CAPÍTULO 31

403 52 45
                                    

Boa leitura!♡

— QUAL É O  seu maior medo meu filho, em ser pai? Tenho certeza que você será um pai maravilhoso. — ele não poderia dizer isso, não poderia mesmo.

Depois da conversa com Alice eu liguei para o Antônio Rufino, e por sorte ele estava de folga em casa. Vim conversar com ele. Queria uma ajuda. 

— Você não sabe se eu serei, não tem como  saber disso. E também, não é só o medo de ser pai. Eu até gosto de crianças, são lindas. Elas no canto delas e eu no meu. É muito difícil ter uma rotina com uma criança em casa, elas são seres imprevisíveis, pode acontecer de tudo em um único dia. E eu quero Alice disponível para mim, não estou preparado para compartilhá-la. Eu sei que esse pensamento pode ser bem egoísta. Não é errado o marido querer sua esposa perto dele, é? Imaginar que durante as madrugadas eu não vou tê-la ao meu lado. Que basicamente até os 5 anos ela vai ser só para ele. Como é que eu fico nessa história?  — ele colocou a mão no queixo e olhar para mim balança a cabeça. 

— Fica ao lado dela, lhe dando o apoio que precisa. Até porque filho, você vai querer estar com ele também. Quando você olhar para aquele ser pequeno indefesa que precisa tanto de proteção, você vai ser capaz de dar sua própria vida para o proteger.  A questão não é entre você e ele, filho.  Ele não veio para dividir, veio para multiplicar. Pode ter certeza que o amor da Alice por você vai aumentar. A criança simboliza o fruto do amor dos pais. É um presente de Deus.

— Eu não consigo ver dessa forma, criança chora demais. É horrível! Provavelmente Alice vai me odiar, quando ela perceber que eu não sei lidar com a criança. Eu vou perdê-la e eu não quero isso. E também a criança pode nascer com autismo. Eu acredito que a porcentagem é maior por minha causa. É muito difícil uma criança autista na escola. Eu era chamado de estranho, alienígena, paranormal. — digo a ele contando com os dedos os apelidos que me davam. 

— Foi bastante difícil. Eu consegui superar, ia para escola mesmo não querendo, pois eu sabia que era isso que tinha que ser feito. Não quero que um filho meu passe por isso, que sofra dessa maneira.

Só de lembrar o quanto uma criança pode ser perversa me dá calafrios. 

— Bullying na escola pode acontecer com crianças autistas ou não. Todos nós fomos criados conforme a vontade de Deus. Não importa o que parecemos ser, mas o que significamos. Tudo é para glória de Deus. Nem você nem eu é o que as pessoas dizem que somos, pois nós somos o que Deus  fez para ser. O que devemos é aceitar e obedecer. 

Estávamos sentados na varanda de sua casa tomando um chá gelado feito pela sua esposa. Antônio mora um pouco distante da cidade, não gostava muito da agitação da mesma. Eu também não gosto, prefiro morar em casas  perto de árvores. Quem sabe qualquer dia desse eu não compro uma casa bem grande para mim e Alice com bastante árvores e um jardim.  Dentro daquele apartamento me faz sentir um pássaro preso. 

— Meu filho, você está me escutando? — olhei para Rufino um pouco envergonhado por ter me distraído. Isso sempre acontece.

— Você já conversou com Alice sobre tudo isso? E como foi que ela ficou grávida? — fico tão confuso com a sua última pergunta. Ele quer mesmo que explique como ela ficou grávida? Dou um sorriso nasalado. 

— Você quer que eu explique mesmo como ela ficou grávida? Achei que o senhor a essa altura já sabia como se faz um bebê — falei dando um sorriso de canto de boca timidamente, me divertindo com a situação. 

— Você é muito engraçado. Ela não tomava remédio para evitar? Como foi então que ela ficou grávida? — ele pega a xícara e vira de uma vez na boca tomando o resto do chá. 

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora