Capítulo 3

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Tínhamos chegado a Monterrey, eu estava feliz que finalmente iriamos conhecer algumas partes do México. Talvez eu e Nicolas nos conheceríamos mais e nos tornaríamos amigos.
Talvez Antônio perceberia o seu erro e me mandasse uma mensagem pedindo desculpas - é claro, que essa parte era só fruto da minha imaginação, Antônio nunca pedia desculpas ele poderia morrer, mas não pediria desculpa.
- Crianças! - disse Nicolas batendo as mãos, estávamos na concessionária - Vocês podem ficar aqui que eu vou escolher o carro.
- Você vai escolher o carro? - perguntei surpresa.
- Claro, tem que ser um carro confortável o suficiente para seis pessoas baby! - brincou e eu ri.
- Claro, porque o seu carro era bem confortável né? - disse irônica, me referindo a brasilia.
- Ei, não fale mal do meu filho! - reclamou - E eu vou escolher o carro, a senhorita fica sentada ai e quietinha. - mandou.
- Tudo bem então, vai lá, mas nada de carros sem vidros! - gritei
- Sim senhora!
Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Nicolas tinha comprado uma Kombi vermelha e branca, dentro tinha dois sofás de couro preto - um de dois lugares e o outro de três que quando puxávamos virava uma cama, tinha um porta malas grande e na frente tinha como sentar três pessoas.
- Melhor? - provocou e eu olhei para cima, dava para colocar as pranchas de surf quando comprássemos. - São vinte e nove horas de viagem mais ou menos até a Guatemala.
- Fez o dever de casa? - perguntei sorridente e ele semicerrou os olhos.
- Deixei um para fazer por último. - falou piscando para mim.
Antes de sairmos da cidade Nicolas nos levou a um parque ecológico chamado La Huasteca o lugar era lindo, algumas pessoas faziam escalada ali e tinha um rio para nadarem. Depois de sete horas na estrada paramos em um posto, Nicolas parecia cansado de dirigir tanto.
- Você quer que eu dirija agora? - perguntei - Ai você pode dormir um pouco e mais tarde a gente troca.
- A gente não vai continuar hoje. - ele disse - A próxima parada será na Cidade do México e dormiremos lá hoje.
- Tudo bem, mas eu dirijo até lá. - disse tirando a chave do cambio para que ele não discutisse.
- Tenho mais alguma escolha? - neguei fazendo ele rir.
Quando Nicolas terminou de abastecer, olhei para trás e percebi que todos estavam dormindo. Nicolas sorriu para mim e tirou a blusa, eu sabia que sua barriga era cheia de gominho, sabia que ele tinha covinhas nas costas... Não terminei meu pensamento, virei para a estrada e liguei o carro.
- Bom pelo menos eu sei que você não é um robô. - comentou ele depois de alguns minutos.
- O que?
- Ontem à noite você conseguiu disfarçar muito bem sua reação sobre o meu corpo, mas hoje... - ele negou com a cabeça quando eu me virei para ele incrédula.
- Do que você está falando? - fiz-me de desentendida olhando para a frente.
Eu não podia negar, ele era um daqueles caras que chamam a atenção, eu não iria admitir que o meu coração bateu tão rápido ontem à noite que eu achei que ele iria sair pela minha boca, não eu não iria admitir isso. Mas eu também não poderia negar todas as sensações que ele estava trazendo à tona, como se eu fosse uma adolescente com os hormônios à flor da pele.
- Você prendeu a respiração quando eu tirei a minha blusa, vai negar?
- Não prendi não. - menti. Eu não iria admitir, eu não podia.
- Claro, tudo bem, se você diz! - ele cedeu e se ajeitou no banco - Mas sabe, eu não iria me importar se você tivesse prendido a respiração.
- Mas eu não prendi a respiração! - menti meio exaltada.
- Tudo bem! Ta bom, você não prendeu. - falou e quando eu olhei para ele, ele sorria de canto como se não tivesse acreditado nas minhas palavras.
Três horas de viagem, até realmente chegar a Cidade do México, pegando o meu celular, pude ver que eram uma e meia da manhã, atualizei meu celular para o fuso horário e pude ver que na verdade eram duas e meia, parei em uma pensão de vinte e quatro horas acordando todos os adolescentes antes de cutucar Nicolas, pedi para que Lara fosse fazendo nossas entradas para aquela noite e todos a seguiu, Tory e Alex estavam agarrados, ele a protegia do frio da noite e ela tentava segurar ele para não cair de sono, dei risada com aquela visão.
- Nicolas, acorda, chegamos no hotel. - falei sacudindo ele que abriu seus olhos pretos e suspirou.
- Você veio a quantos quilômetros por hora? - perguntou virando-se para o outro lado e fechando os olhos.
- O suficiente para chegarmos em segurança, anda logo! - peguei ele pelo braço e o puxei para fora, perdendo o equilíbrio ele caiu em cima de mim, por sorte tínhamos caído na grama fofa na frente do hotel. - Tudo bem garotão, você prometeu se comportar - lembrei ele novamente.
- Desculpe - pediu fechando os olhos e tencionando os braços para que pudesse ficar de pé. E então antes que pudesse fazer isso uma chuva forte começou fazendo ele escorregar e nossos lábios se tocarem.
Fechei meus olhos sentindo a macies dos seus lábios se mexendo nos meus, eles eram doces e quentes. Eu nunca tinha sentido lábios tão bons antes, era uma sensação que poderia te levar à loucura, aplicados nos lugares certos do seu corpo e ao mesmo tempo te irritar pela demora de não estarem em seus lábios ou seu corpo novamente. Abri meus olhos voltando a mim e ele se afastou rapidamente.
- Desculpe me - pedimos juntos eu corando e ele olhando para todos os lados menos para mim, que provavelmente estava toda suja de lama, ele jogou sua blusa verde escura no ombro, fechou as portas da Kombi e esperou que eu me levantasse em silêncio.
Esta noite eu dormi com Lara, mas tinha um inquietação no meu ventre que não me deixava dormir, esfreguei minhas pernas fazendo atrito e descobri o motivo da minha inquietação. Tesão. Pra quem transava quase todos os dias da semana, ficar três semanas sem nada era uma tortura, não sabia como não tinha subido pelas paredes ainda.
Olhei para minha prima que dormia profundamente do meu lado, levantei-me devagar da cama, abri a porta do quarto e sai para dar uma volta, refrescar a cabeça e ignorar a sensação entre minhas pernas. Foi neste momento que vi Nicolas entrando abraçado com uma garota. Eu não sabia o que pensar ou como agir, ele tinha me beijado a algumas horas lá fora. Eu estava revirando na minha cama pensando naquele beijo até agora, enquanto ele estava em algum lugar bebendo e arrumando alguma garota para levar para a cama.
Passei por eles andando até o jardim, eu podia sentir os olhos dele em mim, mesmo do lado de fora - era como se me seguissem e me observassem, cada movimento.
Quando acordei novamente, eu estava deitada no banco da entrada da pensão, mas minha cabeça estava no colo de Nicolas. Ele estava fumando e tinha jogado um cobertor em cima de mim.
- Me desculpe - pediu ele olhando em meus olhos verdes. Eu sabia que ele estava falando a verdade, ele realmente estava se desculpando comigo.
- Está se desculpando pelo que? - perguntei me sentando e abraçando meus joelhos.
- Por tudo, por ontem e por agora - falou, jogando o cigarro no chão, me puxando pela nuca e me beijando. Esse lábios, suspirei correspondendo, eles eram tão macios, tão quentes e tão doces! Escutei um barulho de click, e quando olhei Lara estava com o celular na mão. Empurrei Nicolas para longe, mas nesse processo acabei mordendo o lábio dele.
- Lara! - rugi nervosa. Eu odiava fotos, ela sabia disso. E ela tinha tirado uma foto minha beijando Nicolas. - Apaga essa foto. - mandei me levantando. - Agora! Anda logo! - ela sorriu sapeca.
- Eu não vou mandar para ninguém Ary, pode ficar tranquila.
- Por que eu não confio em você? - perguntei caminhando até ela que jogou o celular para Nicolas. - Isso foi tramado? - perguntei e ele sorriu.
- Claro que foi. - caminhei até ele que levantou o braço sorrindo enquanto eu pulava tentando pegar ele.
- Qual é, me dá esse celular! - mandei e ele sorriu me puxando forte pela cintura e tocando seus lábios novamente contra os meus, retribui na esperança de que ele me desse o celular. Quando nos separamos ele negou com a cabeça.
- Eu não vou te dar meu celular. - me dando um selinho, caminhou para dentro da pensão, me deixando ali com um cobertor nos ombros e as pernas meio bambas.
Estávamos novamente na estrada, eu procurava alguma nova mensagem de uma certa pessoa que eu deveria esquecer. Eu também deveria esquecer o beijo de ontem á noite e os beijos de hoje de manhã, mas eles não saiam da minha cabeça e pareciam ter grudado em meus lábios - como se ele ainda estivesse ali me beijando.
- O que tanto está pensando? - perguntou Nicolas olhando profundamente em meus olhos, Alex estava dirigindo, então eu e Nicolas estávamos sentados atrás junto com Sam e Lara.
- Nada. - falei e Nicolas levantou o pescoço.
- Alex, vira a direita! - mandou e Alex obedeceu - Procura um lugar para estacionar ai. - disse e logo sentimos a Kombi parar.
- Onde estamos? - perguntei meio assustada.
- Você vai ver. - avisou dando me um beijo na testa e pegando na minha mão. Quando descemos estávamos em frente ao Palácio Nacional de Bellas Artes.
- Uau, é lindo! - sussurrei admirada
- Sabia que você ia gostar, não podíamos passar pela Cidade do México sem visitar o Palácio Nacional.
- Hey, uma foto! - pediu Tory com sua câmera profissional em mãos. Entreguei meu celular para Lara que tirou uma foto minha na frente do Palácio. Tory começou a comandar e tirar as fotos.
Antes de sairmos da Cidade do México passamos nas Pirâmides de Teotihuacan, elas eram fascinantes, era por volta de quatro horas da tarde quando deixamos a cidade. Sorri com as imagens do meu celular, até que uma me chamou a atenção eu não tinha visto ela antes. Estava eu e Nico conversando de costas para todos do grupo, ele estava fumando e eu estava fazendo companhia para ele, era em frente ao palácio, eu não me lembro do que tinha falado, mas meus braços estavam para o alto e ele jogava a cabeça para trás gargalhando.
- Esta é com toda a certeza a minha preferida! - Nico sussurrou.
- Presta atenção na estrada! - mandei rindo. Todos estavam dormindo devido ser duas horas da manhã. Nico encostou a Kombi, abriu a porta e saiu. Fiquei parada tentando entender o que ele estava tramando, levei um susto derrubando o meu celular quando ele abriu minha porta e estendeu a mão.
- Vem logo, ou você vai perder o espetáculo - avisou sorrindo, busquei às cegas meu celular para poder iluminar. - Apaga isso! - mandou enquanto tateava a Kombi buscando a escada que era embutida no porta malas. - Achei. - disse animado me fazendo rir - Shiu, ou você vai acordar as crianças! - revirei os olhos - Eu vi em! - avisou e tentei não rir. Ele demorou um pouco, mas depois de alguns instantes ligou a lanterna do celular, para iluminar a escada para que eu pudesse subir.
Quando eu estava em pé, eu pude ver: Havia um cobertor estendido. Ele tinha colocado o outro de lado e deitou rapidamente olhando para o céu.
- Anda logo - pediu - Deita aqui, eu não vou te morder! A menos que você me peça é claro. - avisou me fazendo rir.
Ele usou um dos braços como travesseiro para mim e o outro para ele, puxei a coberta e ficamos olhando as estrelas. Ele retirou seu braço de baixo da minha cabeça e colocou ao lado da minha em cima da coberta. - Está vendo aquelas três estrelas juntas? - apontou - Elas são conhecidas como "três Marias", elas fazem parte do cinturão de Orion. Está vendo aquelas ali? - disse apontando mais para cima - São do signo de Touro. Ah e aquelas ali! - apontou para o outro lado - São do signo de câncer! - ele seguiu a noite me dizendo sobre as constelações que eram visíveis e contou-me uma história sobre a mitologia grega:
- Diz a lenda que o escorpião que matou Orionte ele foi o animal enviado pela deusa Gaia para defrontar o caçador Orionte, que gabava que conseguia derrotar qualquer animal da face da Terra! - ele disse e nossas mãos se entrelaçaram e parecia que o seu sorriso não cabia no rosto - No entanto, o Escorpião gigante conseguiu picar Orionte e provocou a sua morte. Segundo a lenda, o caçador teria sido ressuscitado por Asclépio, que é representado no céu pela constelação Ophiuchus, aquela ali! - falou apontando - Ele também é conhecido por o serpentário, se você observar bem pode ver que o Escorpião localiza-se debaixo do pé de Asclépio, como se estivesse preso por ele ou coisa parecida, além disso se notar bem, hoje a gente não vai ver Orionte, devido ele e Escorpião estarem em lados opostos no céu, como se continuassem em uma eterna perseguição. - contou deixando me impressionada.
- Nossa, como você sabe disso tudo?
- Eu presto atenção na aula de astronomia - brincou se virando de lado.
- Você ainda tem aula de astronomia? - perguntei.
- Eu tinha aula de astronomia, era mais um curso para impressionar as garotas nos jantares a luz de velas no jardim lá de casa.
- Idiota! - falei rindo e me virando para olhar em seus lindos olhos pretos. Ele se levantou se aproximando como um predador encurralando sua caça. Ele havia colocado seus braços fortes cada lado do meu corpo, impedindo que eu fugisse.
- Eu vou te beijar - avisou aproximando seu rosto do meu. Como se meu corpo estivesse interligado com o dele, minhas mãos criaram vida própria e foram para sua nuca o puxando para os meus lábios. Conforme o beijo esquentava, minhas mãos desciam pelo seu peitoral definido. Ele se afastou para respirar, uma vez que ambos estávamos ofegantes. - Você não sabe o que faz comigo Ariel. Desde o momento que eu coloquei meus olhos em você.
- Por que - respirei pela boca - não me diz? - silêncio.
- Esta noite não, quem sabe em outra? Esta noite, eu só quero te beijar, até amanhecer. - pediu. Não tive como negar, aquele também era o meu desejo, beija-lo até sermos obrigados a nos separar.
Nicolas dormia do meu lado e eu tentava não encostar minha mão na dele enquanto diria a Kombi. A estrada estava um pouco movimentada, mas ainda faltava cinco horas de viagem até que chegássemos a Guatemala.
- Quer que eu dirija? - perguntou Lara se esticando no banco de trás.
- Não precisa, eu só estou dirigindo faz três horas, estou preocupada é com Nico dirigindo tanto tempo assim. - minha prima sorriu.
- Nico é? Desde quando ficaram tão amiguinhos?
- Nicolas. - me corri rapidamente.
- Ah para - ela pediu rindo - Eu escutei vocês dois essa madrugada no teto da Kombi, aposto que se pegaram muito.
Corei, as vezes eu tinha vontade de matar a minha prima, se ela não fosse tão parecida comigo, os mesmo olhos verdes, a mesma altura, boca carnuda, muita coxa e bunda.
- Há! - gritou animada - Eu acertei! Você estava precisando de um bons pegas. Me diga, como foi? - pediu, se debruçando sobre o banco da frente para sentar entre mim e Nicolas.
- Fale baixo! - sussurrei - Sam, Alex, Tory e Nico estão dormindo.
- Então me conta! - murmurou sorrindo.
- O que você quer saber?
- Tudo! Do que conversaram, se ele beija bem, a pegada dele, por onde as mãos dele passeou. - ela estava muito animada.
- Deitamos para ver as estrelas e ele ficou me falando as constelações, depois de algum tempo nossas mãos se entrelaçaram e nos beijamos.
- O que mais? - Lara só faltava pular e dizer "parabéns por ter perdido a virgindade!"
- Não tem mais, ele grudou o meu corpo ao dele me puxando pela cintura enquanto a outra mão segurava o peso dele.
- Só isso? - assenti. - Nada de mãos bobas? - neguei - Nem da sua parte? Cadê a minha prima que adora reparar e pegar nas bundas dos meninos? - ela disse meio exaltada, gritando novamente.
- Lara! - a repreendi - Fala mais baixo! Pelo amor de Deus!
- Ta, mas eu não acredito que vocês ficaram duas horas, só falando sobre constelações e dando alguns amassos sem mão boba!
- Bom, infelizmente foi isso que aconteceu Lara, afinal mal nos conhecemos, o que você esperava?
- Prima, ele está super a fim de você. - discursou Lara.
- Estou mesmo. - outra voz falou.
- E você não percebeu isso até agora? Ele quer te pegar de jeito...
- Isso ai!
- Te jogar na cama dele ou na de um hotel, fazer aquela marca na sua cintura que você tanto gosta
- Obrigado pela informação.
- E te deixar sem andar até o outro dia.
- Por uma semana na verdade! - admitiu a voz, mas eu estava muito submersa na voz de Lara me dando um sermão para associar aquela voz grogue de sono e rouca como se fosse do Nico.
- Você está acordado! - disse minha prima ficando vermelha e eu corei igualmente, freando bruscamente a Kombi.
- Eu estou! - ele disse rindo. - E você estava dando um sermão na sua prima sobre eu estar mega a fim dela e querer jogar ela na minha cama, fazer uma marca na cintura dela por que ela gosta e deixar ela sem andar até o outro dia.
- Você disse por uma semana - lembrou minha prima me fazendo ficar mais vermelha que eu já estava.
Sai da Kombi em busca de ar, o que tinha acontecido ali dentro? "Você não sabe o que faz comigo Ariel. Desde o momento que eu coloquei meus olhos em você.", a voz dele ecoou na minha cabeça. "Ele está super a fim de você", agora era a voz da Lara. "Estou mesmo.", ele havia admitido.
Meus braços se arrepiaram e eu senti aquela sensação no meu ventre novamente. Eu também estava a fim dele e queria ir para a cama com ele!, chegar aquela conclusão fez com que eu sentisse o meu chão cair. E Antônio? E quando a viagem acabasse? As próximas cidades onde ele iria nos bares e voltava sempre com uma mulher ou com cheiro de sexo?
"Você precisa de um pouco de diversão na sua vida.", eu podia escutar Lara falando. Toquei na tatuagem que tinha na cintura, escondida de todos. Carpe Diem - aproveite o momento, talvez eu devesse fazer isso com Nicolas apenas aproveitar o momento no final daquela viagem poderia cada um seguir o seu caminho. Eu poderia conversar com ele, pedindo para ele não se apaixonar por mim e eu faria a mesma coisa. Não me apaixonaria por ele!

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