Capítulo 13

20.4K 1.2K 105
                                    

- Bruno Narrando -

No dia seguinte eu passei na casa da Bia quase no final da tarde e como eu tinha prometido fomos dar uma volta na praia, não estava tanto calor e por ser meio de semana tinha poucas pessoas na rua.

- Comecei a ler o livro - contei assim que começamos a andar pelo calçadão

- É mesmo?! - me olhou surpresa - E você está gostando?

- Muito bom - falei sincero - Realmente é realista

- Realista até demais - revirou os olhos

- Alguma opinião sobre a polícia ou está apenas falando do livro? - perguntei e ela colocou o cabelo atrás da orelha

- Não vamos ter essa conversa - falou e eu ri fraco

- Não vou me ofender - garanti

- Melhor não, Bruno - falou e eu assenti com a cabeça - Não vou falar mal da sua corporação ou dos seus amigos

- Tá né - falei rindo - Vamos falar de outra coisa

- Tipo? - perguntou curiosa

- Já decidiu o que vai cursar? - perguntei e ela negou

- Não andei pensando nisso nos últimos dias - falou dando de ombros

- E por que não Letras? - perguntei e ela me olhou meio confusa - É, você adora livros, Letras e Literatura parece ser uma boa

- Bruno, seus pais nunca te falaram que não deve misturar trabalho e prazer não? - perguntou me olhando

- Até falaram - confirmei - Mas queriam dizer pra eu não transar com ninguém do meu trabalho

- Bruno - repreendeu e eu segurei uma risada

- É sério - insisti - Eles falavam que uma hora ou outra iria dar merda e

- Cala a boca - me interrompeu - Eu amo ler, e é um hobby pra mim, mas não vou misturar as coisas

- E por que não? - perguntei curioso

- Eu leio quando tô feliz, quando tô triste, quando quero matar o tempo e leio até quando tô sem tempo - falou dando uma pausa - É tipo um refúgio pra mim, não quero trabalhar com isso e correr o risco de me encher, sem falar que eu não levo jeito pra sala de aula

- Você pode escrever, pode editar e pode até traduzir - contei nos dedos - Tem um monte de opção dentro da área

- E nenhuma me chama atenção - falou fazendo careta - Eu até já escrevi mas

- Já escreveu? - interrompi a mesma - O que você escreveu? - perguntei curioso

- Não espere que eu te diga - falou e eu olhei incrédulo pra ela

- Somos amigos - falei e ela solto uma gargalhada, eu nunca tinha visto ela rir assim

- Não vou falar - falou simples

- Ok - falei desconfiado - Enfim, misturar trabalho e prazer é bom, eu faço isso

- Tá dizendo que transa com colegas de trabalho? - perguntou me olhando

- Não - neguei rápido - Eu tô dizendo que eu amo o meu trabalho e pode funcionar misturar trabalho e prazer

- Correr atrás de criminosos não é o que podemos chamar de hobby - falou rindo e eu apontei pra um quiosque, fomos até lá e nos sentamos - Claro, se você for o batman a coisa muda

- É sério, Bia - falei rindo baixo - Eu gosto pra caralho do meu trabalho

- E eu acredito - falou simples

- Então - falei e eu peguei o cardápio que tinha na mesa

- Mas hobby é pintar, fotografar, escrever ou praticar esporte - enumerou nos dedos - Correr atrás de criminoso não

- Injusto - revirei os olhos brincando e ela riu baixo - Vai querer o que?

- Deixa eu ver - falou pensativa e mordeu o canto da boca, eu percebi que ela tinha essa mania quando estava pensando

- Tá tão difícil assim? - perguntei rindo

- Um pouco - riu baixo - Mas vou querer sorvete

- Você tem paladar infantil? - perguntei e ela negou - Não acredito em você

- Pois desacredite sozinho - falou e eu acabei rindo

- Maluca - falei pegando o cardápio

- Beatriz Narrando -

Hoje começava o meu pré natal, se eu falar que estou tranquila seria a maior mentira da minha vida, estava nervosa e a aparente felicidade da minha mãe me deixa mais ainda.

- Mãe, se controla! - falei enquanto ela dirigia

- É meu primeiro neto, não me culpe - falou me olhando de lado

- Você sabe que eu nem sei se vou ficar com essa criança - falei respirando fundo

- Eu sei mas me deixa - falou e eu fiquei quieta

Chegamos lá e logo eu fui atendida, parece que só agora eu me toquei que tinha um bebê dentro de mim, só agora eu me toquei que tô grávida, a médica perguntou se eu queria ouvir o coração porém eu optei por não ouvir.

- Vamos querer a gravação sim - minha mãe falou me tirando do transe

- Gravação de que? - perguntei pra minha mãe quando a médica saiu

- Da ultra meu amor - falou explicando

- Ah, tá - falei baixo

Uma vida nova Onde histórias criam vida. Descubra agora