Capítulo 11

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Eu estava totalmente dolorida, só de lembrar o que fiz e onde fui na noite passada o meu corpo simplesmente se impulsionava para mais perto de Nico que dormia ao meu lado no avião, tão tranquilamente e parecia nem notar o quanto já estávamos grudados.

Levantei me para ir ao banheiro e tentar ver se aliviava a sensação entre minhas pernas, eu ainda estava dolorida mas mesmo assim meu corpo pedia mais por Nico, como se isso um dia fosse acabar. Mas é claro que vai acabar, bem no fim desta viagem. Vamos lá Ariel, admita, você nunca se divertiu tanto como esta se divertindo com Nico... Sim isso era verdade, eu nunca tinha me divertido tanto como estava me divertindo com Nico, nunca tive as sensações que tenho com Nico e nem os pensamentos.

Quando voltei para o avião Nico continuava dormindo continuava a imaginar que se eu ficasse ou fugisse com Nico, possivelmente minha vida seria bem mais fácil.

*Mensagem*

Mel: Hey baby, já estou te esperando no aeroporto de Manaus, quero conhecer logo o Lendário Nicolas Smith, aquele que fez minha amiga cair de quatro. :*

Eu: Ele não fez eu cair de quatro, sossega Mel. Já já estaremos chegando. XOXO

Faltando meia hora para pousarmos Nico pegou minha mão e se levantou me levando até o banheiro do avião.

- Nico - gemi - Meu corpo esta todo dolorido.

Nico gargalhou olhando em meus olhos profundamente, eu não sabia como poderiam ser tão escuros aqueles olhos quando estavam cheios de desejos, ele simplesmente balançou a cabeça e quando abriu novamente os olhos sorriu.

- O que foi? Parece que nunca me viu antes. - brincou e eu realmente não estava reconhecendo esse Nico, ele estava tão diferente era como se todos os seus defeitos tivessem sumido perante os meus olhos.

- Senhores passageiros por favor coloquem seus cintos de segurança, iremos aterrissar em menos de dez minutos. A ViagensFormas agradece a sua preferencia.

- Acho melhor voltarmos - pediu ele agindo estranho novamente.

- Ei, ei Nico - chamei levantando seu rosto já que ele estava olhando para baixo - Não é o que você esta pensando Nico, você não me machucou é que eu não sou acostumada a receber... - eu sentia meu rosto ficar vermelho, ele sorriu de lado, sabia que iria me provocar.

- Não esta acostumada ao que? - puxei seu rosto para perto dos meus lábios e sussurrei:

- A receber o melhor sexo da minha vida. Satisfeito?

- Muito, por que acabei de lembrar que você namorava um colegial de merda que não sabia te amar direito!

Eu queria perguntar: E você sabe me amar direito? Se sabe, me leve com você, me faça sumir e largar tudo. É só dizer que SIM! É só me oferecer a sua mão.

O avião pousou e eu continuava presa entre as palavras de Nico e algum sentimento que crescia dentro de mim naquele momento.

*Mensagem*

Mel: Finalmente vocês chegaram! Ah que saudades, se cuida que eu vou pular em cima de você!!! :* :*

Eu: Já já vamos nos encontrar amiga, segura os hormônios e prepare os olhos para a visão de um paraíso. XOXO.

Quando entramos dentro do Aeroporto havia uma música estava tocando baixo mais percebi que Nico e Sam cantarolavam ela - tentei traduzir a música já que eu tinha feito aulas de português no ano passado, mas acabei falhando em algumas partes.

- Nico? Você entende Português?
- Sim, meus pais vieram várias vezes aqui.
- Poderia traduzir a música pra mim? - Nico deu risada, largou a minha mala e com cuidado colocou minha bolsa no chão ao lado da sua. Estendeu a mão e eu sorri a pegando, ele juntou nossos corpos escondendo seu rosto em meus cabelos enquanto eu tentava esconder o meu rosto vermelho - pimenta em seu peito. Então ele começou a sussurrar e balançavamos em meio ao aeroporto com o ritmo da música:
- Vamos fugir - parei no lugar por um momento - pra outro lugar, baby. - voltei a dançar percebendo que era a letra da música - Vamos fugir, pra onde haja um tobogã, onde a gente escorregue, todo dia de manhã flores que a gente regue...- Essa música era perfeita sussurrada, como uma súplica e na voz de Nicolas Smith. Suspirei bem alto, era como um sonho onde só tinha eu e Nicolas nele.
O aeroporto começou a aplaudir quando terminamos de dançar a música e Nicolas respondeu "Obrigado " para todos como se fizéssemos parte de um show, sorri pra ele encostando minha cabeça em seu braço e ele entrelaçou minha mão na sua - com isso saiu flash de câmera de todos os lugares, perguntaram nossos nomes e Nicolas respondeu com a sua voz doce e grave da forma mais gentil possível.
Quando finalmente saímos da multidão com as nossas bolsas, liguei para Mel para saber onde ela estava.
- A! - gritou me fazendo virar para encontra - lá, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela já tinha pulado em cima de mim e estávamos caídas no chão rindo.
- Mel - respondi rindo.
- Eu avisei pra estar preparada! - brincou fingindo estar brava. Mel se levantou e antes que eu conseguisse levantar sozinha Nicolas já tinha me estendido a mão para me ajudar, ele passou o braço pela minha cintura e sorriu esperando que eu apresentasse.
- Ah sim, Mellissa este é o Nicolas - falei e ela prendeu a respiração e seu queixo caiu, só faltava ela começar a babar - Nicolas, esta é minha melhor amiga Mellissa.
- Pode me chamar de Mel, A me contou tudo sobre você e deve ser verdade até por que você foi o único que ela dormiu depois de Antônio.
- Mel! - a repreendi, mas Nico apenas riu.
- Olá Mel, pode me chamar de Nico, Ary me contou algumas coisas de você mas não tudo, espero que você me faça conhecer o passado obscuro dessa menina, por que ela é anjo demais pra mim.
- Anjo? - Eu e Mel perguntamos levantando as sobrancelhas. Éramos viciadas na saga Hush Hush, sempre sonhamos em encontrar um cara igual ao Patch Cipriano.
Mas eu estava percebendo que o meu estilo era mais Nicolas Smith do que Patch Cipriano, Romeu, Edward Cullen, Daniel Grigori, Rush Finlay, Alagan Dhiren, Cristian Grey, Valentin Mongester, Clary Fray, Cameron Briel, Ian Clark, Os irmão Salvatores, Tobias Eaton, Bennett Ryan, Max Stella, Will Sumner, Auggie pullman, Jace Herondale, Augustus Waters, Peeta Mellark, Landon Lucas Maxfield, Travis Maddox ou Gideon Cross, na verdade, Nicolas era um pouco de todos em um só. Nicolas era perfeito mesmo com os seus defeitos - o que ele nunca tentava esconder, isso era o que fazia ele diferente de todos os meus personagens. Nicolas sempre mostrou todos os seus defeitos, sem medo de me perder, sem medo de me deixar partir quando eu precisasse...
- Alguém falou anjo? - disse Lara, me tirando dos meus devaneios
- Nicolas Smith disse que a A é um anjo comparada a ele - rimos.
- Não sabia que vocês eram tão viciadas em Hush Hush, acho que deixarei se iludirem mais um pouco. - comentou Tory rindo.
- Vamos logo pessoal, vamos andar um pouco por Manaus, achar onde poderemos comprar ou alugar um carro e vamos meter o pé na estrada! - Empolgou Mel e sua barriga roncou. Demos risada - Tudo bem, podemos parar em um lugar para comer também.

Depois de dez minutos, um táxi apareceu para nos levar para o Centro, foi meio estranho esse tanto de gente dentro de um só carro, Mel foi na frente conversando com o motorista em um português fluente. Tory estava sentada no colo de Alex, eu no de Nico e Lara no de Sam, estávamos apertados naquele carro e mesmo que eu tivesse pedido para pegarmos outro táxi todos se opuseram, até mesmo o motorista.
- Deveríamos ficar aqui por hoje, estou muito cansada pra viajar. - reclamei deitando a cabeça no ombro de Nicolas e ele beijou minha testa.
- Tudo bem, podemos ficar estamos adiantados mesmos.
- Obrigada - falei beijando seu pescoço.
- Você está louca pra que eu te pegue de novo né?
- Hm?
- Você beijou o meu pescoço, essa sua bunda gostosa está no meu colo e suas mãos estão muito perto de mim - comecei a dar risada, era tão fácil entrar em uma bolha particular com Nicolas. O telefone de Nicolas tocou e percebi que era Lizzie pela forma como ele sorriu.
- Nicolas não tenho muito tempo pra falar, mas vou me encontrar com vocês em Porto Velho daqui quatro dias, ok? Beijos te amo primo.
- Você vai o que?
- Consegui convencer meus pais a me deixarem irem, mas só poderei ir no fim de semana e você terá que me levar de volta pra casa. Tudo bem?
- Claro que tudo bem Lizzie! Vamos ficar em Manaus mais um dia e depois pegaremos a estrada. São 14 horas mais ou menos de viagem daqui a Porto Velho.
- Tudo bem, espero que não atrase a viagem de vocês.
- Você poderia nos encontrar em Vilhena, se não ficaremos dois dias parados para nada.
- Tudo bem Vilhena. Nem acredito que vou para o Brasil! - gritou Lizzie me fazendo rir.
- Tchau Lizzie, estaremos te esperando. Não perca o vôo.
- Sim senhor sairei daqui na sexta a noite. Beijinhoooos!
Nico desligou sorrindo para mim e beijando minha bochecha.
- Agora está quase tudo perfeito. - murmurou ele consigo mesmo.
- Chegamos! - cantarolou Mel, quando todos descemos estávamos parado em frente a uma loja de carros usados, quando virei me para falar com Nico sobre qual deveríamos comprar desta vez, ele tinha deixado as bolsas caírem, igualmente como Sam e Alex fizeram e os três saíram correndo falando:
- Isso é uma relíquia.
- Precisamos dele.
- Eu não acredito que estou vendo ele na minha frente. Isso é um sonho?
Olhei para o carro de cor marrom em cima e branca embaixo e que parecia ter saído da fábrica. Nicolas começou a conversar com o vendedor sobre o carro.
- Tory, olha isso é um Rural Willys de 1968.
- O que isso significa? - perguntou Tory
- Que ele é antigo. - respondeu Lara fazendo com que rissemos.
- Na verdade, este carro é um carro feito no Brasil e pra segunda guerra, seu motor tem 6 cilindros e pode tanto ter um motor BF-161 ou um 2600 e ser tanto um 4X2 ou um 4X4, talvez vocês não estejam reconhecendo o nome dele aqui no Brasil, mas lá para nos seu nome é Station Wagon. Hoje vocês conhecem ele como um Jeep por causa da sua evolução. - comentou Mel fazendo todos os meninos a olharem. - O que? Meu ex namorado era mecânico, eu tinha que ficar o dia todo ouvindo sobre carros, acabei aprendendo algumas coisas.
Dei risada, Mel não gostava que falássemos de Gabriel, mas ela parecia estar superando. Não é como se Gabriel tivesse traído ou coisa assim, longe disso, eles terminaram por que não saiam para jantar as suas agendas quase nunca se encontravam e agora que Mel ia embora para Washington - DC, seria um dia de viagem até lá, tirando o trânsito, os acidentes, as obras e tudo o mais. Eu não queria me separar dela, mas meu pai também não me deixaria ir. Então tive que fazer uma prova para a faculdade de Nova York onde meu pai fez sua faculdade de direito, que era a que ele queria que eu fizesse. Suspirei alto, eu não queria fazer faculdade de direito, eu queria ser professora de Literatura, mas meu pai se opôs e minha mãe não podia falar ou fazer nada.
Acabamos levando o carro que eles queriam, mas Nicolas pediu para acrescentar mais um banco e lugar para colocar as pranchas de surf, então ficariamos em Manaus mais um dia até terminar o carro.

Um Amor de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora