Capítulo 9

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Ninguém tinha a intenção de desviar o olhar, ele estava parado em cima de mim e dentro de mim. Não queríamos que esse momento acabasse, não queríamos que toda a atmosfera mudasse. Estávamos felizes ali, plenos, satisfeitos e tínhamos medo de que não encontrássemos esses sentimentos de novo.

Nicolas acariciou meu rosto, como se estivesse segurando uma pétala de rosas - com cuidado, delicadeza e gentileza. Eu realmente não conseguia desviar os olhos, eu nunca tinha me sentido tão bem, nem tão amada como agora.

- Nico, Ary, venham jantar! - gritou alguém, mas não queríamos nos mover.

Estávamos naquela posição desde as três e meia da tarde, não tínhamos força ou coragem para desviar os olhares.

Duas batidas na porta, fizeram com que eu saltasse na cama.

- Tem alguém vivo aí dentro? - era a voz de Elizabeth.

- Já estamos descendo Elizabeth, mais dois minutos - pediu Nicolas, ele fechou os olhos com força e apoiou a cabeça em meu ombro - Você deve estar com fome ficou sem comer por horas. Desculpa por fazer você passar por isso eu esqueci que... - minhas mãos ainda estavam entrelaçadas nas suas, mas mesmo assim acariciei seus cabelos.

- Não se preocupe, eu também esqueci. - avisei, sorrindo e inclinando um pouco a cabeça para o lado. Ele levantou a cabeça e vi seus olhos brilharem.

- Você fica muito linda desse jeito, cabelo todo bagunçado, suas bochechas rosas, seus lábios vermelhos e inchados. Céus, às vezes acho que você é um anjo, sabia? - disse em tom de admiração.

- Ah, muito obrigada. - falei o puxando pra mim e lhe dando um selinho.

- Vamos tomar um banho e descer, antes que venham atrás de nós novamente. - pediu me abraçando.

O banho com alguém sempre é tão relaxante? Ou é pelo fato de ser com Nicolas? Eu não sabia como era tomar banho com alguém, Nicolas era o primeiro homem com quem eu tomava banho.

Nicolas também foi o primeiro com quem eu transei no banheiro de um restaurante. Antônio e eu adorávamos variar da casa dele, pra minha e para um motel, nunca passávamos disso, nunca pensamos em fazer outra coisa ou em outro lugar. Talvez esse seja o motivo de termos terminado, a falta de adrenalina.

Mas as sensações com Nicolas são diferentes, ele se desculpa por quase qualquer coisa, ele me trata como se eu fosse a única - Eu sei que no final desta viagem todo esse conto de fadas vai acabar, sei que terei de enfrentar o meu pai e dizer que não quero fazer Direito e sim Literatura, que eu não quero Harvard e sim a simples NYU (New York Universidade), mas como eu direi tudo isso para ele sendo que eu me perdi, eu estou gostando da sensação de estar perto de Nicolas, mas algumas vezes minha mente volta procurando as sensações que eu tinha com Antônio para comparar.

E se Nicolas estiver atuando? E se tudo não passar de um sonho? Eu precisava falar com Melissa ou minha cabeça irá explodir de tanta comparação entre Nicolas e Antônio.

- Vamos jantar? - perguntou Nico ainda vestindo sua camiseta.

- Não podemos ficar no quarto?

- Por mais que eu queira também ficar aqui, meus tios iriam vir aqui e não iriam gostar de saber que estamos no mesmo quarto. Por isso teremos uma reunião com turma antes de dormir, quero sair daqui o mais rápido possível.

- Eu ainda não entendo.

- O que você não entende?

- Como você pode dormir quase nada e não ter olheiras, tirando o fato que você come feito um dragão e não engorda. Me diga, você é imortal? - brinquei o fazendo dar duas risadinhas. Nicolas se virou rapidamente de frente pra mim e me jogou na cama, prendendo minhas mãos e fazendo cócegas em meu pescoço com seu cabelo.

Um Amor de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora