Epílogo

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POV Nicolas Smith.

Risos.
Flertes.
Gritaria.
Agitação.
Eu sabia muito bem como era essa alegria até ela sumir de meus braços.
Tudo isso me lembrava ela. Ela e seus cabelos louros, suas unhas grandes, sua pele branca, aquela tatuagem, aquela voz, aqueles lábios, seu nariz, sua pele macia, tudo me lembrava ela, simples palavras transformavam ela em minha frente sorrindo docemente como da primeira vez enquanto conversava com sua prima, eu queria aquele sorriso pra mim.
- Parabéns Nico! - gritou Natasha pulando em minhas costas. Natasha tinha o cabelo ruivo pintado, unhas grandes e peitos enormes. Antes da viagem eu gostava de brincar com ela em sua casa mas agora, eu não quero mais saber de garotas, eu só queria saber dela.
- Obrigada Nat. - agradeci com um sorriso fraco contorcendo minha beca. - Parabéns para você também. Aposto que será uma ótima advogada.
Nat gargalhou e me mostrou sua mão direita sorrindo grande. Ali possuia uma aliança com um diamante grande e extravagante, realmente combinava com Nat.
- Um louco finalmente decidiu se casar comigo! - disse ela rindo.
- Ah Meus Deus, Parabéns Nat. Estou tão feliz por você. - falei sorrindo verdadeiramente depois de meses.
- Obrigada Nico!
Eu estava me formando hoje, com o coração realmente partido e querendo fugir de tudo e todos, querendo trancar me em meu apartamento com algumas garrafas de uísque como eu fazia nos fins de semanas.
Enquanto voltava pra casa passei em uma loja comprando algumas bebidas, tomei metade de uma garrafa dentro do carro, aumentei o som do rádio e acelerei. Olhei para as ruas e acabei parando em frente a um estúdio.
Desci do carro, colocando a toca da minha blusa, enquanto eu entrava alguém saia de lá. O letreiro era colorida e sombrio ao mesmo tempo.
- Desculpe estamos fechando. - disse uma voz conhecida - Espera, Nico? É você?
- Argh! - resmuguei - Leo, como vai?
- Vou bem e você? O que você faz em um estúdio de tatuagem?
- Eu preciso fazer uma hoje.
- Hoje?
- Na verdade agora!
- Nicolas você está bêbado.
- Não, não estou. Você poderia quebrar esse galho pra mim?
- O que você quê fazer? - perguntou
- Quero escrever Maktub no ombro direito.
- Tem certeza disso? - perguntou sorrindo.
- Absoluta!
- Tudo bem entre, mas você vai me pagar mais do que o normal.
- Foda - se. Só faça o seu serviço.
- Tudo bem nervosinho. Agora entre.

Quando acordei, o sol estava direto em meu rosto. O cheiro de ovo invadia a sala também, que era onde eu estava dormindo. Meu ombro direito direito doía, quando olhei ele estava branco de pomada.
- Argh, o que eu fiz?
- Uma tatuagem! - respondeu alguém, eu reconheceria era voz a quilômetros.
- Alex? O que você faz aqui? Foi expulso de casa? - Alex gargalhou.
- Não, eu vim para sua formatura e cuidar de você. Tirando o fato que não sou só eu Sam está aqui também.
- É, não precisavam vim de tão longe por mim.
- Seu merdinha! - disse Sam da porta da frente - Agradeça primeiro. Viemos por que seus pais estão preocupados com você.
- Obrigado, mas não precisavam vim. Eu estou bem. - desta vez foi a vez de Sam rir.
- Você não vai estar bem depois do que viemos te falar.
- Quem morreu?
- O pai da Ary, ele teve um infarte após saber que Ariel não iria fazer faculdade de Direito. - disse Alex - Mas viemos por outra coisa. Primeiro tome seu café da manhã e tome um banho para podermos começar com as perguntas.
Depois de fazer tudo o que me foi ordenado. Sentei no sofá e comecei a escutar as reclamações dos dois sobre o cheiro e a bagunça do meu apartamento.
- Foda - se. - disse socando a mesinha que ficava em frente o sofá.
- Você e Ariel por acaso fizeram sexo sem camisinha? - perguntou Alex
- Sim.
- Quantas vezes? - perguntou Sam
- Acho que duas ou três vezes. Por que estão perguntando?
- Você se lembra de Ariel tomar as pílulas dos dias seguintes?
- Sim, pelo que eu me lembre ela tomou.
- Bom, Ariel não transou com mais ninguém durante a viagem Alex, tem que ser dele então. As pílulas também não são cem por cento certo?
- Sim Sam, mas estou estranhando dela ainda não ter vindo atrás de Nicolas. Porque ela escondeu?
- Do que vcs estão falando?
- Esta preparado para a resposta?
- Falem logo que droga aconteceu com Ariel!
- Ela está grávida de quase seis meses.
- O quê? Como assim? Ariel está grávida? Ela não se casou?
- Ariel descobriu sobre a gravidez quando estava prestes a fazer três meses de gravidez, até lá ela não sabia. Então ela fugiu de casa, nesses últimos três meses ninguém sabe do paradeiro dela e a única coisa que ela deixou foi duas cartas, uma para a mãe dela e a outra para você. - explicou Alex.
- Eu posso ver? - perguntei ansioso. Ela deve ter me contado aonde está, para podermos estarmos juntos. Ela deve ter me contado para cuidarmos do nosso filho juntos.
- Claro, um minutinho. - disse Alex abrindo a porta e saindo. Quando voltou ele estava acompanhado de uma senhora, ela não parecia velha, seu cabelo era curto até as orelhas, seus olhos eram azuis e seu nariz e boca lembravam - me Ariel.
- Quem é ela?
- Não reconhece a própria sogra? Que tipo de genro é você? - disse ela em uma voz meio irônica.
- Você é a mãe de Ariel?
- De quem mais eu poderia ser? - Senti meu rosto esquentar. Eu estava vermelho.
- Desculpe me a bagunça, eu não tive tempo de arrumar meu apartamento. Eu me formei ontem.
- Esta tudo bem, eu sei que Ariel não se apaixonaria por qualquer um. Isso se chama depressão querido. Você esteve assim por perde - lá?
- Honestamente? - ela assentiu - Sim estou. Ariel em pouco tempo se tornou minha vida, o ar que eu respiro, tudo o que eu preciso. Muito melodramático? - perguntei corando e a senhora sorriu.
- Não querido. - ela disse se aproximando e tocando o meu rosto. - Isso foi muito verdadeiro. Aqui está a carta. - ela falou entregando me e dizendo "Tchau", saindo em seguida do apartamento acompanhada de Alex. Sam me encarava como se esperasse eu falar ou fazer algum movimento. Abri rapidamente a carta que continha um pouco mais de dez linhas:

"Querido Nicolas/Nico/Nick
Eu sei que é tarde mais eu preciso lhe dizer: EU TE AMO!
E quero que saiba que agora, sabendo da existência desta criança, eu sei que você em algum momento também me amou e que está viagem não foi em vão. Quero lhe agradecer por tudo e por me dar uma razão para viver, gostaria de saber se posso colocar o seu sobrenome nele? Será que tudo bem? Mesmo se você não quiser, vou colocar pra te irritar.
Bom, obrigada por tudo.
Quem sabe Carpe Diem e Maktub não esteja na mesma linha quando nos encontrarmos novamente?
Com todo amor e carinho,
Ariel Moore"

Lágrimas escorriam e em um grito alto o bastante eu tentei arrancar uma dor que só existia dentro de mim e mais uma vez meu coração foi partido por ela.

POV Mellissa Parker

- As contrações... Elas vem de 6 em 6 minutos, Doutor.
- Precisamos esperar diminuir, não podemos fazer a cirurgia agora, está muito cedo!
- São só duas semanas de diferenças - gritei com o médico do hospital onde eu trabalhava. Ariel estava de oito meses ainda, faltava duas semanas para o bebê dela nascer, eu e ela tínhamos fugido de tudo e todos, nem nossas próprias mães sabiam onde vivíamos. - Faça uma ultrasson agora, estou achando que o bebê está se sufocando com o cordão! - mandei desesperada.
- Por que acha isso enfermeira Mellissa?
- O coração da criança... ele está fraco.
- Não! - gritou Ariel - Por favor salvem meu filho! - implorou.
- Vai ser uma cirurgia arriscada senhorita Moore.
- Eu não me importo, contanto que está criança viva, eu não me importo de morrer. - falou para Dr. Harrison - Eu sei que Mellissa poderá cuidar muito bem caso qualquer coisa aconteça comigo.
- Tudo bem, irei preparar a cirurgia imediatamente e com urgência.
- Mel tenho um pedido para te fazer. - ela disse pegando minha mão - Por favor, se algo acontecer comigo, leve está criança até Nicolas. Por favor.
- Sim, agora eu posso fazer meu pedido? - ela assentiu fraco. - Não morra, morrer é só uma possibilidade então não se entregue para a morte de primeira entendeu?
Ariel chorou e assentiu, uma outra enfermeira apareceu dando lhe um sedativo que logo a fez dormir.

Eu podia escutar o choro, era um menino. Parecia um anjo e tinha o nome de um. Gabriel Owin Smith. O bebê mais lindo que eu já tinha visto, talvez, por eu nunca ter visto o nascimento de outra criança, mas agora segurando está em meus braços eu chorava, como se ele fosse meu filho. Ariel tinha perdido muito sangue e quase morreu, mas lutou até o fim e agora estava dormindo no quarto. Gabriel abriu um pouco os olhos e sorriu resmungando. Talvez quisesse sua mãe que agora não poderia dar lhe atenção. E por alguma razão, Gabriel me lembrava muito Nicolas, com cuidado coloquei o de volta no incubadora ao lado da mãe e sorri, ele também se parecia muito com Ariel. Arrumei a câmara do celular e tirei uma foto enviando a mesma para Lara e Tia Ágatha - a mãe de Ariel. Tia Ágatha ligou me logo em seguida.
- Você tem certeza que está linda criança saiu da minha filha? - perguntou ela me fazendo rir.
- Tenho sim tia, eu acompanhei todo o parto. Aliás ele nasceu meio pré maturo, por isso está na incubadora. Ele nasceu duas semanas antes, Ariel perdeu muito sangue então colocamos ela pra descansar.
- Posso perguntar como ele se chama?
- Claro, seu nome é Gabriel Owin Smith!
- Ah Meu Deus, ele tem o meu sobrenome?
- Você sabe que Ariel sempre preferiu o seu.
- Sim eu sei - a tia parecia estar sorrindo - Quero que vocês tragam o meu neto para me ver! Quero conhece - lo! E quero mima-lo! Quando vocês voltaram?
- Assim que Ariel receber alta estaremos indo para uma cidade ai perto. É uma cidade pequena onde ninguém poderá nos incomodar.
- Posso saber o nome?
- Ainda não conversei com Ariel sobre isso tia, desculpe. Mas assim que nos mudarmos iremos avisa - lá.
- Diga a ela que eu a amo! - falou Ariel acordando.
- Tia, Ariel acabou de acordar e disse que te ama. - avisei sorrindo para minha melhor amiga. Eu iria com ela para todos os lugares, pois sabia que ela faria o mesmo por mim. Cuidávamos uma da outra e era isso o mais importante.
- Diga que eu também a amo.
- Ela também te ama Ary - Ariel sorriu de forma doce e olhou para o lado vendo pela primeira vez seu filho que lembrava tanto o homem que ela amava. Desliguei a ligação vendo Ariel velar o sono de seu filho. - Esta na hora de voltarmos Ary, já se passou seis meses.
- Eu sei e sei que as possibilidades de nossos caminhos se cruzarem novamente são quase nulas, mas não me importo, eu tenho uma vida e agora tenho um filho.
- Uma criança tão linda que é impossível não dizer que vocês realmente se amavam.
- Nos amamos. Eu tenho certeza que nunca conhecerei alguém igual a ele na minha vida de novo.
- Bom, irei para casa arrumar nossas coisas, tudo bem pra você?
- Tudo perfeito. - falou acariciando levemente a cabeça de seu filho.
Eu sorri feliz com a imagem, iríamos voltar para casa.

Um Amor de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora