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Hyunjin On

Acordei a meio da noite, inquietado e apesar de querer estar sempre a virar-me na cama à procura de uma posição confortável não queria ao mesmo tempo mexer-me muito, graças ao Felix em baixo de mim.

Ponho-me na pontinha da cama e estico a cabeça para ver o Felix, já que por acaso não via se estava bem à algum tempo.

Espera, onde e que está o Felix?

Saio da cama à pressa e volto a ter a certeza se o Lix não está lá, vou à casa de banho, nada, o meu quarto, nada, o seu quarto, nada.

Quando o encontrar vou matá-lo.

Desço as escadas sempre 100 à hora e encontro um vulto no sofá.

Desacelero, respiro fundo por o ter encontrado e aproximo-me lentamente até ele.

Ele tremia levemente, o que fez o meu coração voltar a ficar nas mãos.

Puxo a manta levemente para baixo e ele mexe-se encarando-me.

Tinha a cara traçada com riscos de choro, encharcado as suas sardas e bochechas que muito avermelham.

-Os comprimidos deixaram de fazer efeito, por isso a dor veio ao de cima...e é insuportável. -ele diz explicando-se. -Sai do quarto para não me vires e preocupares.

-Fala isso para o Hyunjin que andou desesperado à tua procura e já estava pronto para ligar à polícia. -digo e ele dá sorriso meio murcho. -Nunca mais fujas, baby, nunca mais.

Ele não diz nada, mas entendo que ele dizia um sim sem palavras.

-Agora levanta-te um bocadinho do sofá, para eu caber aí. -digo num tom de brincadeira, para ver se lhe colocava um sorriso.

Ele levanta as costas e eu instantaneamente arrependo-me do meu pedido, já que só o fiz com que ele sentisse mais dor por se mexer.

Sento-me, passo uma perna de cada lado do Felix e puxo-o com muito jeitinho, como se ele fosse uma boneca de porcelana, para mais perto de mim.

Ele deita as suas costas ao meu peito e coloca a sua cabeça perto do meu pescoço.

Procuro a sua mão que estava no seu colo e interlaço na minha.

-Sabes que podes respirar. -ele diz rindo.

Tinha medo que a minha respiração fizesse com o meu peito se colasse muito às suas costas, causando-lhe dor.

Faço-lhe festinhas com o dedão nas costas da sua mão, o seu rosto vira-se para o meu pescoço.

Ele morde o lábio inferior e reparo que ele devia estar com dores.

-Lix, eu dava-te o comprido de bom grado, mas não está na hora. -eu digo meio desapontado.

-Huhu. -ele diz, escondendo o rosto no meu pescoço, sentindo as suas lágrimas.

Com a mão disponível levo-a ao seu queixo e puxo o seu rosto para fora do meu pescoço, ele respira profundamente.

Descaio a minha cabeça levemente para a frente para o ver melhor e reparo na tristeza e dor tatuada na sua cara, mas acabo para ser atraído para a marca que os dentes tinham deixado no lábio inferior do Lix.

Os seus lábios rosados, avanço a minha cabeça e vejo os seus olhos a olharem nos meus, deixando de me fintar de vez em quando para olhar para os meus lábios.

Sentir os lábios do Lix contra os meus foi a melhor sensação que eu tive nestes últimos tempo, o suave, o seu doce, mordo levemente o seu lábio, querendo o seu doce e passo a minha mão do seu queixo para a parte detrás do seu pescoço.

Reparo que o Lix queria mais contacto, queria tocar-me, mas como ele estava deitado à minha frente e para se mexer, ele ia viver o inferno de dores, facilito-lhe a vida.

A mão que agarrava encaminho-a para a minha cintura que ele faz questão em conhecer sem roupa no meio, colocando a sua mão quente nela.

Parámos para apanhar ar, mas o Lix não precisa de muito tempo voltando a beijar-me intensamente.

Ele aperta a minha cintura e eu estremeço, sorrindo no meio do beijo.

A outra mão do Lix soube e desce na minha perna direita e eu aproveito para passar a minha mão para o abdómen que eu tocara de manhã, mas não tive oportunidade de apreciar.

Paramos outra vez, mas desta vez o Lix enfia a sua cara no meu pescoço, muito provavelmente corando.

Riu-me e dou-lhe um beijo na cabeça, fazendo com que ele enterre mais a cabeça.

Que momento!

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Felix On

O despertador toca e eu estico-me todo para chegar até, uma dor atravessa-me a espinha, fazendo que para eu não berrar de dor mordo o lábio inferior e prendo a respiração.

Deixo-me descair para o peito do Hyun e respiro outra vez, já que a dor se aliviou.

Viro o rosto para observar o Hyunjin que dormia como anjo, ainda pensei em sair do sofá para ir buscar os comprimidos, mas se só mexer me custa.

Tinha pena de ter que pedir ao Hyunjin para me ir buscar os comprimidos, principalmente quando o vejo a dormir tão profundamente.

-Hyun! -chamo-o tocando-o de leve.

Ele acorda mal eu encosto nele, de um modo sobressaltado, abrindo bem os olhos para me ver.

-Estás bem? Precisas de algo? Dói-te algo? -ele pergunta logo se rajada, atordoando-me.

-Preciso dos comprimidos, o alarme já tocou. -digo tentando ainda ingerir as perguntas.

-Ok. Levanta as costas com cuidado para eu sair, por favor. -ele pede e eu faço o mesmo esquema que ontem.

Observo-o a subir as escadas, fico com os meus pensamentos durante uns segundos e vejo-o a descer em minha direção.

Incomodava-me o facto do acontecimento do dia anterior para ele ser inexistente enquanto para mim ele passava e repassava na minha mente.

-Toma. -ele diz amavelmente dando-me os comprimidos e uma garrafa de água. -Vou buscar-te gelo. Queres que eu te leve lá para cima?

-Não. -digo, não o quero sobrecarregar.

Lost In The Soulds-HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora