CAPÍTULO 44

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Boa leitura! 

A INDIFERENÇA DO Lincoln na sala me deixou extremamente retraída com todos. Pedia desculpa várias vezes  de maneira sempre acanhada. E os olhares  em minha direção me deixavam cada vez mais envergonhada. Era um sentimento de pena que eles estavam tendo por mim e isso me irritava, afinal de contas eu fui a causadora de todo esse constrangimento que passei; não tinha porque forçar o meu marido uma interação com os meus amigos. Maldita hora que me deixei ser influenciada pela Val. 

Mesmo não me sentindo à vontade, fiz sala por uns 15 minutos, esse foi o tempo que levou para todos comerem um pedaço do bolo. Enquanto isso, Liu tocava o seu piano. As escolhas das músicas não foram escolhidas por acaso, eram todas bem intensas, parecia que ele estava tentando colocar para fora tudo que estava sentindo. A cada nota, ficava mais apreensiva. Queria que todos fossem embora o mais rápido possível para eu poder conversar com o Liu.

No momento que isso aconteceu, não esperei mais nenhum segundo, fui entrando no escritório.  

Em pé ao seu lado, me esforcei para não parecer magoada. Liu poderia ter se esforçado um pouco para ser receptivo, pelo menos por educação. 

Minhas mãos suavam e tremiam sem  permissão. Apoiei meu quadril e mão no piano, queria um apoio para não cair por causa das minhas pernas que não me passavam segurança o bastante naquele momento.

Em confusão total, franzi as minhas sobrancelhas ao ver o modo que tocava. Liu tocava as notas com uma agressividade feroz, não parecia que era ele que estava tocando de tão violento seus dedos tocavam nas teclas, e aquilo me assustou.  

Eu tentei chamar a sua atenção algumas vezes, porém, ele relutava em me ouvir. O seu rosto não demonstrava  nada.  Eu pálida e tremendo, resolvi interromper a cena. Liu procurava alívio para não surtar? 

Eu estava tão apavorada que não percebi naquele momento. E sim, ele precisava desabafar ao seu modo, para não entrar em uma crise.  

De maneira nada sutil eu me enfiei entre ele e o piano.

— Para com isso.  —  minhas duas mãos estavam apoiadas em cima dos seus ombros. O som da minha voz saiu trêmula me denunciando. 

O silêncio que se fez na sala parecia que iria me engolir a qualquer momento.

— Por que você está sendo bruto com piano?  — Minha voz saiu baixa demonstrando a minha insegurança naquela situação. 

Mesmo ele não me encarando, eu prendi os meus olhos nele.

— Preferia que eu fosse com você?  — ele arqueou uma sobrancelha ao perguntar com tom de voz glacial.  

Liu realmente está bravo. 

Eu pisco mais de uma vez para ele, me sentindo um pouco magoada com a sua resposta.

— Não. É claro que não… desculpe por aquilo.  — tirei minha mão esquerda do seu ombro e apontei para a porta, o seu olhar acompanhou a direção que apontei e sua expressão agora parecia confusa.

— Pela surpresa inesperada lá na sala, Liu. Me desculpe. Eu até tentei cancelar, mas já era tarde.

— Por que você fez isso? Eu não entendo.  — Ele dá uma pausa antes de voltar a falar.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora