Capítulo 105

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- Bruno Narrando -

O Lucca chegou a vomitar um pouco e ali já senti maior desespero, ele estava tão molinho que a Bia conseguiu fazer o mesmo pegar no sono rapidamente, limparam o quarto e quando a Bia colocou o Lucca novamente na maca escutei uma batida na porta.

- Licença - a médica falou entrando no quarto

- E aí? - Bia perguntou ansiosa

- Os exames confirmaram as minhas suspeitas - falou olhando alguns papéis - Gastroenterite

- E isso é o que exatamente? - perguntei tentando entender

- Infecção intestinal - o médico falou simples - Com o tratamento certinho rapidamente ele fica bom

- Como ele pegou isso? - Bia perguntou pensativa - Foi algo que eu fiz?

- Não, não foi nada que você fez - falou calma - Sendo bem sincera com vocês o diagnóstico da gastroenterite é algo fácil mas a causa em si não, é quase impossível saber a forma que se pegou, existem diversas formas e fechar em um é algo complicado

- Isso é viral? - perguntei olhando pra ela

- A dele é bacteriana - falou e eu assenti - Vou ministrar o remédio e daqui a pouco começa a fazer efeito, vou receitar os medicamentos e quando ele estiver melhor eu dou alta - mal ela terminou de falar e entrou uma enfermeira no quarto - Pra ele ficar mais tranquilo eu vou pedir que ou você segure ou coloque ele pra mamar

- Eu não consigo - Bia falou baixo pra mim - Só segurei ele duas vezes pra vacina e chorei mais do que ele

- Já te disse que esse papel é meu - sorri fraco pra ela se acalmar e peguei o Lucca no colo, ele resmungou e eu me sentei na poltrona com o mesmo, a enfermeira começou a preparar a medicação. O Lucca começou a resmungar no meu colo e aos poucos foi acordando, começou a choramingar mas quando me olhou ficou quietinho, me sentei na poltrona e ela se aproximou

- Ah não - escutei o soluço da Bia quando o Lucca começou a chorar alto por causa da injeção, olhei pro alto pra segurar as lágrimas e quando a enfermeira se afastou eu me levantei e comecei a ninar o mesmo

- Acabou - falei fazendo carinhos nas costas dele - O papai está aqui

Depois que o Lucca foi medicado ele se acalmou bem e aos poucos o remédio foi fazendo efeito, depois de uma hora mais ou menos os pais da Bia chegaram, a mãe dela tinha esquecido o celular dentro do carro. Liguei pra minha mãe e contei o que tinha acontecido, em meia hora ela e o meu pai baixaram no hospital. A Bia saiu do quarto pra atender o celular e pelo o que eu entendi era o Rafael querendo sabe o motivo das ligações, esperei um tempo e fui atrás dela.

- Ei, vem cá - falei quando a Bia desligou o celular e eu percebi que ela estava quase desabando, puxei a mesma pra um canto e abracei ela

- Bruno - sussurrou soluçando

- Eu tô aqui - sussurrei abraçando ela e a mesma não aguentou mais segurar o choro e começou a chorar alto

- Ele é tão pequeno - falou em meio ao choro - Não é justo

- Não é mesmo - falei e senti as lágrimas descerem sem parar pelo meu rosto - Queria muito que fosse comigo

- Tá doendo - colocou a mão no peito e eu segurei o rosto dela levemente, ele estava muito vermelho por causa do choro - Parte da minha cabeça entende que é algo leve e que daqui a pouco ele está bom mas tem uma parte que eu não consigo controlar e ela diz que eu posso perder o meu filho. Durante boa parte da minha gravidez eu desejei tanto isso que eu morro de medo de isso acontecer, como se fosse um castigo divino ou algo do tipo. Eu não quero perder o meu filho, eu não posso perder

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