Capítulo 23

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Descendo para o café como se nada tivesse acontecido.

Fingindo que o passado não me persegue.

Fingindo que um dia toda essa dor será substituída por felicidade.

E também não sou hipócrita , o mundo está cheio de problemas, tenho tantas coisas para agradecer e fico aqui listando as desgraças que me acompanham.

Chegando ao local de comer todos já foram sobrou Hélê, hoje vamos nós duas.

Passo por a dona da estalagem e ela diz:

— Oi, minha querida, dormiu bem?

— Sim, muito bem— digo lhe mostrando um sorriso.

— Vá comer querida, não pode ficar essa hora da manhã sem algo na barriga.

— Já estou indo.

Ela me trata muito bem, sempre tem cuidado comigo.

— Estou faminta— digo sentando de frente a Hélê e pegando um extravagante pedaço de bolo com cheiro de laranja.

— Coma porque hoje o dia vai ser bem agitado.— diz Hélê comendo um biscoito amanteigado que faz crock crock. — Aislin...— prossegue— quero te ajudar com os seus pesadelos— como ela sabe?— ontem a noite quando cheguei do bar escutei gritos seu e pensei que você também tem pesadelos como Lucien, conheço uma curandeira que me ajudou bastante, ela é calma, vai te ajudar com os seus traumas, hoje fiz a mesma proposta para Lucien, ele topou, depois de muita insistência.

Uma curandeira... Será que ela pode..

— Você acha?

— Sim, ela me ajudou muito, bastante.

Talvez ajude...

— Tudo bem, vou ver ela.

— Ótimo, vai com o Lucien hoje depois do trabalho.

Lucien também tem pesadelos... meu corpo arrepia só de pensar que ele sente tamanha dor e aflição...

— Vamos ao trabalho então.

Pego mais um pedaço de bolo e sigo Hélê e sua completa animação.

*****

E lá vamos nós, depois de terminar o trabalho encontrei Lucien na estalagem, fomos treinar um pouco, ele me forçou correr porque disse que fico sem ar muito fácil porque não me exercito!

Estamos igual dois derrotados, agora vamos ter a conversa com a curandeira.

Digo a Lucien enquanto caminhamos:

— Aposto que ela vai queimar todas as ervas contra energias negativas no momento em que chegarmos— Lucien me olha e rir balançando a cabeça.

— Não serão suficientes para tirar sua energia ruim.

— Falou o grandalhão que tem um olho falsificado por motivos de energias positivas— espero que ele não me odeie por isso, ele riu, ufa.

— Tudo bem, mão queimada— ah, ele é um desgraçado— você está certa.

Avisto uma casa, na verdade um chalé, coberto de ervas diversas e com fumaça saindo pela chaminé, me parece aconchegante.

— Lucien, eu bato na porta e você fala.— digo enquanto arrumo meus cabelos molhados de suor.

— Eu? você é melhor com palavras.— diz Lucien com convicção.

— Problema seu, falei primeiro que bateria na porta.

Corte de Imaginação e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora