Lost In The Soulds-Hyunlix

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Hyunjin On

Dizem que existe 5 fases de luto de um término de relacionamento.

1°-Negação- os 10 minutos da porta.

2°-Raiva- Desde que me viu até agora.

3°-Negociação

4°-Depressão

5°-Aceitação

-Talvez eu devia falar com ela. Talvez ela repensava e veria que é melhor ficar comigo não? -ele pergunta e olha para mim com olhinhos de gato. -Achas que ela me aceita de volta? -ele pergunta e aperta os meus braços com força. -Eu preciso dela, eu faria tudo por ela.

-Lix, ela não merece o teu esforço, foi ela que escolheu, por isso vai arcar com as consequências de não passar o resto da vida com a melhor pessoa do mundo. -digo, rezando para ele não me atacar de raiva, foram as únicas palavras doces que me surgiram no momento.

Ele avança colando-se em mim e coloca a sua cabeça no meu pescoço, passando os seus braços pelas minhas costas num abraço.

Ele não diz nada e eu estou a tremer-me, pois isto pode ser o silêncio antes da bomba.

Abraço-o de volta e sinto o meu pescoço a ficar molhado.

Tenho a pequena impressão que estamos a transitar para a 4°fase.

Eu sei que estas fases não se aplica a toda a gente e que há delas que duram mais que outras, mas não estava à espera que o Felix as ultrapassa-se tão rápido.

Claro que isso não me incomoda, eu só quero ver o meu amigo bem, mas tenho a pequena impressão que a depressão vai ser a mais profunda.

O Felix é uma pessoa extremamente, amorosa e apega-se facilmente, por isso perder alguém para ele, tal como é para todos, é doloroso, mas acho que nele os efeitos acabam por ser um bocado ampliados.

Começo a ouvir o seu choro e o meu pescoço sente as suas lágrimas que escorriam pela sua face e por sua vez passavam ao meu pescoço escorrendo por este chegando a algumas escorrem pelo meu peito.

Ajeito os meus braços nas suas costas e aperto-o com um bocadinho mais de força, vai ser uma noite comprida.

●●●

Já devíamos estar agarrados em pé à uns valentes minutos e sinceramente as pernas começavam a doer, mas não me importava, eu não ia deixar o Lix por nada neste mundo.

-Vai...tomar banho. -ele gagueja, abandonando-me.

Caminha lentamente até à cama, coloca o computador no chão um ótimo sitio para ele ficar, abre as mantas e enfia-se na cama, tapando-se até à cabeça.

Eu agarro no computador sempre a olhar para o corpo tapado e coloco-o na secretária, vou buscar as minhas coisas, desviando o olhar durante uns segundos e faço o resto do caminho até à casa de banho, pensando e olhando para o Lix.

Ao contrário do Felix, eu tomei um banho rápido, para voltar a ficar ao seu lado, não quero nada deixá-lo sozinho a martirizar-se.

Visto-me rapidamente e abro a porta da casa de banho devagar para não o acordar no caso de ele estar a dormir.

Saio e vejo-o a mexer-se, algo me diz que ele está bem desperto.

Vou até à sua cama, mas a cara ainda está tapada, levanto as mantas e ele mexe-se, definitivamente está acordado.

Tiro os chinelos e sorrateiramente entro na cama, apesar de as molas do colchão terem quase gritado o nome do Felix só quando me sentei.

Deito-me e ele vira-se para ver o que se passa deste lado da cama.

Os olhos deles estavam vermelhos e inchados do choro, as suas sardas perderam o brilho e os seus olhos castanhos pareciam que estavam negros de dor e tristeza.

-Que é que estás a fazer? -ele pergunta.

-Companhia. -digo e deito-me de lado como ele, para ficarmos frente a frente.

-Sabes que fazes companhia mesmo estando na outra cama. -ele diz friamente.

-Muito bem. -digo e começo a tirar as mantas para ir embora, é normal que ele queira estar sozinho, só podia não responder tão bruto.

Estava eu a tirar a perna da cama quando sinto o meu pulso a ser agarrado.

-Desculpa. -ele pede baixinho. -Faz-me companhia...aqui. -ele pede com os olhos a encher de lágrimas.

Volto, a minha verdadeira intenção não era abandoná-lo, mas como pensava que era isso que ele queria.

Deito-me de lado para ficar frente a frente com ele e vejo as lágrimas voltarem a sair do seus olhinhos que ele esconde na almofada.

Puxo-o para mim pela cintura e encosto-me a ele, cheirando o seu cabelo que ainda estava molhado.

Ele treme na respiração e agarra-se a mim como se fosse uma âncora, eu seria qualquer coisa por ele e dou-lhe um beijo na cabeça para lhe passar segurança.

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Já devia ser a 5° vez que ele acordava nesta noite, ele tentava ficar quieto para não me acordar, mas sinceramente durante a noite toda, eu ainda não tinha pegado no sono a sério, a preocupação era predominante.

Estendo o meu braço e passo pela sua cintura, ele estava de costas para mim e puxo-o.

Ele respira fundo, tentando esconder a choradeira que aconteceu à uns minutos, o que me fez despertar.

Encaixo o meu queixo no seu ombro e pescoço e deslumbro os fios de água que traçavam a sua cara, nos quais a luz refletia.

Levo a minha mão da sua cintura ao rosto e limpo os fios com o dedão, ele estava gelado que nem uma pedra.

Ele estremece com o gesto, acho eu.

-Vai ficar tudo bem. -digo baixinho ao seu ouvido.

-Prometes que nunca me deixas? -ele pergunta uns segundos depois, com uma voz frouxa.

-Prometo com o maior prazer do mundo. -digo e ajeito-o contra mim.