Capítulo 2

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- Bruno Narrando -

Eu estava quase no fim do meu plantão, torcendo pra não ter nenhuma chamada e eu ir pra casa sem problemas. Quando eu terminei de assinar uns documentos um policial, meu amigo, entrou na minha sala.

- Assalto com vítimas - falou entrando na sala

- Mortes? - me levantei colocando minha arma no coldre e vestindo meu colete

- Aparentemente não mas a mulher que ligou estava desesperada - falou saindo da sala comigo

- Torres, Veiga e Ferraz comigo - falei chamando os outros policiais - Por que ela não ligou pra emergência? - perguntei sem entender e entramos no carro a caminho do local

- Ela ligou mas você sabe como é - falou dando de ombros

Assim que chegamos no local percebi que a mulher estava chorando muito e tinha uma menina deitada no chão, toda machucada e um rapaz estava no mesmo estado.

- Você conhece as vítimas? - perguntei chegando perto dela

- Não, senhor! Eu chamei a emergência mas até agora nada - explicou chorando e ouvimos a sirene da ambulância e ela respirou aliviada.

Eles levaram o casal pro hospital e como protocolo tivemos que ir juntos, assinei uns papeis e fiquei sentado na emergência com o pessoal.

- Odeio hospitais - falou Torres

- Por que? - perguntei sem entender

- Só tem notícia ruim, os médicos não vão vim aqui e falar algo bom mesmo que falem sempre tem um "mas" - falou explicando sua teoria

- Nosso trabalho não é tão diferente nesse quesito - falei dando de ombros

- Com toda essa negatividade não vai ter mesmo noticias boas - Ferraz mal terminou de falar e a médica apareceu na porta vindo ao nosso encontro

- Notícias do casal? - perguntei olhando pra ela

- Na verdade eles são irmãos, o rapaz está bem melhor que a irmã, só fraturou o braço e ficou com alguns hematomas - falou nos olhando

- Mas? - perguntou Torres e nós olhamos pra ele

- Mas o caso da irmã é um pouco mais grave, ela fraturou algumas costelas, o braço e - ela hesitou em falar

- Pode falar, doutora - falei sério

- Segundo o irmão ela sofreu abuso sexual no assalto, ele não tem certeza mas pelo jeito dela é bem provável que seja verdade - falou me deixando com raiva já que é um crime que eu não tolero

- E porque não tem certeza? - perguntei cruzando os braços

- Veja bem, a paciente teve que ser sedada pois surtou quando um enfermeiro entrou no quarto, nós precisamos fazer o exame mas eu não vou submeter a paciente em um exame tão invasivo com ela assustada desse jeito - falou calma explicando

- Veiga, fale com o garoto e entra em contato com a família. Talvez com a presença dos pais ela se acalme - falei e ele foi fazer o que pedi - Poso falar com ela? - perguntei e nem eu mesmo entendi o motivo disso

- Eu acho que não é uma boa ideia - falou me alertando

- Em qualquer sinal de desconforto eu saio de lá - falei afirmando

- Me siga - falou andando na minha frente e parou na frente da porta - Tenha paciência com ela - falou de forma quase maternal

- Vou ter - falei balançando a cabeça e entrei no quarto, assim que eu entrei ela arregalou os olhos apavorada

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