CAPÍTULO 50

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  Boa leitura!♡

NÃO  ENTENDENDO COMPLETAMENTE nada do que estava acontecendo ao meu redor, coloquei as duas mãos na cabeça, bagunçando o meu cabelo  de maneira perturbadora. Fechei as minhas duas mãos fortemente, me agachaei gritando de frustração.

— Liu, me desculpe. Não queria causar confusão no seu casamento.  —  não me interessava as desculpas dela , e muito menos  ela. Tudo que importava era me  resolver com a ALICE, a mulher que AMO.

Olhando para o carro que levava Alice de volta para casa, vi tudo em câmera lenta quando a kombi bateu certeiro na esquerda do Audi provocando nele um giro desgovernado na pista. Ela tinha perdido completamente o controle do carro. 

Jamais senti tanto medo como ali, vendo o carro que Alice estava virado de cabeça para baixo a alguns metros de distância. Não sabia explicar como tudo aconteceu, mas o fato da minha mulher estar naquele veículo me apavorou. 

De olhos arregalados fiquei paralisado, por alguns instantes me senti preso em meu medo. Queria que tudo aquilo fosse uma terrível imaginação do meu cérebro. 

— Lincoln, venha. Vamos ver como ela está.  — Hugo segurou-me pelo braço me puxando rápido.

O meu coração palpitava, e o medo que até segundos atrás me prendia, agora me deixava desesperado. 

O instinto de proteger a vida da Alice bradava como nunca antes dentro de mim. Verdadeiramente percebi que vivia o que diz o livro de Efésios 5-25. Era tão forte e tão profundo o sentimento que eu sentia pela minha esposa, eu amava como nunca antes achei possível amar alguém. 

Me joguei no chão assim que me encontrei perto do carro. Ao olhar para ela reparei que o seu rosto estava sangrando, e muito. Não conseguia identificar de onde o sangue vinha, senti o pânico me devorar por dentro ao notar que Alice não se movia. A minha mulher se encontrava pendurada pelo cinto de segurança. Seu cabelo bagunçado estava ficando sujo do sangue que escorria. Com agonia gritei sem saber o que fazer.  

Tinha me sentido jogado dentro de um buraco escuro e sem saída.

— Meu Deus! meu Deus! — gritava enquanto limpava o sangue. 

Estava pronto a girar o seu rosto para identificar onde se encontrava o ferimento, quando Hugo me fez parar, alertando  que era perigoso mexer em seu corpo. Foi indescritível a dor que penetrou dentro de mim, parecia que estava arrancando o meu coração comigo ainda vivo. A dor era desconhecida, nunca tinha sentido algo tão forte assim. Nem nos piores momentos quando eu pensei em desistir de minha própria vida, a dor não tinha sido tão dilacerante e profunda como agora. 

— Senhor, a senhorita Natasha já pediu socorro, vai ficar tudo bem. — Hugo tentava acalmar um coração em completo desespero. 

Sentado no asfalto ao lado da porta em que Alice se encontrava eu contava os minutos com a ânsia do socorro chegar o mais rápido possível. Tentava me desconectar de tudo à minha volta e só focar que a ajuda chegaria para salvar a minha mulher o mais breve possível. Enquanto contava, chorava. As lágrimas não se continham dentro de mim por sentir que a minha alma se rasgava cada vez um pouco mais. 

Se eu fosse uma canção, certamente seria uma das mais perturbadoras de se ouvir. Cada som que as notas soassem seriam como pedaços de minha perturbação enchendo um ambiente vazio.

Eu ouvia vozes de pessoas ao meu redor, porém tão pouco me importava com elas, quatro vozes desconhecidas ouvia.  Acredito que eram das pessoas da kombi, pois em algum momento escutei uma  delas falando para o Hugo que ficarão sem freio no momento.  

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora