O Jantar • Parte 1

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Narradora/


Seus olhos se deslocaram para a direita, depois à esquerda, chegando à conclusão de que aquela quietude no ambiente era algo que acontecia apenas em filmes de terror.
O corredo do hotel parecia, naquele momento, o cenário perfeito para um filme de terror.

S/n revirou os olhos, sem dar atenção à sensação de preocupação que crescia na boca do seu estômago. Mordendo o lábio inferior, ela continuou a andar pelo corredor. De repente ela ouviu um rangido alto, vindo na direção da porta que dava para algum lugar do hotel, fazendo-a saltar de susto quase arrancando uma parte da pele labial. Claro, não havia ninguém lá. Mesmo assim, ela se inclinou para bisbilhotar a porta.

As escadas estavam longe, e o elevador não deu nenhum indício de estar subindo ou descendo.

Entrou no seu quarto após não ter encontrado nada que afirmaria o barulho. No entanto, aquela sensação preocupante simplesmente não ia embora. Colocando o cabelo para atrás de sua orelha - força do hábito, especialmente quando ela se sentia desconfortável - seus olhos caíram sobre seu celular. Outro rangido alto, dessa vez mais abafado já que agora ela estava dentro do quarto, seu coração disparou. Ela virou-se para a porta, colocando sua cara para fora, olhando o corredo.

– Quem está aí? — ela indagou.

Como esperado, o causador do rangido não se pronunciou e ela tinha absoluta certeza de que havia mais alguém porque o tal barulho foi perfeitamente audível. Debatendo se ligava para a recepção ou não, seu olhar voltou-se para o celular, e mais uma vez fechou a porta. Confusa, ela se sentou na cama, cobrindo suas pernas e deitando sobre os travesseiros. As sensações  estranhas ainda permaneciam com ela. A tela rolava para um lado e para o outro, sem caminho, antes do celular ser tacado na cama bruscamente.

"Hm..." estava um pouco confusa com o que ela estava ouvindo. "Pirraça?" suspeitou. Porém, verdade seja dita, ela sabia que não poderia ter sido o fantasma em questão por este ter preferência por entradas barulhentas. Ele já teria, pelo menos, atirado algo no meio de sua testa.

Ela ouviu o som da sua porta se abrindo e se fechando logo depois. Seu olhar rapidamente foi em direção a porta, saltou em um pulo quando viu quem estava lá, seu coração quase pulou do peito, devido o susto. Colocou sua mão no peito, suspirando e apoiando as mãos na cama.

– Porra. — balbuciou.

– Desculpe, eu te assustei, né? Não deveria ter entrado assim. — Falou Demi, ainda parada em frente a porta, olhando para a garota que ainda se recuperava e tentava entender o porquê.

– aqueles rangidos na porta, era você? — Pergunta.

– eu estava tentando abri-la!

– porque você simplesmente não subiu de elevador? — Franzia levemente a sobrancelha.

– Tinha alguns paparazzis no hall, então eu tive que subir pelas escadas de fora. Foi difícil abrir essa porta, mas eu consegui.

– Podia ter me avisado que viria pelo menos. — Sentou-se na ponta da cama.

– Foi mal. — os lábios de Demi se aprontaram em um pequeno beiço fofo, o que fez s/n abrir um sorriso involuntário nos lábios.

– Tudo bem, eu quase morri de susto e de medo, eu sou paranóica, Demz. — Um riso escapou de sua boca. – afinal, o que você veio fazer aqui?

– Ah, eu não consegui esperar até o resto da semana. — S/n torceu o lábio, não entendo no momento o que ela queria dizer. – Eu quero sair com você hoje, s/a.

Instagram Demi | S/n Onde histórias criam vida. Descubra agora