Sra.Lee On
-Toma. -digo enquanto esperávamos a hora de embarque.
-Umas chaves? -Hyunjin pergunta perdido.
-Sim. São as chaves da minha casa em Austrália e isto...-digo e tiro da carteira um papel com um número de telemóvel que eu coloco na sua mão. -...é um papel com o número de uma agência de dança que pertence a um amigo meu, ele está à procura de professores agora para o verão e eu mencionei o teu nome, estava à espera de te dar isto pelo natal com mais uma prenda, mas como vais embora mais cedo.
-Eu fico-lhe muito agradecido por ter mencionado o meu nome e fique descansada que eu dou lá um saltinho, mas o porquê da chaves? -ele pergunta e eu dou-lhe um sorriso que ele força para retribuir com outro.
-Para teres onde morar quando tiveres o trabalho, podes levar a tua família contigo se quiseres, para não passares as férias sozinho.
-Eu não posso aceitar. -ele diz referindo-se à chaves.
-Ai é que podes, sabes porquê? Porque tu mereces algo bom, mereces atingir os teus sonhos, por isso olha para isto, para a casa e o número de telemóvel, como um empurrãozinho para começares a tua vida.
-Eu só aceito se eu pagar a conta da luz e da água pelo menos. -ele diz suspirando.
-Feito. -digo e abraço-o.
-Muito obrigado, por tudo. -ele diz enquanto me continuava a abraçar.
-De nada. -digo e separo o abraço. -Lembra-te, vive a vida e luta pelos teus sonhos, não te deixes ir abaixo por causa disto, um dia ainda vais ser grande a nível mundial. -ele ri-se. -Não te rias, é a intuição de mãe que está a falar e olha que as mães quase nunca falham, tu és como um filho para mim, por isso aplica-se a mim.
Levantamo-nos ao mesmo tempo e ele dá-me um abraço outra vez.
-Porta-te!
Ele desfaz o abraço e vai para a porta de embarque, dando-me um sorriso no final, ele não merecia nada disto.
Agora, ajustar contas com o Felix, acho que está na altura de alguém o acordar para esta vidinha.
●●●
Durante o caminho todo milhares de versões de conversa passaram a minha mente, desde aquelas em que o desfecho era o melhor de todos, algo impossível, até aquelas em que o desfecho era o pior de todos os tempos.
Espero o portão abrir enquanto bato com as unhas no volante, um tique nervoso e reparo que as luzes estavam todas apagadas, rezo para ele estar em casa, porque creio que se ele voltar mais tarde esta onda coragem é capaz de ter desaparecido..
Quando já tenho espaço entro em casa, estaciono e saio do carro à pressa.
Abro a porta da entrada, descalço-me e calço os chinelos, deixo a mala e as chaves na mesa e vou em busca do Felix.
Não estava na cozinha/sala por isso vou ao segundo sítio mais óbvio, o seu quarto.
Primeiro experimento abrir a porta, mas sem eficácia por isso bato.
-Já vai! -ele berra e eu chego à conclusão de que ele ainda estava com a rapariga.
Impaciente continuo à porta a bater com o pé no chão, ouço barulhos e passos apressados até que ele finalmente destranca a porta.
Entro de relance e reparo que a rapariga não estava em lado nenhum, mas a janela estava aberta.
Volto para trás e desço as escadas a correr, se a rapariga saiu pela janela quer dizer que ela vai ter que atravessar a lateral da casa e sair pela frente, já que a parte de trás da casa só vai dar a terrenos.
Corro e abro a porta vendo uma rapariga a correr com a mala e a camisola na mão.
As madeixas vermelhas não enganavam ninguém e aquelas botas pretas de salto muito menos.
-LUÍSA! -eu berro e a rapariga olha para mim tirando-me as dúvidas que era a própria.
Ela salta a parede com uma facilidade que me leva a dizer que não é a primeira vez que ela faz tal coisa.
Chocada com tudo e a juntar as peças uma às outras, entre o que Hyunjin me contou e aquilo que eu estou a testemunhar, viro-me para dentro da casa.
-Estás de castigo! -eu berro ao Felix que estava a meio do corredor.
-O quê? Eu tenho 20 não me pode meter de castigo. -ele reclama.
Preparo-me para o que está para vir, respiro fundo, fecho a porta, acendo a luz do corredor e volto a fintá-lo.
-Sim, eu posso. Vives debaixo do meu teto e acima de tudo sou tua mãe.
-Essas cartadas já estão desgastas e acima de tudo estou de castigo porquê? -ele pergunta e eu fico chocada pela sua audácia. -Estou de castigo por ter tido relações com uma rapariga?
-Sim, a partir do momento em que essa rapariga é a Luísa. -digo e avanço um bocado.
-Ah pois! Eu esqueci-me que só a mãe é que se pode envolver e ter diversão com as pessoas da família Castro. -ele goza.
-Tu retira já o que disseste Lee Felix. Sabes perfeitamente que eu e o Pedro estamos em uma relação séria.
-Divertem-se! -ele sussurra e eu aproximo-me totalmente a ele.
-Tu ouve-me bem Lee Felix tu vais afastar-te da Luísa imediatamente...
-E quem é que me vai impedir de fazer tal coisa? A mãe? -ele goza.
Não me controlo e dou um leve estalo na cara do Felix.
-Tu vais afastar-te porque vais destrui-la, porque tu estás a usar a Luísa para esquecer o Hyunjin.
-Não se atreva a meter o Hyunjin na conversa.
-Atrevo sim senhora! Tu usas todos os que te rodeiam para te consertares. Usas-te o Hyunjin e depois do pé para a mão deixas-te de falar com ele, usas-me a mim para descartar a raiva e agora usas a Luísa para esquecer o Hyunjin. Aprende a lidar contigo e não uses os outros como sacos de pancada porque tu não tens noção da dor que causas às pessoas, faz-te homem e aprende com os erros.
Respiro fundo e decido acabar com isto.
-Por isso sim, estás de castigo. Não vais sair com ninguém nem para lado nenhum durante as férias do Natal, estás sem telemóvel e vais afastar-te da Luísa. Nem te atrevas em dizer mal outra vez do Pedro e não venhas reclamar do castigo de criança, porque enquanto tu tiveres atitudes de criança vais ter castigos como criança. -digo e vou para a cozinha para voltar a ajeitar-me.
Nunca tinha batido no Felix e ter o feito causo-me um transtorno, mas acho que era o que ele merecia na hora, só espero que nada disto tenha sido em vão.
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Lost In The Soulds-Hyunlix
FanfictionFelix acaba de sair de uma relação que faz com que ele se perda a nível de personalidade, arrastando o seu melhor amigo para isso, Hyunjin. Decididos a reencontrarem-se ambos passam uma semana trancados em casa, descobrindo nos primeiros dias que a...