Capítulo 6

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Eu tinha que ficar tranquila, é claro que eu iria acordar ao lado de Nicolas, o cara que simplesmente pediu para uma garota fingir ser eu, mas a raiva que me atingiu quando eu descobri isso já estava dissipada. Ou quase.

Apertei mais os olhos antes de abri-los. Talvez eu pudesse aproveitar mais o calor dos braços dele antes de levantar. Apertei o forte... espera, ele esta muito mole, cade o peso dos seus braços na minha cintura?

A porta foi aberta e eu me sentei rapidamente assustada.

- Ary? Já acordou? Ou fui eu? - perguntou... e Jesus, Maria e José, aonde ele estava? Ele podia correr machucado do jeito que estava?! Bom Nicolas estava simplesmente com a blusa toda suada colada ao peitoral, ele usava uma calça de moletom e estava de tênis de corrida. - Ary? - chamou me trazendo de volta para a realidade.

- Oi? - disse balançando a cabeça - Foi mal, ainda estou com sono. - menti e ele riu.

- Não era o que parecia. - avisou. - Aliás, - apontou o queixo para o travesseiro - Você sentiu tanta a minha falta assim?

- Como? - perguntei evitando olhar o estrago que talvez estivesse o travesseiro onde ele havia dormido. Aquela coisa ainda tinha o cheiro dele, era claro que eu havia pensado que ele estava lá.

Ele riu e tirou a camisa me dando uma visão melhor de seu peitoral largo e cheio de quadradinho. Eu tenho que admitir, Nicolas Smith, era o tremendo de um gostoso! Mas eu deveria fingir estar brava com ele, o que ele fez não tinha como ser perdoado, ou tinha? Qual seria a explicação pra ele ter feito o que fez?!

- Eu sinto cheiro de fumaça e sei que é você quem está pensando! - brincou. Ele sempre tinha esse sorriso no rosto com as suas covinhas, às vezes me dava vontade de tirar este sorriso do rosto dele aos tapas. Tipo agora. - Olha eu vou tomar banho e respondo todas as suas perguntas pode ser? - perguntou e eu assenti.

Ainda vestida com a roupa de ontem, corri pelo quarto atrás de papel e uma caneta - achando na verdade uma lista telefônica e um lápis de escrever, em cima das folhas amarelas comecei a esboçar algumas perguntas que eu queria fazer desde o início da viagem. Às primeiras eram: "Você estava esperando minha concessão?"; "O que você quer de mim?"; "Por que Alex veio todo misterioso falando sobre a história que você me contou?"; "Você já teve uma namorada?". Mas assim que ele saiu do banho a pergunta que saiu foi:

- Por que você pediu pra ela ser eu? E se tiver alguma coisa haver com o que você me contou no dia dos nossos pegas, eu quero que me conte o que eu faço com você!

- Você ainda se lembra? - ele parecia surpreso, mas suas palavras martelavam na minha cabeça, dia e noite.

- Lembro de muitas coisas, como a sua promessa de se comportar durante a viagem. Agora me conte. - exigi, ele secou os cabelos fazendo seus músculos e abdômen contrair. Ele estava tentando me distrair. Mais um pouco e ele conseguiria, eu tinha que ser forte!

Mas como? Com Nicolas, seu peitoral forte, suas entradinhas e o caminho da felicidade bem a minha frente só de cueca procurando usar de todo o seu corpo para me fazer esquecer das perguntas. Ele estava conseguindo fazer o meu cérebro parar de racionar de pouquinho em pouquinho. Eu podia sentir as rodas de pensamento pararem de funcionar e começarem a sair fumaça com o esforço de voltarem a funcionar.

- Ariel? Se eu lhe dizer que você ainda não está preparada pra escutar o que eu tenho pra dizer sobre aquela noite das estrelas? O que aconteceria? - perguntou receoso.

- Eu ficaria curiosa, mas não iria afetar muito no que irá acontecer se você não me contar sobre a boate. Por que você pediu aquilo? Eu já tinha concordado, não tinha? - ele se virou de costas, onde eu podia ver novamente depois daquele banho no México as suas covinhas... E senhor é mais, como Nicolas podia ser tão gostoso?!

Um Amor de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora