Capítulo 18

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Boa leitura!♡

  O SOL MAIS uma vez nascia nesse grande planeta azul, trazendo com ele a sua luz radiante para iluminar a todos! 

Eu fiquei um pouco nervosa por estar indo na escola do Elias fazer uma reclamação pessoalmente a diretoria. Eu liguei mais de uma vez  reclamando, pois fiquei sabendo que as crianças continuavam implicando com ele e com sua cor.  Eu não iria abaixar a cabeça para isso, não iria mesmo. Vou lutar pelo direito do meu sobrinho, ele tinha direito de ser respeitado naquela escola.

Às vezes detestava a sociedade. Sempre tinha que separar o branco do negro,  rico do pobre… Somos todos humanos e todos merecemos respeito. Não sou a favor de nenhum preconceito seja ele qual for. 

Logo que eu cheguei na escola  fui direto para a diretoria, e ao entrar me deparei com mais duas mulheres que possivelmente eram as mãe das outras crianças. 

— Bom dia. — comprimentei todos, assim que entrei.

Além das duas mulheres, também tinha a diretora, que era uma mulher alta bem apresentável, demonstrava ter uns 40 anos. Na sua direita um homem com corte de cabelo quase na máquina zero, com um óculos quadrado de armação grossa na cor preta. 

Me sentei na única cadeira desocupada na sala do lado direito com as demais.

— Eu agradeço a todos pela presença. Estamos aqui porque um dos alunos está sendo atacado verbalmente, constantemente. A queixa partiu da tia da criança que a mesma é responsável por ele aqui na escola. — A mulher loira de olhos verdes que estava sentado no meio entre mim e a outra me olhou de um jeito que me incomodou.

— Eu quero ressaltar que a escola é contra qualquer tipo de preconceito, seja ele sobre raça, religião, sexualidade e qualquer outro que seja. O princípio da escola é incluir todos e não excluir. Queria falar para as mães que ontem eu falei e escutei as três crianças, agora eu quero escutar vocês. Vamos ouvir a senhora Lincoln. — eu aperto a bolsa no meu colo um pouco nervosa.

— Eu só quero que as ofensas direcionadas a meu sobrinho, que é apenas uma criança de 6 anos, parem. Eu acho que ele nem sabe muito bem porque as crianças o tratam dessa forma. Eu quero respeito com ele. — enquanto eu falava sentia as lágrimas encheram os olhos,   pisquei muitas vezes para impedir que elas descessem.

    — O que as mães têm a dizer sobre isso? — a diretora transmitia muita calma.

   — Eu já conversei com meu filho sobre isso e irei novamente explicar que não se pode xingar ninguém. E aproveito para pedir desculpa e prometo que farei o possível para isso não se repetir. — a mulher da ponta diz e a sua voz demonstrou sinceridade.

     — Eu já falei com meu filho também, e ele até me relatou que o garoto também era ofensivo. — não acreditava no que estava escutando. É sério que ela queria justificar as ofensas racista do filho dela para o Elias? — Eu dou um sorriso meio sem graça.

— Só porque ele é negro quer dizer que ele merece mais atenção? Ele merece ser protegido da escola? Eu não vejo…

— A senhora não está entendendo
— A diretora a interrompeu
— Estamos aqui para resolver o caso de Elias que está sendo agredido de maneira verbal. Não estamos dando atenção ou tratando Elias de modo diferente ou especial das outras duas crianças, não é isso. Esse momento aqui é importante para eles três. Estamos dando atenção especial para todos. Se repreendemos eles da maneira correta e mostrar que não há diferença de raça, cor, religião e cultura, e que todo mundo merece respeito acima de qualquer essas outras coisas, faremos um mundo melhor, de pessoas melhores, que olha o outro com amor.  Criança é o reflexo dos adultos, enquanto nós não refletirmos o amor eles não vão aprender a amar.  A criança  ao nascer, não sabe de nada, tudo o que aprendi ao longo da vida é que os adultos  ensinaram. Então vamos ensinar elas a verdadeira beleza do mundo, a beleza que deve ser cultivada, compartilhada, e essa beleza, senhora, não se vê pelos olhos carnais é algo que vem de dentro. — retrucou a diretora.

— Você está ensinando que eu ensino meu filho a ser preconceituoso com outras crianças? Ele só estava brincando, a outra criança que se sentiu ofendido, porque a cor do negro incomoda mais a eles mesmos do que nós brancos.

— Meu Deus, a senhora tem noção do que acabou de firmar? Não surpreende que o seu filho tenha ofendido meu sobrinho. 

— Senhoras, por favor. A escola quer ajudar. Igor é um excelente aluno, tira ótimas notas. O único questionamento que eu tenho sobre ele é o fato que ao olhar para Elias ele o ver como inferior, isso é contra as diretrizes da escola. Aqui dentro ninguém é inferior e nem superior a ninguém. Todos têm direitos iguais. As duas crianças pediram desculpa ao Elias e prometeram que não iria mais ofendê-lo. O que a escola quer é que vocês ajudem a manter a promessa. Senhora Alice. — Ela olha para mim ao falar.

— A escola pede desculpa a você pelo transtorno. Já pedimos desculpa ao Elias. 

— Desculpa aceita, eu só quero de verdade que isso não se repita mais. — eu peço ajeitando a minha bolsa já no meu ombro. 

— É o que a escola também deseja. 

Com a reunião acabava todos nós fomos liberados. A mulher da ponta veio pessoalmente me pedir desculpa novamente. Eu achei nobre da parte dela. 

A outra, no entanto, me abordou de um jeito agressivo. 

— Olha só. — já estávamos fora da escola. Ela estava com o celular na mão balançando ele do lado do seu rosto.

— Se colocar o seu nome aqui no Google, saberemos um pouco sobre a sua vida. Alice Lincoln era secretária do pianista famoso Liu Lincoln, até conquistar o jovem  milionário. Casou-se com ele rapidamente, e hoje tem uma vida confortável. O pai da mesma é falecido e ela vivia com a mãe, irmã e um sobrinho em uma pequena casa humilde. Alice talvez se enquadre em uma cinderela da vida real. Era humilde, vivia de maneira simples, porém conhecia o seu príncipe encantado. — ela lia em seu celular um pouco sobre mim.

— A tua história de vida é inspiradora. — fala de maneira irônica.

— Cuidado para não subir muito no salto, você sabe quanto maior altura, maior aqueda.  — ela passa por mim e entra em um carro importado que esperava na frente da escola. 

Eu fui pega de surpresa, não consegui encontrar palavras para rebater. Mas talvez tenha sido melhor assim. Cada um dá o que tem.


Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora