3. Maktub: Estava escrito

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Ao abrir a porta do quarto ele pode vê-la melhor

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Ao abrir a porta do quarto ele pode vê-la melhor. Sua cama estava com a parte da cabeceira elevada e ela estava praticamente sentada. Seus cabelos eram castanhos e extremamente longos, uma mecha generosa exibia-se sobre o corpo dela indo além da cintura. O rosto dela agora estava limpo e era possível ver com clareza o olho bastante inchado e roxo, seus lábios haviam levado alguns pontos e possuíam um grande hematoma em volta e ainda tinha o seu braço esquerdo imobilizado.

Diana geme baixinho enquanto se ajeita na cama e logo depara-se com Lúcius na porta, ele vestia paletó e calça social da mesma cor, camisa e gravata. Ela fora informada que a pessoa que a socorreu queria ver como estava mas não imaginava que era alguém tão jovem e... alto! Mais alto que Túlio, com certeza.

- Oi... - ele diz com receio, não sabia como ela reagiria sabendo que ele a atropelara ou quase isso - Posso entrar?

Ela assentiu e Lúcius aproximou-se perguntando:

- Como tá te sentindo?

- Como se tivesse sido atropelada... - Ela riu levando a mão aos lábios em seguida, aquilo doía.

- Eu imagino - ele comenta, colocando as mãos nos bolsos da calça.

- Disseram que preciso ficar em observação por 24 horas por causa da batida na cabeça. - Ela torce o nariz e faz um bico pro lado, fazendo-o rir - E vai levar algumas semanas pra recuperar o ombro deslocado e duas costelas quebradas.

- Eu sinto muito por isso... - Lúcius olha para o chão - Eu tentei frear, juro! Mas o asfalto molhado não facilitou as coisas pra nós.

- Não foi culpa tua... - Diana reconhecia que não prestara atenção ao atravessar a rua, só queria escapar de Túlio - E foi até melhor.

- Melhor?! - Ele levantou o olhar incrédulo - Como assim?

Agora foi a vez de Diana baixar o olhar.

- Se não tivesse acontecido eu não estaria sendo atendida e medicada agora... - Ela respira fundo e continua - E, de certa forma, consegui escapar...

- Escapar de quê? De onde? De quem?

- De quem fez isso - responde Diana, fazendo um gesto com a mão livre, mostrando suas lesões.

- Entendi... Quer conversar sobre isso? - ele pergunta já imaginando a resposta.

Diana continua com o olhar baixo enquanto brinca com a beirada do lençol.

- Melhor não - diz enfim - Não gosto de falar sobre isso...

- Tudo bem, não precisa falar, mas... se me desculpar a curiosidade, posso saber quem foi?

Sem pronunciar palavra alguma, ela apenas mostra a mão esquerda, que está apoiada sobre seu abdômen por causa da banda torácica que está usando para imobilizar o ombro deslocado, e remexeu os dedos. Então Lúcius vê aquele pequeno adereço e automaticamente arregala os olhos surpreso.

AS GURIAS DA BOATE DOCE DEMÔNIOOnde histórias criam vida. Descubra agora