Capítulo 80

15.5K 906 16
                                    

- Bruno Narrando -

Já estávamos há 3 horas no ponto que eu tinha marcado na Ilha e como tinha imaginando muito playboy bêbado e/ou drogado. Eu posso até não encontrar o estuprador ou os amiguinhos dele hoje mas pelo menos estamos levando em cana uns merdinhas que acham que pode fazer tudo só porque tem dinheiro ou por ser garantir em papai.

- E aí? - perguntei assim que o Lucas se aproximou

- Enquadramos 3 já - falou e eu assenti

- Pelo que? - perguntei passando a mão no rosto

- Dirigindo embriagado, sem documento e posse de narcóticos - falou e eu ri sem humor, eram os crimes que os filhinhos de papai mais cometiam - Tudo no mesmo perfil

- 18 a 25 anos, carro caro e sobrenome conhecido - falei e ele riu

- Isso mesmo - falou e eu observei uma audi, tinha uma garota no carona, fiquei olhando e era notável o nervosismo do rapaz que estava no volante

- Encosta o carro - mandei sério assim que me aproximei, por ter uma garota no carro as chances deles deixarem passar batido é grande

- Boa noite - falou calmo e eu logo vi que ele estava bêbado e drogado - Chefe, eu preciso mesmo? Sou filho do

- Agora - ordenei e ele fez o que eu falei, peguei a arma e me aproximei mais uma vez do carro quando ele parou aonde eu mandei - Coloca as mãos no volante e desça imediatamente do veículo

- Mas - tentou falar e eu não deixei

- Anda - falei alto e ele fez o que eu falei, olhei pra menina que se tremia toda - A senhorita faça o mesmo

- Tudo bem - falou nervosa e desceu do carro

- Ferraz - chamei e não demorou pra ele aparecer - Revista o cidadão, pegue os documentos, faça o bafômetro e mande a Castro vir revistar a moça

- Pode deixar - falou fazendo sinal pra policial e foi fazer o que eu mandei

A minha profissão exigia muita coisa e a principal dela era a atenção, atenção aos pequenos sinais e atos, afinal não era só a minha vida em risco como também de outras pessoas. Quando eu bati os olhos nele sabia que tinha algo de errado e não era só o fato dele estar alcoolizado, até porque isso pra quem tem dinheiro não é nada, se resolve em dois tempos porém assim que eu me aproximei vi que todo o tempo ele olhava de rabo de olho para o porta luvas do carro. Enquanto ele era revistado eu coloquei as luvas e abri o porta luvas, na hora que vi o que tinha ali eu sorri.

- Luana - chamei alto já que precisava de fotos

- Oi - se aproximou e eu apontei - Caralho

- Quero pericia nesse carro todo - avisei sério - Assim que esse se drogado botar os pés na delegacia tire as digitais

- Pode deixar - assentiu e eu me afastei

- Pode algemar os dois - falei e os olhos da garota se arregalaram

- Que? Por que? - perguntou rápido - Ele que tá dirigindo, ele que bebeu

- A senhorita estava em um carro no qual foi encontrado, maconha e cocaína, isso sem falar no revólver - falei sério - Então a senhorita irá pra delegacia

- Meu deus - começou a chorar - Meu pai vai me matar, Maurício - gritou olhando pro cara - A culpa é sua, eu não fiz nada e nem sabia que você

- Cala a boca - gritou olhando pra ela e a mesma chorou mais ainda

- Chega os dois - falei alto - Agora não é hora de chorar, escolhesse melhor suas companhias. Leva os dois, Ferraz

- Bora - terminou de algemar a garota e puxou os dois pelo braço - Anda logo

- Vai encerrar? - Lucas se aproximou e eu confirmei com a cabeça

- Tá de plantão ainda, né? - perguntei e o mesmo assentiu - Vou entrar em plantão sobreaviso, deixa todos eles lá, a Luana vai recolher material

- Libera ligação? - perguntou e eu neguei

- Enrola por enquanto, eu vou chegar lá cedinho e resolvo - falei explicando

- Fechou então - fez um toque comigo e saiu

Cheguei na casa da Bia e esbarrei com o Rafael que estava acabando de chegar, o mesmo abriu o portão pra mim e eu fui logo tomar um banho no banheiro social, coloquei uma bermuda minha que levei na minha mochila e fui pro quarto da Bia com cuidado pra não fazer barulho mas só de ouvir a respiração dela soube que a mesma estava acordada.

- Eu sei que você está acordada - falei ao me deitar na cama

- Finge que não sabe - falou baixinho me fazendo ri fraco

- Não - falei simples e ela se virou pra me olhar - Como foi na médica?

- O exame deu positivo - falou baixo - Só que a contagem está bem baixinha

- E isso é positivo? - perguntei tentando entender

- Ela disse que se for positivo mesmo eu tô bem no início - falou explicando - Vou ter que refazer o exame daqui a 15 dias

- Tem a chance de ser negativo - falei e ela assentiu - Vai se agarrar nisso?

- Não - falou simples - Se confirmar esse positivo eu meio que já estarei tranquila, né?

- Isso é - concordei e escutei o resmungo do Lucca - Deixa eu ver ele

- Espera - me segurou e pegou o celular, mexeu rapidamente acessando o app da câmera e não demorou pra aparecer o Lucca com um dedo na boca e com a outra mãozinha levantada tentando tocar o mobile - Agora ele acorda e fica quieto, só choro se tiver com a fralda suja, fome ou manha

- Tá crescendo - sorri olhando - Eu vou pegar ele

- Não - largou o celular

- Por que não? - perguntei confuso

- Ele está quietinho - falou óbvia

- Bia - insisti e ela revirou os olhos

- Vai, chato - falou e eu me levantei rápido da cama fazendo a mesma rir

Uma vida nova Onde histórias criam vida. Descubra agora