Capítulo 8

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Estou um pouco nervosa, não costumo andar por essa floresta durante a noite e muito menos com um feérico do meu lado.

Minha mão está doendo muito, espero que molhá-la um pouco melhore.

Lucien está calado e olhando, atento, não tentou conversar, gostei, ao menos ele sabe que não desejo sua companhia e nem a de nenhum feérico.

Essa foi a primeira vez em minha vida que me senti um pouco aliviada por ver um feérico, se ele resolvesse ignorar o meu grito, talvez, eu nem estaria mais aqui, aqueles nojentos iriam me matar...

Estou grata pela ajuda dele...

Acredito que basta... é o máximo que posso fazer.

Lucien quebra o silêncio durante a caminhada:

— Consegue ver o rio?— Estava muito perdida em meus pensamentos, mas consigo ver o rio um pouco distante, digo:

— Sim.

— Hoje cedo... Acredito que estavamos com as emoções alteradas, gostaria de pedir desculpa, sei que não está fácil para ninguém.— Diz um pouco tímido.

— Tudo bem— O que eu vou falar? Será que peço desculpas pelo o que fiz...— Chegamos ao rio...

Lucien coloca a tocha sobre a terra para poder me ajudar, mas acredito que consigo colocar minha própria mão na água sem a ajuda dele.

— Eu consigo fazer isso sozinha— Lucien me sinalizando que falei o óbvio.

— Acredito que consiga, enquanto isso vou preparar as ervas com um pouco de água enquanto você descansa sua mão.

Ele pega sua bolsa, retira algumas ervas de dentro de uma embalagem, retira um recipiente e coloca as ervas dentro.

Me aproximo do rio, sento-me em uma pedra larga, com a mão que não está ferida retirando a camiseta que utilizei, a propósito ela está horrível.

Respiro fundo mergulho minha mão ardente, a água está fria e me faz sentir um alívio da dor intensa que pulsava.

Me permito fechar os olhos, respiro e inspiro por alguns momentos, o silêncio me traz uma calma, a luz da tocha conforto, sem medo, repasso por um longo instante algumas coisas necessárias para o meu estado de espírito se acalmar.

Nada vai me acontecer, eu estou bem, vai dar tudo certo, ninguém me fará mal, eu sou forte, nada vai me derrubar.

Me sinto melhor.

Acredito que fiquei tempo demais com os olhos fechados.

Abro os meus olhos e Lucien está me observando, espero que não tenha sido por muito tempo, ele se aproxima e pergunta:

— Posso me sentar ao seu lado?

— Pode.— Lucien senta-se um pouco perto, até me parece que está com vergonha. Preciso interromper o silêncio, por que não falar ?

— A água está boa, não estou sentindo queimar como antes.

— Que bom... a água ajuda bastante com isso... posso colocar as ervas?

Retiro minha mão da água e Lucien abre sua bolsa, tira uma camiseta de algodão branca e começa a rasga-la sem dificuldades, em seguida mergulha uma faixa dentro das ervas, a coloca sobre sua mão direita e diz:

— Vou enrolar algumas faixas sobre a sua mão, se estiver doendo me avise... tentarei ser cuidadoso.

Lucien segura meu pulso dolorido e com leveza enrola uma faixa que me traz alívio igualmente a água, sua mão é muito maior que a minha mas possui uma delicadeza e cuidado impressionante, ele realmente sabe o que está fazendo, que bom que não recusei sua ajuda, ele não é curandeiro mas está quase lá.

Corte de Imaginação e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora