ouvi um barulho vindo de dentro do quarto, curiosa abri a porta, quando eu vi a cena eu travei, Diego estava dormindo, sendo coberto apenas um lençol, Lila estava só de calcinha com a blusa branca de gola alta que ela sempre usava em mãos, Lila riu para mim vitoriosa, a única reação que eu tive foi fechar a porta, e sair da casa correndo, eles tinham realmente acabado de transar? Ali enquanto eu dormia na sala? Eu tentei negar, mas eu sabia o tanto que aquela cena me doeu, ver a pessoa que eu gosto, justamente com a pessoa que eu odeio, eu precisava esquecer isso, talvez ele só me veja como alguma amiga, não como eu o vejo.
Fui em direção a lanchonete, no mesmo esquema de ontem, fiz o pedido e fui para a porta e acendi o meu cigarro, eu estava realmente frustrada, aquela cena não saia da minha cabeça por nada. Eu pedi uma torta de maçã inteira, minha intenção era dividir com o moço estranho que me ajudou ontem, paguei a torta, fui naquele mercadinho e comprei novamente duas garrafas de vinho, quando eu estava voltando, pude ver Lila saindo do prédio bem apressada, espero que vá e nunca mais volte, quando entrei e subi as escadas, encontrei ele sentado no sofá.
— Me desculpa, mas eu nem perguntei o seu nome — disse colocando as coisas que eu comprei na mesinha de centro.
— É Elliot — Ele parecia tímido.
— Obrigada por ontem Elliot, então pega duas taças que eu vou pegar dois pratos e talheres, vamos aproveitar enquanto a torta esta quente — Disse sorrindo, ele deu um sorriso tímido e logo fomos em direção a cozinha.
Eu e Elliot devoramos a torta, estava perfeita, secamos as garrafas de vinho, e também uma garrafa de uma bebida que eu não consegui identificar, no rádio tocava músicas contagiantes, nos dançávamos e bebíamos sem nem nos importamos com o próximo dia, eu me sentia bem, me sentia livre, o sorriso no rosto de nós dois eram constantes, nossos cabelos estavam bagunçados, Elliot estava sem camisa, já eu estava com um shortinho azul que era do Elliot, diz ele que era de quando mais novo, uma meia diferente da outra, estava com um sutiã branco, e usava a blusa de Elliot aberta, totalmente amassada e com uma mancha de vinho ainda recente, eu estava com um dos meus cigarros na mão, pronta para acender e desfrutar dele, então começou a tocar uma música muito animada, Elliot aumentou o volume do rádio, e então começamos a dançar como dois malucos pelo apartamento, subi na mesa de centro da sala e comecei a dançar, quando olhei em direção a cozinha, vi Diego nos encarando encostado na porta, acabei lembrando do que vi mais cedo, e me desequilibrei, quando eu pensei que eu ia me encontrar com o chão, Elliot tentou me segurar, mas acabou que nós dois fomos ao chão, estávamos tão bêbados que nem sentimos a dor da queda, só gargalhávamos da situação, Diego veio até a gente com uma cara de preocupado, que logo se desmanchou quando nos viu rindo, ajudou Elliot a levantar e se deitar no sofá, ele caiu como pedra, ele se virou na minha direção e me ajudou a levantar.
— Olha só, agora você está vestido — disse enquanto ria, ele apenas me olhou sem entender nada, com um olhar de reprovação, ele me apoiou nos ombros e me ajudava a andar, ouvi ele murmurar como se estive com um pouco de dor, quando chegamos perto da cama eu me joguei nela.
— Porque você tá assim? Nesse estado? — Fiz um biquinho e ele apenas me encarou esperando a minha resposta
— Você não vai acreditar. — Comecei a sussurrar e ele se inclinou na minha direção e eu comecei a sussurrar no ouvido dele — hoje eu vi, duas pessoas... — Eu estava prestes a falar oque tinha visto, mas a minha atenção se voltou para blusa dele, tinha uma mancha de sangue — O que aconteceu com você? — Ele olhou pro local e eu levantei a camisa dele, vi que o curativo estava completamente encharcado de sangue, por impulso coloquei a mão em cima do machucado, ele fez uma careta de dor, de repente eu comecei a sentir como se tivesse adentrado algo pontudo na minha barriga, coincidentemente no mesmo lugar em que a ferida dele estava, a dor era muito forte, não consegui segurar o grito, meus olhos encheram de lagrimas, senti o sangue escorrer pela minha barriga, Diego me olhava, com os olhos arregalados, tirei a minha mão do curativo e coloquei em cima do lugar que doia, pra tentar sentir oque tinha ali, quando olhei a minha mão, estava totalmente vermelha, suja com o meu sangue, comecei a me sentir fraca, e a última coisa que eu me recordo, foi ver o Cinco entrando dentro do quarto e a cara dele de assustado com o meu sangue manchando nos lençóis.
Ana off
Diego on
— Mas que merda é essa Diego? Oque você fez com ela? SAI DA MINHA FRENTE — Ele me afastou e foi para cima dela, para tentar ajudar, levantei a minha camisa e retirei o antigo curativo, era como se nada tivesse acontecido comigo.
— C...ci...cinco — Eu estava tão nervoso que não conseguia falar direito — E...e...ela roubou o meu machucado — Eu estava em choque, eu não sentia mais nenhuma dor em relação aquele machucado.
— Diego, olha isso! — Cinco falou chamando a minha atenção, quando eu olhei a ferida sumia aos poucos como se estivesse se regenerando, logo ficou apenas uma cicatriz no local. — Como ela fez isso? — Ele perguntou me encarando.
— Cara, ela e o Elliot encheram a cara hoje e eu fui ajudar eles, coloquei o Elliot no sofá e vim trazer ela, aí ela estava falando algumas coisas sem sentido, meu curativo começou a vazar, e ela percebeu, quando eu vi ela estava com a mão em cima, eu senti algo estranho acontecendo, e quando eu vi ela tava sangrando no mesmo lugar que eu, e olha — apontei indicando onde estava o meu machucado — SUMIU! — Era muita informação para mim, Cinco começou a encarar-la pensativo.
— Eu achei que ela era louca, quando disse ser do futuro, e se ela for uma ameaça? Ou é da comissão, o mundo vai acabar e temos que impedir. — Cinco falou sem nem se importar com a presença dela ali.
Diego off
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Asylum - Diego Hargreeves
Fanfic-Desculpa, mas você não parece perigosa -Ele disse me encarando. -Talvez seja porque eu não sou -Disse com um leve sorriso cínico -Pode dormir eu não vou tentar matar você.