Capítulo 91

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- Bruno Narrando -

No dia seguinte eu cheguei bem cedo na delegacia e logo tive que aturar os surtos do Otávio Werneck, fui junto com ele e o advogado pra sala de interrogatório, eles queriam falar comigo e no fundo eu já imaginava o assunto, por isso pedi para ligarem as câmeras.

- Quanto você quer? - o juíz perguntou me olhando

- Quanto eu quero? - perguntei incrédulo

- Você só pode está querendo ganhar um dinheiro por fora - falou se levantando com raiva - Isso vai manchar a vida do meu filho, acabar com a vida dele. Você não passa de um

- Controla as palavras ou te prendo por desacato - interrompi o mesmo e me encostei na parede - Pai e filho presos, que lindo

- Você é um - estava falando mas ficou quieto

- Eu vou interrogar o preso - informei ao advogado - Sem a presença do pai

- O que? - o juíz perguntou irritado

- Senhor - o advogado falou tentando acalmar ele mas não deu certo

- Eu quero tirar meu filho desse inferno - gritou batendo na parede

- Inferno você vai ver quando ele parar num presídio lotado e todo dia ele pagar na mesma moeda o que fez - falei alto e fui pra minha sala, peguei as pastas e saí dando de cara com o Ferraz

- Pega o filha da puta lá, por favor - falei pra ele e voltei pra sala do interrogatório - Fora - falei olhando pro juíz, o mesmo me olhou com raiva mas saiu, depois de alguns minutos o Ferraz voltou o André

- Agora é só eu e você - falei seco e ele me olhou meio assustado

- Não esqueça que eu tô aqui - escutei o advogado falando e revirei os olhos

- Se você não dissesse eu nem iria notar - debochei - Podemos?

- Sim - o advogado falou olhando para o André

- André Ribeiro Werneck, aonde você estava no dia 01 de novembro de 2018? - perguntei sério

- Eu não sei - falou sem me olhar

- Você sabe aonde estava - falei sério

- Eu estava em casa - falou finalmente me olhando - De noite eu saí junto com os meus amigos, só isso

- Só? - perguntei e ri irônico

- Sim - confirmou com a cabeça

- Vou refrescar sua memória - falei e abri a pasta, peguei as fotos e espalhei pela mesa, apontei pra uma foto do abdômen da Bia que em algumas partes ficou tão machucado que chegou a ficar preto - Tá olhando? Eu quero que você olhe bem

- Já vi - desviou o olhar e eu empurrei a foto do Rafael que estava com o rosto sangrando e inchado - Para com isso

- Essa aqui foi uma menina aleatória que você decidiu machucar - apontei pra uma foto do rosto da Bia que tinha ficado tão deformado que pra quem era sensível não era legal ver as fotos dela e do Rafael - Eles sofreram muito, vocês acabaram com eles fisicamente e você em especial decidiu traumatizar eternamente a vida dessa menina - estava falando mas ele me interrompeu

- Eu não fiz isso - falou e olhei bem pra ele, estava com o rosto vermelho quase chorando

- Essa garota não muda nada na sua vida, mas eu quero que você imagine alguém fazendo essas coisas com a sua irmã - falei e ele fechou os olhos - Abre o olho e olha pra foto - falei um pouco alto e ele obedeceu - Marina, né? Ela deve ser uma menina linda e caramba qualquer cara iria querer se divertir com ela - falei rindo e bati palma como se tivesse animado, soltei uma risada alta e eu vi o quão perturbado ele ficou

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