CAPÍTULO 51

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Boa leitura!♡

O ACIDENTE MUDOU UM POUCO a nossa rotina, pois desde então tenho dores nas costas e cólicas na parte inferior do abdome similares às menstruais, e por conta disso meu atencioso marido não sai de perto de mim. Praticamente estou respirando Liu em todas as partes da casa. É um saco! Não podia espirrar, tossir, soluçar, que ele já queria me levar para o hospital. Às vezes eu achava que todo aquele cuidado era por causa da consciência pesada, ele se sentia culpado por causa do acidente, o que não era verdade, obviamente.

Depois de muita insistência finalmente consegui sair de casa, não foi fácil convencer o Liu que eu não era uma doente para ficar dentro de casa 24 horas. O Natal estava tão perto, tinha que fazer algumas compras, poucas coisas pois o meu ciclo de amizade dava para contar nos dedos das mãos.  

Fui ao shopping com Amanda e a Val, e confesso que tive dificuldade de acompanhar o pique delas. As dores nas costas não ajudava em nada, estava cada vez pior. Talvez eu devesse procurar a médica. Mas eu acredito que não há nada para me preocupar. Fazia uma semana que eu fiz um montão de exames, e Dra. Mônica ficou satisfeita com os resultados, também ouve o tum-tum daquele minúsculo coração batendo bem depressa dentro de mim, fazendo a dor pungente do medo desaparecer totalmente. Seus batimentos cardíacos eram como uma música que acalentava a minha alma.

 Eu já não caminhava mais, trocamos, pelas músicas tocadas em seu piano. Ele tocava todas as tardes, era um bom entretenimento para nós três. Lúcia ficava tão quietinha dentro de minha barriga escutando cada nota. 

O quarto dela já está pronto para sua chegada, gostei de cada detalhe, o Liu também. A ansiedade para sua chegada batia  cada vez mais dentro do meu peito, eram turbilhões de sentimentos inexplicáveis.

Mas enfim, durante a semana me permiti pensar sobre as compras de Natal, não tinha ideia do que dar de presente. Nada do que eu pensava parecia suficiente. Então resolvi perguntar para cada um o que  gostaria de ganhar.

Amanda queria uma bolsa da Chanel, falou que seria maravilhoso ter uma. Minha irmã realmente não se sentia constrangida em pedir algo tão caro. Elias queria um skate de última geração, meu marido, bem, respondeu que tinha tudo o que queria, mas se fosse importante para mim comprar o presente, estaria feliz em ganhar um disco de vinil de um clássico da música. E assim fui perguntando para cada pessoa o que gostariam de ganhar.

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MAIS UMA vez iremos passar o Natal na casa dos meus sogros. Confesso que queria um Natal em minha casa, mas por causa das circunstâncias achei menos trabalhoso passar o Natal junto com eles. Esse ano minha irmã, Marcos e Elias também iriam para lá. 

— Vamos, Alice. — sobressaltei ao escutá-lo no batente da porta. 

— Provavelmente daqui a pouco vai haver um trânsito terrível. — disse ele indo embora do mesmo jeito que apareceu. 

Coloquei um pouco de perfume e saí do quarto descendo as escadas com cuidado, minutos depois já estávamos dentro do carro. Iríamos ser apenas nós dois, temos folga para o Hugo, a verdade é que eu obriguei o Liu a liberar o pobre homem. Já fazia anos que ele não passava a véspera de Natal com sua família, muito antes de me casar com Liu.

Estávamos pensando em contratar mais um motorista, dessa vez para mim e Lúcia. 

Beijei o rosto do Liu assim que coloquei o cinto de segurança, mas logo fui obrigada a passar o indicador para limpar a marca de batom que deixei no seu rosto. 

Dei uma piscada sedutora para ele antes de ligar o carro nos levando para casa dos seus pais. 

Durante o percurso, veio à minha mente perguntar a Liu o motivo por que estava tão estranho no dia do acidente. Ele ficou para me contar e acabou esquecendo.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora