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GENEVIEVE levantou o Livro para que pudesse ler as palavras na chuva

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GENEVIEVE levantou o Livro para que pudesse ler as palavras na chuva.
Ela sabia que dizer as palavras seria desafiar as Leis Naturais. Podia quase ouvir a voz da mãe pedindo que ela parasse — para que pensasse sobre a escolha que estava fazendo.
Mas Genevieve não podia parar. Não podia perder jasper . Começou a
recitar.
"CRUOR PECTORIS ME, TUTELA TUA EST.
VITA VITAE MEAE, CORRIPIENS TUAM, CORRIPIENS MEAM.

CORPUS CORPORIS MEI, MEDULLA MENSQUE,
ANIMA ANIMAE MEAE, ANIMAM NOSTRAM CONECTE.
CRUOR PECTORIS MEI, LUNA MEA, AESTUS MEUS.
CRUOR PECTORIS MEI, FATUM MEUM, MEA SALUS."
— Pare, criança, antes que seja tarde demais! — A voz de Ivy estava desesperada.
A chuva cata e um relâmpago iluminou a fumaça. Genevieve prendeu a respiração e esperou. Nada. Ela devia ter feito errado. Apertou os olhos para ler as palavras mais claramente no escuro. Gritou-as na escuridão, na língua que ela conhecia melhor.
SANGUE DO MEU CORAÇÃO, A PROTEÇÃO É TUA. VIDA DA MINHA VIDA, TIRA A TUA, TIRA A MINHA. CORPO DO MEU CORPO, ESSÊNCIA E MENTE, ALMA DA MINHA ALMA, UNA A NOSSOS ESPÍRITOS. SANGUE DO MEU CORAÇÃO, MINHAS MARÉS, MINHA LUA. SANGUE DO MEU CORAÇÃO, MINHA SALVAÇÃO, MINHA PERDIÇÃO.
Ela pensou que os olhos a estivessem enganando quando viu as pálpebras de jasper  lutando para se abrir.
— Jasper ! — Por uma fração de segundos, os olhares se encontraram. Ele  lutou para respirar, claramente tentando falar. Genevieve colocou o ouvido perto dos lábios dele e pôde sentir a respiração quente na bochecha.
— Nunca acreditei em seu pai quando ele disse que era impossível uma Conjuradora e um Mortal ficarem juntos. Nós encontraríamos um meio. Amo você, Genevieve.
Ele colocou algo na mão dela. Um medalhão. E tão repentinamente quanto os olhos se abriram, eles fecharam de novo, o peito cessando de subir e descer.
Antes que Genevieve pudesse reagir, uma onda de eletricidade percorreu
seu corpo. Ela sentia o sangue pulsando nas veias. Devia ter sido atingida por um relâmpago. As ondas de dor caíram sobre ela.
Genevieve tentou aguentar. Então tudo ficou negro.
— Meu Deus do Céu, não a leve também.
Genevieve reconheceu a voz de Ivy. Onde ela estava? O cheiro a trouxe
de volta. Limões queimados. Tentou falar, mas a garganta doía como se tivesse engolido areia. Os olhos tremeram.
— Oh, Deus, obrigada! — Ivy estava olhando para ela, ajoelhada na lama.
Genevieve tossiu e esticou a mão para Ivy, tentando puxá-la para mais perto.
— Jasper  está...? — sussurrou ela.
— Lamento, criança. Ele se foi.
Genevieve lutou para abrir os olhos. Ivy deu um salto para trás, como se
tivesse visto o demônio em pessoa.
— Deus tenha piedade!
— O quê? O que houve, Ivy?
A velha senhora lutava para entender o que via. — Seus olhos, criança. Eles... estão mudados. — Do que você está falando?
— Não estão mais verdes. Estão amarelos, tão amarelos quanto o sol.
Genevieve não se importava com a cor de seus olhos. Não ligava para mais nada agora que tinha perdido Jasper . Começou a chorar.
A chuva aumentou, transformando a terra embaixo delas em lama.
— Você precisa se levantar, Srta. Genevieve. Temos que nos reunir com Aqueles do Outro Mundo. — Ivy tentou colocá-la de pé.
— Ivy, você não está falando nada que faça sentido.
— Seus olhos... Eu avisei você. Avisei sobre a lua, sobre não haver lua. Temos que descobrir o que significa. Temos que consultar os Espíritos.
— Se tem alguma coisa errada com meus olhos, tenho certeza de que foi porque fui atingida por um raio.

— O que você viu? — Ivy parecia em pânico.
— Ivy, o que está acontecendo? Por que está agindo de forma estranha? — Você não foi atingida por um raio. Foi outra coisa.
Ivy correu na direção dos campos de algodão em chamas. Genevieve
gritou por ela, tentando se levantar, mas ainda estava tonta. Deitou a cabeça na lama grossa, a chuva caindo sem parar em seu rosto. Chuva misturando-se às lágrimas de derrota. Ela perdia noção do momento e depois se recuperava, ficava inconsciente e voltava. Ouviu a voz de Ivy, baixa, ao longe, gritando seu nome. Quando os olhos se focaram de novo, a velha senhora estava ao seu lado, a saia presa nas mãos.
Ivy estava carregando alguma coisa nas dobras da saia, e ela a jogou no chão molhado ao lado de Genevieve. Pequenos frascos de pó e garrafas do que parecia areia e terra bateram uns nos outros.
— O que está fazendo?
— Fazendo uma oferenda. Para os Espíritos. São os únicos que podem nos dizer o que isso significa.
— Ivy, se acalme. Você está falando bobagem.
A velha senhora tirou uma coisa do bolso do vestido. Era um pedaço de espelho. Ela o colocou na frente de Genevieve.
Estava escuro, mas não tinha como não ver. Os olhos de Genevieve brilhavam. Tinham se transformado de um verde profundo em dourado-fogo, e não pareciam com os olhos dela por uma outra característica inconfundível. No centro, onde deveria haver uma pupila redonda e preta, havia aberturas amendoadas, como as pupilas de um gato. Genevieve jogou o espelho no chão e virou-se para Ivy.
Mas a velha senhora não estava prestando atenção. Já tinha misturado os pós com a terra e os passava de uma mão para a outra, sussurrando na velha língua Gullah de seus ancestrais.
— Ivy, o que você...?
— Shh — sibilou a velha senhora. — Estou ouvindo os espíritos. Eles sabem o que você fez. Vão nos dizer o que isso significa. Da terra aos ossos dela e do sangue ao meu sangue. — Ivy espetou o dedo na ponta do espelho quebrado e espalhou as pequenas gotas de sangue na terra que ela misturava. — Deixe-me ouvir o que vocês ouvem. Ver o que vocês veem. Saber o que vocês sabem.

Ivy ficou de pé, braços abertos para os céus. A chuva caía sobre ela, e a lama escorria-lhe pelo vestido em filetes. Começou a falar de novo na estranha língua e então...
— Não pode ser. Ela não sabia — gritou para o céu escuro acima. — Ivy, o que foi?
Ivy estava tremendo, se abraçando e gemendo.
— Não pode ser. Não pode ser.
Genevieve segurou Ivy pelos ombros.
— O quê? O que foi? O que há de errado comigo?
— Eu avisei para não se meter com aquele livro. Avisei que era o tipo de
noite errada para Conjurar, mas agora é tarde demais, criança. Não tem jeito de voltar atrás.
— De que você está falando?
— Você está amaldiçoada, Srta. Genevieve. Você foi Invocada. Transformou, e não há nada que possamos fazer para impedir. Uma troca. Você não pode conseguir nada do Livro das Luas sem dar algo em retorno.
— O quê? O que eu dei?
— Seu destino, criança. Seu destino e o destino de todas as outras crianças Dubois  que nascerem depois de você.
Genevieve não entendeu. Mas entendeu o bastante para saber que o que ela tinha feito não podia ser desfeito.
— O que você quer dizer?
— Na Décima-Sexta Lua, no Décimo-Sexto Ano, o Livro vai pegar o que lhe foi prometido. O que você deu em troca. O sangue de uma criança Dubois , e essa criança vai para as Trevas.
— Todas as crianças Duchannes?
Ivy baixou a cabeça. Genevieve não era a única derrotada naquela noite. — Não todas.
Genevieve ficou esperançosa.
— Quais? Como saberemos quais?
— O Livro vai escolher. Na Décima-Sexta Lua, no décimo-sexto aniversário da criança.

— Não deu certo. — A minha voz  parecia estrangulada, distante.
Tudo que eu via era fumaça, e tudo que eu ouvia era a voz dela. Não estávamos na biblioteca e não estávamos na visão. Estávamos em algum lugar entre um e outro, e era horrível.
—Lia !
E então, por um momento, vi o rosto dele  na fumaça. Seus olhos estavam enormes e escuros, o verde quase preto. A voz parecia mais um sussurro.
— Dois segundos. Você  ficou vivo por dois segundos, e então ela o perdeu. Ela fechou os olhos e desapareceu.
— Lia ! Onde você está?
— Jasper . O que fizeram com você ? . — Eu podia ouvir Marian, como se de uma grande distância.

 — Eu podia ouvir Marian, como se de uma grande distância

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NOTAS DA AUTORA

1. Primeiramente , eu quero agradecer pelos 8 K e eu não tenho como dizer o quanto vocês são importantes para mim . Será quem vem 10K esse ano ?

2. já temos uma explicação melhor sobre a fic neste capítulo

𝐌𝐎𝐑𝐍𝐈𝐍𝐆 𝐒𝐓𝐀𝐑 | 𝘫𝘢𝘴𝘱𝘦𝘳 𝘩𝘢𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora