Por mil anos | Elijah Mikaelson

Capítulo XXI

Zafira fica cada vez mais assustada com o que a irmã diz.

— Então o certo seria ele se afastar de mim, não é? — Zafira indaga, mesmo que não quisesse expor aquele pensamento verbalmente. Não queria ficar longe do original.

— Sim, mas dificilmente isso vai acontecer. Apesar de não dever estar perto de você, ele não vai conseguir se afastar porque já criou uma conexão com você e você também não vai conseguir mandá-lo embora, já que o espírito presente no seu interior precisa da aproximação dele para ganhar mais energia. O problema é que quanto mais perto ele fica, mas fraco ele se tornará. Infelizmente os dois lados da nossa família se manifestaram em você, Zafira, tanto o lado da cura, quanto o maligno e a cada vez seus poderes irão se manifestar ainda mais, o que definitivamente não é algo bom.

Um silêncio cobre o recinto, até ser quebrado por Zafira, que pigarreia após tentar processar todas aquelas informações recebidas em sua mente.

— Eu vou lá fora tomar um ar. — Ela diz, chamando a atenção de sua irmã e de Elijah para si.

— Eu vou com você. — O original se habilita, já levantando-se de seu lugar, porém é logo parado por ela.

— Não, Elijah… se não se importa, preciso ficar um pouco sozinha. — Diz olhando em seus olhos e o vampiro assente, após uns segundos pensativo.

— Tudo bem, mas não se esqueça que estou aqui e principalmente estou do seu lado, vai ficar tudo bem. — Diz, segurando em suas mãos, lhe passando segurança e ela assente, agradecendo por tê-lo ao seu lado. Logo deixa a casa da irmã, caminhando até um ponto afastado daquele complexo e senta-se em uma enorme rocha, imersa em seus próprios pensamentos.

— Como se sente em relação a tudo isso que ouviu? — No interior da casa, Lisa indaga Elijah, que ainda mantinha seus olhos na direção da porta onde Zafira havia saído há poucos segundos.

— Eu não sei o que dizer… — ele diz meio perdido após um suspiro. — tínhamos o pressentimento que ela era um ser sobrenatural muito poderoso, mas não imaginávamos que chegaria a tanto. Por que só contou a ela agora? Por que esperou tanto tempo para dizer a ela algo tão sério? — Deseja saber.

— Não é como se fosse tão fácil assim, Elijah. — Ela demonstra seriedade em sua fala. Não aceitaria ser questionada por um vampiro que nem ao menos a conhecia.

— Que estranho, senhorita, porque para mim parece que era fácil sim. — A olha nos olhos de modo sério.

— Não, não era, e olha que eu nem ao menos contei tudo a ela. É só que… quando meus pais eram vivos eles não permitiam que eu dissesse algo a Zafira, até porque ela era muito nova para se preocupar com tudo isso, e sabíamos que essas ocorrências sobrenaturais só se manifestariam após ela completar a maioridade. Depois eu fui embora da comunidade e nunca mais a vi, até agora. — Explica. — Além do mais eu nem contei tudo ainda.

Ante sua fala, Elijah franze o cenho.

— O que está querendo dizer com isso?

— Me desculpa, mas não é algo que diz respeito a você, irei falar apenas para a minha irmã e apenas quando ela quiser saber toda história. — Diz rígida, não fazia questão alguma de demonstrar simpatia, fazendo o vampiro bufar em impaciência. Para ele estava mais do que claro que a mulher a sua frente já o detestava sem ao menos o conhecer e tudo isso por sua condição de vampiro. — Mas para não dizer que sou uma pessoa ruim eu sugiro uma coisa, Elijah, na verdade irá soar mais como um alerta: esqueça minha irmã, a deixe em paz. Não sei o que pretende com ela, mas vocês dois não têm futuro juntos, não diante da condição dela.