Capítulo 4

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Depois de uma longa caminhada na floresta com suas lindas árvores consigo ver pessoas e outros ou melhor os monstros caminhando pela feira, vejo barracas com todos os tipos de coisas para vender, casas que vendem refeições e bares.

Não consigo acreditar que perdi o emprego na casa de uma antiga amiga dos meus tios porque o esposo dela tentou me agarrar! Ela viu mas a culpa era minha! Agora estou 15 dias tentando encontrar trabalho... Não é possível que eu não consiga um emprego hoje! Vou ao encontro da primeira barraca, uma senhora de cabelos grisalhos está vendendo ervas de todos os tipos, talvez ela precise de ajuda... Me aproximo, abro um lindo sorriso e digo:

— Bom dia, estou à procura de emprego e não como há dois dias... a senhora não está precisando de uma ajudante?— A senhorinha me olha dos pés a cabeça e diz com uma voz irritada:

— Aqui não é uma barraca de apoio para mortos de fome! Não tenho vaga de emprego para ninguém e se está precisando de ajuda peça para um daqueles feéricos que estão ajudando os mortos de fome! — Saio de perto da velha sem educação o mais rápido que consigo, eu só pedi um emprego, não pedi comida! E sobre pedir ajuda aos monstros? Não, obrigada.


 Passo em mais 8 barracas e alguns me expulsaram, outros só falaram que não, acho que não foi tão ruim assim... Estou muito cansada e o sol está começando a esquentar, olho ao meu redor e consigo encontrar uma árvore alta com uma sombra perfeita, vou descansar lá! Me aproximo dela e me sento aproveitando sua sombra e o vento fresco. A feira está cada vez mais lotada de feéricos, parecem uma praga, desgraçados inúteis. Ainda acham que oferecer uma merda de ajuda vai adiantar algo ou devolver tudo o que perdemos, 

Um riso me chama a atenção.. Parece com a forma que Ananda sorria, procuro a dona do riso e vejo uma linda menina de cabelos loiros e cacheados correndo, ao menos as crianças não se deixam levar pela tristeza da guerra... Parece que não sou a única a observá-la, um feérico está rindo e olhando para ela como se nunca tivesse visto alguém tão feliz, como se olhar para ela lhe fosse transmitir felicidade, ele é alto com músculos marcando sua roupa de couro marrom, cabelos que acredito serem ruivos, rosto com uma cicatriz que combina com o que ele é, os olhos de cores diferentes, uma linda pele bronzeada, linda não, apenas bronzeada... Perdi a menina de vista! olho em volta procurando e consigo ver ela correndo em direção ao feérico que estava rindo para ela a menininha acaba tropeçando em algo que a faz cair, me levanto para ajudá-la e vou em sua direção mas o feérico é mais rápido, levanta a menina, tira um lenço do bolso e enxuga as lágrimas da pobrezinha que começou a chorar com a dor da queda enquanto diz algo que não consigo ouvir e a garotinha simplesmente para de chorar se levanta dá um beijo na bochecha de seu "ajudante" e continua correndo alegremente, ele também se levanta com um ar mais alegre, como se realmente a garotinha tenha transmitido sua alegria com um simples beijo... Minha barriga começa roncar, preciso de comida... Já que estou de pé, resolvo continuar pedindo trabalho ou algo para comer, um cheiro de pães quentinhos com açúcar passam pelo meu nariz o que faz meu estômago roncar mais ainda, só gostaria de um pedaço, apenas um pedaço, procuro o cheiro e avisto uma barraca com todos os tipos e pães, então é lá que irei pedir empregou ou um pão, talvez tenham sobras... Passo por uma senhorinha sentada no chão, acredito que está assim para pedir como eu, ela me olha e diz com uma voz cansada:

— Linda moça, poderia me ajudar a levantar?

— É claro— Digo e estendo a mão segurando suas mãos enrugadas, pego sua bolsa que está um pouco pesada e lhe entrego, será que ela precisa de ajuda para carregar?

— A senhora quer ajuda para levar isto até sua casa?

— Não mocinha, já estou acostumada, você parece com fome... Está com fome ?— Pergunta com uma voz carinhosa.

Corte de Imaginação e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora