Meu Anjo Azul #2/ Segunda Edição

CAPÍTULO 45

   Boa leitura!♡ 

O TEMPO ESTAVA passando tão depressa que eu me levantava da cama ao nascer do sol e logo depois já se encontrava novamente deitada nela para mais uma noite de sono. Eu  já estava com cinco meses de gestação. Parecia que tinha sido ontem que eu descobri a existência da minha gravidez. Ansiedade para saber o sexo estava acabando comigo, apesa que estava bem próximo para esse dia chegar, cinco dias para ser exata. Acredito que toda mãe fique assim. 

Ergui o garfo e mergulhei na salada de pepino que eu mesma tinha feito, pois hoje Helena estava de folga. Ultimamente o pepino é o que eu mais ando comendo, ele está completamente em todas as minhas refeições. 

Li mais uma vez a entrevista que o  Liu deu para uma revista daqui de São Paulo. Confesso que fiquei surpresa quando ele aceitou.

 Por ser um dia chuvoso, mandaram alguém até aqui para entrevistá-lo,  não quiseram dar oportunidade para o meu marido recusar a entrevista por causa da chuva. Eu achei maravilhoso. Fiquei ao lado de Liu o tempo todo. Ele falou um pouco sobre o seu trabalho e como lidava com tudo isso sendo autista. Falou sobre as suas limitações, qualidades. Também falou um pouco sobre a sua vida particular, o que me deixou bastante surpresa. Contou da sua rotina e que em breve seria pai. Ele estava realmente sem papas na língua. O entrevistador perguntou sobre a sua crença religiosa, e Liu respondeu tudo com muita maestria. Eu estava muito orgulhosa do meu marido.

Ele  tinha saído fazia  uns dez minutos, foi na ONG resolver algumas coisas com Marcelo, provavelmente vai voltar para buscar o celular que esqueceu. 

Três minutos depois fui obrigada a me levantar para atender uma ligação do Clóvis, informando que Arthur estava na portaria pedindo para subir. Sinceramente eu queria ter negado a sua subida, não me sentia confortável na sua presença, e sozinha então…

— Oi, Arthur. Liu não está, você poderia voltar outra hora? — eu pedi bloqueando a entrada. Arthur me encara silenciosamente o que me deixa mais desconfortável.

— Eu sei que ele não está. Eu vim aqui conversar com você.  — ele colocou a mão aberta na porta empurrando querendo passagem. Sem muita escolha, eu saí da frente e permiti que  entrasse. Arthur fechou a porta atrás de si, sem desviar por um instante o seu olhar do meu, e automaticamente a minha cabeça latejou em sinal de perigo.

O que será que ele queria?

De um jeito protetor eu coloco a minha mão no meu ventre, não sabia explicar mas senti vontade de proteger o meu bebê do seu olhar  penetrante. Ele baixou os olhos e encara a minha barriga e logo contraiu os lábios em um sorriso irônico.

— Finalmente conseguiu o que queria, não foi, Alice? — ele solta um sorriso nasalado e balança a cabeça de um lado para o outro. 

— Eu não sei do que você está falando, Arthur.  — Eu rebati e senti minha boca seca. Ele sorriu com desdém, fazendo me afastar dele. O meu coração estava pulsando com mais vontade do que antes.  Era o medo dentro de mim que fazia isso.

— Você seduziu o Liu direitinho, fez ele casar com você e agora para completar engravidou. Você realmente fez um trabalho incrível. Tem ele nas suas mãos, meus parabéns.

— Arthur, eu não sei aonde você quer chegar com isso, mas por favor, pare.  — me contrariando, ele deu um passo em minha direção, encarando-me, sem desviar os seus olhos do meu por um segundo, fazendo o medo dentro de mim aumentar.