PARECIA QUE O time de basquete era o assunto da escola, até eu ver a verdadeira equipe de
líderes de torcida. Meus colegas de time não foram os únicos a escolherem uma fantasia em grupo. Lia e eu estávamos a caminho da aula de inglês quando as vimos.
— Puta merda. — Emmett bateu no meu braço com as costas da mão.
— O quê?
Elas estavam marchando pelo corredor em fila. Jessica , Savannah, Eden e Charlotte, seguidas de cada membro da equipe de torcida da Forks Wildcats. Estavam vestidas de modo exatamente idêntico com vestidos pretos ridiculamente curtos, é claro, botas pretas de bico fino e chapéus de bruxa altos e com as pontas dobradas. Mas essa não era a pior parte. As perucas longas e pretas estavam encaracoladas em cachos selvagens. E feitas com maquiagem preta, bem embaixo dos olhos direitos, estavam detalhadamente pintadas exageradas luas crescentes. A marca de nascença inconfundível de Lia . Para completar o efeito, carregavam vassouras, fingindo varrer freneticamente em torno dos pés das pessoas enquanto desciam o corredor em procissão.
Bruxas? No Halloween? Que criativo.
Apertei a mão dela. A expressão de seu rosto não mudou, mas eu sentia a mão tremendo.
Lamento, Lia.
Se elas soubessem.
Esperei que o prédio começasse a tremer, que as janelas quebrassem ou algo assim. Mas nada aconteceu. Lia apenas ficou lá parada, fervendo.
A futura geração do FRA veio em nossa direção. Decidi encontrar com elas no meio do
caminho.
— Onde está sua fantasia, Emily ? Esqueceu que era Halloween?
Emily pareceu confusa. Então sorriu para mim, o sorriso doce e grudento de alguém que tem orgulho demais de si mesma.
— De que você está falando, Hale ? Não é disso que você gosta agora?
— Estávamos tentando fazer sua namorada se sentir em casa — disse Jessica , fazendo uma bola de chiclete.
Lia me olhou.
Jasper , pare. Só vai piorar as coisas pra você.
Não ligo.
Posso lidar com isso.
O que acontece com você acontece comigo.
Emmett andou até o meu lado, puxando a meia-calça.
— Ei, garotas, pensei que iriam vir de piranhas. Ah, espere, isso é como vocês vêm todo dia.
Lia não conseguiu não sorrir para Emmett , que deu uma piscadela de lealdade --- me senti feliz naquele momento --- .
— Cale sua boca . Vou contar pra sua mãe que você está andando com essa aberração e ela não vai deixar você sair de casa até o Natal .
— Você sabe o que é aquela coisa no rosto dela, não sabe? — falou Jessica rindo, apontando da marca de nascença de Lia para a lua crescente que ela tinha desenhado na própria bochecha. — É chamada de marca da bruxa.
— Você pesquisou isso na internet ontem? Você é mais idiota ainda do que eu pensava. — Eu ri.
— Você é o idiota. Está saindo com ela.
Eu estava perdendo o controle , o que era a última coisa que eu queria. Essa não era uma
conversa que eu quisesse ter na frente de toda a escola, sem mencionar o fato de que eu não tinha ideia se Lia e eu estávamos mesmo saindo. Tínhamos dado um beijo uma vez. E
estávamos sempre juntos, de um modo ou de outro. Mas ela não era minha namorada, pelo
menos eu não achava que era, apesar de eu ter pensado que a ouvi dizer isso na Reunião. E o que eu podia fazer, perguntar? Talvez fosse uma daquelas coisas que se você precisasse perguntar, a resposta provavelmente seria não. Havia alguma parte dela que ainda parecia se afastar de mim, uma parte dela que eu não conseguia alcançar.
Jessica me cutucou com a ponta da vassoura. Eu percebia que o conceito de "estaca no
coração" seria bem atrativo para ela nesse momento.
— Stanley , por que vocês todas não vão pular de uma janela? Pra ver se conseguem voar. Ou não.
Seus olhos se apertaram.
— Espero que se divirtam sentados em casa juntos à noite, enquanto o resto da escola estiver na festa de Savannah. Será o último evento dela na Forks .
Jessica deu meia-volta e voltou pelo corredor em direção a seu armário, com Savannah e as seguidoras delas atrás.
Emmett estava brincando com Lia, tentando animá-la, o que não era difícil, considerando o bom humor que ele sempre teve . Como eu disse, sempre podia contar com Emmett .
— Elas me Odeiam mesmo. Nunca vai passar, vai? — Lia suspirou.
Emmett começou a fazer uma coreografia, pulando e balançando os pompons imaginarios .
— Elas Odeiam você, Odeiam sim. Odeiam todo mundo, e você?
— Eu ficaria mais preocupado se elas gostassem de você.
Eu me inclinei e passei meu braço em torno dela, meio sem jeito. Ou tentei. Ela se virou, e
minha mão mal tocou em ombro. Ótimo.
Aqui não.
Por que não?
Você só está piorando as coisas pra si mesmo.
Sou faminto por punição.
— Chega de agarração em público. — Emmett me deu uma cotovelada nas costelas. — Você vai conseguir fazer com que eu me sinta mal ,já que a minha ursinha está sempre brava comigo . Vamos nos atrasar pra aula de inglês.
— Só preciso parar no meu armário pra pegar meu livro — disse Lia. O
cabelo dela começou a se movimentar ao redor dos ombros. Suspeitei de alguma coisa, mas não falei nada.
Jessica , Savannah, Charlotte e Eden estavam paradas em frente aos seus armários, se ajeitando nos espelhos pendurados por dentro das portas. O armário de Lia era só um pouco depois no corredor.
— Apenas as ignore — pedi.
Jessica estava esfregando a bochecha com um lenço de papel. A marca negra com formato de lua estava ficando maior e mais preta, em vez de sair.
— Charlotte, você tem removedor de maquiagem?
— Claro.
Jessica esfregou a bochecha algumas vezes mais.
— Isso não está saindo. Savannah, achei que você tinha dito que esse negócio saía com água e sabão.
— Sai.
— Então por que não está saindo?
Jessica bateu a porta do armário, irritada. O drama chamou a atenção de Emmett e meus irmãos .
— O que aquelas quatro estão fazendo ali?
— Parece que estão tendo algum tipo de problema — disse Lia, apoiando em seu armário.
Savannah tentou limpar a lua negra da própria bochecha.
— A minha também não está saindo. — A lua agora estava espalhada em metade do rosto.
Savannah começou a revirar a bolsa. — Estou com o lápis bem aqui.
Jessica tirou a bolsa do armário, enquanto procurava algo.
— Esqueça. O meu está na minha bolsa.
— Mas o que... — Savannah tirou algo da bolsa.
— Você usou caneta permanente? — Jessica riu.
Savannah segurou a caneta na frente dos olhos.
— Claro que não. Não tenho ideia de como isso veio parar aqui.
— Você é tão burra. Isso nunca vai sair antes da festa de hoje.
— Não posso ficar com essa coisa no meu rosto a noite toda. Vou vestida de deusa grega.
Afrodite. Isso vai arruinar minha fantasia.
— Você devia ter tido mais cuidado. — Jessica revirou a pequena bolsa prateada mais um
pouco. Virou seu conteúdo no chão embaixo do armário, e tubos de gloss e vidros de esmalte rolaram pelo chão. — Tem que estar aqui.
— De que você está falando? — perguntou Charlotte.
— A maquiagem que usei hoje de manhã não está aqui.
A essa altura, Jessica estava atraindo uma plateia; as pessoas estavam parando para ver o que estava acontecendo. Uma caneta permanente rolou da bolsa de Jessica até o meio do corredor.
— Você usou caneta permanente também?
— Claro que não! — gritou Emily, esfregando o rosto freneticamente
Mas a lua negra só crescia mais e mais como as outras.
— Que diabos está acontecendo?
— Sei que estou com o meu — disse Charlotte, girando a tranca do armário. Quando abriu a porta e ficou ali alguns segundos, olhando para dentro.
— O que é? — perguntou Savannah.
Charlotte tirou a mão de dentro do armário. Estava segurando uma caneta permanente.
Emmett sacudiu um pompom imaginario novamente .
— As líderes de torcida são demais!
Olhei para Lia.
Caneta permanente?
Um sorriso malicioso cresceu em seu rosto.
Pensei que você tivesse dito que não conseguia controlar seus poderes.
Sorte de principiante.
No fim do dia, todo mundo na Forks falava sobre a equipe de líderes de torcida. Ao que
tudo indicava, todas as líderes de torcida que se vestiram de Lia de alguma maneira usaram
caneta permanente para desenhar a inofensiva lua crescente no rosto em vez de lápis de olho.
Líderes de torcida.
Uma fonte infinita de piadas.
Todas elas andariam pela escola e pelo resto da cidade, cantariam nos corais jovens das
igrejas e fariam a torcida nos jogos com caneta permanente na bochecha pelos próximos dias, até que a lua sumisse.
A Sra. Newton e a Sra. Stanley teriam um ataque.
Eu só desejava poder estar lá para ver.
Depois da escola, andei com Lia até o carro dela, o que na verdade era uma desculpa para
segurar sua mão por mais tempo. As sensações físicas intensas que eu sentia quando tocava nela não serviam para me deter como se poderia esperar. Não importava como eu me sentia, se estava fervendo ou explodindo de raiva como lâmpadas ou sendo atingido por relâmpagos, eu tinha que estar perto dela. Era como comer ou respirar para os mortais . Eu não tinha escolha. E isso era mais assustador do que um mês de Halloween, e estava me matando mentalmente .
— O que você vai fazer hoje à noite?
Enquanto eu falava, ela passou a mão distraidamente pelo cabelo. Estava sentada no capô do rabecão, e eu estava de pé na frente dela.
— Achei que você podia ir pra minha casa, a gente podia ficar lá atendendo a porta para as
crianças pedindo doces. Você pode me ajudar a ficar de olho no gramado pra que ninguém
queime uma cruz lá. — Tentei não pensar muito nos meus planos que envolviam Lia , e nosso sofá, e filmes velhos e Esme passando a noite fora.
— Não posso. É uma das Grandes Festividades. Tenho parentes que vêm de toda parte. Tio M não me deixaria sair de casa por 5 minutos, isso sem mencionar o perigo. Eu jamais abriria minha porta para estranhos numa noite com tanto poder das Trevas.
— Nunca pensei por esse lado.
Até agora.
Quando cheguei em casa, Esme estava se aprontando para ir embora.
Estava cozinhando um frango e sovando massa de pão com as mãos, "o único jeito de uma
mulher que tem respeito próprio fazer pães." Olhei para a panela com desconfiança,
imaginando se essa refeição ia para nossa mesa de jantar ou para a dos Grandes.
Peguei um pouco de massa e ela pegou minha mão.
— L-A-R-Á-P-I-O.
Eu sorri.
— Que significa mantenha suas mãos de ladrão longe dos meus pães, Jasper Hale . Tenho
pessoas famintas para alimentar.
Acho que isso queria dizer que eu não comeria frango nem pãezinhos naquela noite.
Esme sempre ia para casa no Halloween. Ela dizia que era uma noite especial na igreja, mas minha mãe costumava dizer que era apenas uma boa noite para os negócios. Que noite melhor haveria para ler cartas do que a de Halloween? O público não seria o mesmo na Páscoa ou no Dia dos Namorados.
Mas diante dos últimos eventos, me perguntei se não havia outra razão.
Talvez fosse uma boa noite para ler ossos de galinha no cemitério também.
Eu não podia perguntar, e não tinha certeza se queria saber. Sentia falta de Esme, de
conversar com ela, de confiar nela. Se ela estava sentindo a diferença, não estava
demonstrando. Talvez ela só pensasse que eu estava mudando , e talvez eu estivesse.
— Você vai àquela festa na casa dos Stanley ?
— Não, vou ficar em casa esse ano.
Ela ergueu uma sobrancelha, mas não ia perguntar. Já sabia por que eu não ia.
— Se você faz a cama, é melhor estar pronto para deitar nela.
Eu não disse nada. Sabia que não devia. Ela não estava esperando uma resposta.
— Estou me aprontando para ir em alguns minutos. Atenda a porta quando os pequenos
passarem aí. Seu pai está ocupado trabalhando.
Como se meu pai fosse sair de seu exílio auto imposto para atender a porta e distribuir doces.
— Claro.
Os sacos de doce estavam no corredor. Eu os abri e virei em uma grande tigela de vidro. Não conseguia tirar as palavras de Lia da cabeça. Uma noite com tanto poder das Trevas.
Lembrei de Ridley parada em frente ao carro do lado de fora do Pare & Roube, toda sorriso
doce e pernas.
NOTAS DA AUTORABom dia gente .
Alguém aqui ( eu ) acordei inspirada , tenho mais 3 capítulos cheios de reviravoltas e um tão BOIOLA que meu Deus , para vcs .Como vocês estão ?
Aliás muita gente me pergunta de onde eu tiro as ideias paras as roupas da Lia e respondendo eu tenho uma pasta no pinterest onde eu salvo png de roupas que acho que combinam com a personagem , as maioria que eu descrevo aqui não estão na pasta mais elas me inspiram e eu crio o look ou também uso de algum filme ou algo assim .
Indico assistirem o filme as virgens suicidas , tem muitas roupas que eu me inspiro de lá ( tomem cuidado com a classificação)
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𝐌𝐎𝐑𝐍𝐈𝐍𝐆 𝐒𝐓𝐀𝐑 | 𝘫𝘢𝘴𝘱𝘦𝘳 𝘩𝘢𝘭𝘦
Vampire𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑𝐒||Que ama alguém; que expressa amor por alguém; afetuoso. Em Forks , não havia surpresas . Pelo menos era isso que Jasper achava . Só que ele não podia estar mais errado , havia uma maldição , uma garota e um túmulo . Mas vamos por parte...