Capítulo 12

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O sol começa a ficar mais forte, acho que é um sinal dos céus para que eu levante e vá fazer algo útil...no caso procurar emprego.

Me levanto segurando o lençol que estava me aconchegando, não acredito que dormi por tanto tempo.

A noite passada foi muito ruim, mas eu estou bem...

Minha mão não demonstra dor alguma, um ótimo sinal.

Hoje vou novamente me humilhar por emprego, quer dizer.. falar com proprietários que não conhecem a gentileza e pedir a eles emprego no honroso estabelecimento.

Meu estado, não está nada bonito... antes vou passar no rio e seguir para o meu acampamento.

Um longo banho e uma pequena caminhada depois, consigo avistar meu acampamento.

O que é aquilo em cima dos tocos....

Em cima do toco um enorme pão com geleia....

Lucien realmente quer ajudar as pessoas...

Quer saber, vou comer! Estou faminta.

Retiro o pão da embalagem plástica que o protegia, o cheiro me faz lembrar das manhãs em que minha tia preparava pães e colocava na mesa dizendo que amava fazer pães para o café porque cozinhar acalmava a alma.

Como não tenho colher, vou pegar a geleia com a mão mesmo.

Enfio a mão dentro da geleia escarlate, passo-a no pão e imediatamente levo-a até minha boca..... jamais comi algo gostoso como este, essa geleia... o pão... gostos totalmente diferentes dos que já comi em toda a minha vida, pego mais e mais pão até devorar quase tudo, deixando apenas um pequeno pedaço de pão e um melado da geléia.

Essa comida, acredito que não foram feitas nessas terras...

Agora que comi e estou bastante satisfeita, vou me vestir.

Pego minha bolsa com roupas, preciso usar uma roupa melhor, acho que a calça preta e a camiseta branca serviram.

incrivelmente hoje o meu cabelo e as ondas pertencente a ele resolveram entrar em harmonia, hoje é o meu dia!

Preciso levar a bolsa média, pego meu caderno de desenho juntamente com os lápis e os coloco dentro da bolsa, o resto do pão com geleia.

Deixo o meu acampamento e que o universo me ajude.

Finalmente chego na feira, não aguentava mais andar por árvores e árvores e folhas e árvores.

Na última vez que pedi emprego esqueci de passar nos bares e restaurantes, então vou no quarteirão em que eles se encontram, logo depois de algumas casas.

Passo por alguns que se encontram fechados e com placas dizendo "não temos vaga de emprego" que pena, uma pequena multidão faz fila em um bar, vou lá ver do que se trata...

Um homem da minha altura e com a cara fechada está no meio da fila, me aproximo e pergunto:

— Olá, bom dia, poderia me falar do que se trata essa fila....

— O dono está contratando.— diz rigidamente

— Que maravilha.— digo enquanto me afasto pois não estou querendo irritar ninguém.

Ao chegar no final da fila vejo uma mulher que aparenta ter 22 anos com um lindo bebê com lindos cabelos negros vestido com roupinhas desgastadas.

Só para confirmar pergunto a ela:

— Olá moça, esse é mesmo o final da fila?— ela se vira com os lindos cabelos negros longos e lisos e diz calmamente:

— Sim, também está na luta por um emprego?

— Infelizmente sim, que lindo bebê, qual o nome dele?— Pergunto enquanto pego sua pequena mão.

— Azriel, meu pequeno Azriel— Diz olhando com brilho nos olhos para o pequeno bebezinho.

— Que nome bonito e diferente, essa é a primeira vez que escuto esse nome, parabéns pela criatividade.

— É um nome muito belo, mas não posso ficar com os créditos pois esse nome quem propôs foi o meu marido, acredita que ele ajudou a lutar na guerra e um guerreiro illyriano muito corajoso chamada Azriel salvou a vida dele durante a batalha e o meu esposo quando chegou em casa disse que se a criança que eu estava esperando fosse menino se chamaria Azriel, como forma de homenagem e para que a criança seja forte e corajosa como o guerreiro e 7 meses depois a criança nasceu e era um menino— Nossa que história bonita... esse guerreiro se tornou a história de força de um garotinho.

— Que lindo isso, ele realmente parece ter força, está aguentando todo esse sol sem chorar.

— Realmente ele é forte.

A fila começa a andar, algumas pessoas entram e outras saem da fila por não aguentarem o sol.

A mulher com o lindo bebê Azriel de alguma forma está agora em um local em que o sol está sendo impedido por sombras de o atingirem,

ela me olha e diz:

— Parece que além de um guerreiro, hoje o meu filho tem a companhia das sombras para ajudá-lo.

— Realmente ele tem a companhia das sombras porque esse é o único lugar em que não tem sol. — Digo olhando em volta, ao menos ele tem a sombra como amiga protetora, queria eu ter essa sorte.

Longas horas sem sair do lugar o dono do estabelecimento, um homem que aparenta ter uns 50 anos com cabelos castanhos escuros e mechas brancas sai e diz:

— Vou tirar o meu descanso, não se acha hoje em dia ninguém disposto a trabalhar! e digo mais, não aceito como funcionários velhos e velhas, aqui não é uma casa de caridade, é um bar! Não aceito mulheres ou homens casados, não quero confusão no meu bar! Mães com filhos pequenos, não quero depois desculpinhas esfarrapadas de que chegou atrasada porque o bebê estava doente, você quis ter filhos então agora aceite as consequências e peça ao seu marido que a sustente— Essa parte ele diz e simplesmente olha na direção da mulher que estava com o menininho sobre as sombras, enquanto o proprietário fala mais bosta, ela me olha e diz:

— Uma pena que ele seja incompreensível e julgue o caráter de uma mulher porque ela teve filhos e por isso as considera incompetentes, acho melhor eu ir então, Azriel já está com fome e preciso amamentá-lo, boa sorte, espero que consiga essa vaga.

— Obrigada, espero que você encontre um emprego.

— Muito obrigada, adeus.— E vai embora com o pequeno menino, uma pena que esse homem seja cruel a esse ponto e não aceite as mães...

Ando e me coloco no local em que ela estava, talvez eu possa ficar na sombra e aproveitar...

Mas a sombra simplesmente sumiu... não acredito que minha sorte é tão grande ao ponto de mandar embora as sombras!

O proprietário saiu e me falaram que volta daqui 2 horas...

Longas horas depois, acredito terem sido mais do que 2 horas e o proprietário retornou começando a entrevistar.

Após umas 8 pessoas, finalmente chega a minha vez e o proprietário diz irritado:

— Próximo.

Adentro o estabelecimento com o sorriso mais largo que consigo e digo:

— Boa tarde.

Corte de Imaginação e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora