Capítulo 15

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Jogo minha bolsa em um canto, começo a correr e digo em tom provocativo:

— Se eu conseguir pegar a galinha é porque realmente você tem medo!

Lucien começa a correr, ele é mais rápido, desgraçado.

A galinha correu para o fim da rua.

Estamos correndo para a mesma direção.

Já estou sem ar, que ódio!

Lucien para de correr e diz sem cansaço em sua voz:

—Ela entrou na floresta.

— Então vamos pega-la— digo ofegante e me aproximando.

— É só uma galinha, não vale a pena perder tempo.

— Você ganhou ela de presente, claro que vale a pena.

Lucien me encara, cola a mão na cintura, se apoia em um dos pés e me diz:

—Tudo bem, mas acho melhor você ficar e se sentar com a velhinha.

— Ficar?

—Sim, você não aguenta correr igualmente a senhora que me deu a galinha, para evitar mais problemas, fique lá com ela.

Como ele ousa?

— Eu vou, se quiser fique, não estou cansada— respiro e inspiro— só respirando mais....

Lucien faz um gesto de silêncio e começa a andar cautelosamente.

Me viro com cuidado e a galinha está de costas, ciscando folhas perto de uma enorme área lamacenta ao lado da rua.

Começo a andar perto de Lucien, se ele não pegar, eu pego.

Ele se aproxima, calmo e como uma raposa atrás da presa.

A lama parece mole, mas estou com cuidado.

Lucien rapidamente coloca as mãos na galinha, que tenta se soltar novamente com bicadas mas desta vez ele está atento.

Lucien diz:

— Vou quebrar logo o pescoço dela para que não tente mais fugir.— Levando a mão ao pescoço da galinha.

Imediatamente grito:

— Não!— Tento correr e acho que pisei em algum buraco que me faz cair deitada sobre a lama.... Não acredito!.... agora ele tem motivos para zombar!

Lucien me olha e cai na gargalhada, um sorriso diferente, lindo e estranho, com dentes brancos como a neve do inverno.

—Pare de rir— digo irritada.

— Não— diz entre risos— espere, vou deixar a galinha na casa da senhora e volto para ajudá-la.

E simplesmente sai sorridente com a galinha entre os braços.

Por que ele sempre faz isso?

Preciso me levantar, não vou esperar por ninguém!

Me sento, empurro o chão com as mãos e falho na tentativa de me levantar.

Agora estou aqui, suja de lama, passando vergonha e ainda mais! esperando um feérico burro para me ajudar...

Paciência.

— Está gostando?— diz Lucien encarando o meu estado com um sorriso largo.

— Sim, claro, amo ficar sobre a lama— Bato com as mãos na lama— quer experimentar?

— Não, aproveite.

— Me tire logo daqui!

— Só se pedir por favor.— diz sério.

Corte de Imaginação e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora