Capítulo 10 EP:11

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A Lisa sai rapidamente. O barulho de seus saltos martelam o chão e ressoa em todo aquele espaço silencioso. As faxineiras pararam de trabalhar e agora sou o centro das atenções...

(Jake):"Vamos senhoras, voltem ao trabalho. Não há nada para ser visto aqui."

As senhoras acenam com a cabeça, envergonhadas, e voltam ao trabalho.

(Jake):"Venha sentar-se."

O Jake me ajuda a sentar em uma cadeira, e eu me solto nela.

(Millie):"Jake... Obrigada."

Ele simplesmente me olha deixando claro que entendeu. De repente, *ele* chega. No mesmo tempo o meu corpo relaxa e uma emoção poderosa toma conta de mim, como se o único que poderia acalmar o meu tormento interior estivesse finalmente ali.

(Ryan):"Millie!"

(Millie):"Ryan!"

Eu me levanto e me jogo em seus braços. Pouco importa o que os espectadores em volta vão pensar! Na verdade, isso nem importa mais, nem para ele, nem para mim. Eu enfio meu rosto em seu pescoço e desabo em lágrimas. Seus braços seguros envolvem minhas costas e sua mão acaricia meus cabelos bagunçados.

(Ryan):"Está tudo bem... Está tudo bem... Estou aqui agora... Está tudo bem..."

Quando me recomponho, eu mergulho por um instante em seu profundo olhar acinzentado e me deixo hipnotizar pelo seu perfume envolvente e seu calor reconfortante. Eu me afasto um pouco dele e lanço um olhar para Jake.

(Millie):"O Jake... Evitou o pior."

Ele se coloca ao nosso lado profissionalmente. O Ryan olha para ele um instante. Eu não consigo entender o que há nessa troca silenciosa entre os dois homens. Há muita tensão no ar. A Lisa volta. Ela está com uma bandeja com xícaras de chá bem quentes. Ela congela quando o Ryan se vira em sua direção.

(Lisa):"É... Eu... Trouxe as bebidas quentes..."

Se a situação não fosse tão dramática, eu morreria de rir diante da reação de minha amiga. Eu vejo o efeito Carter funcionando até nela. Pode-se perguntar se acontece dele não desestabilizar uma mulher. Com certeza tem mulheres menos fracas que nós, que não de deixam enfeitiçar por uma presença carismática e olhos penetrantes.

(Ryan):"Obrigado senhorita."

Dessa vez ela ficou vermelha como um pimentão. O Ryan me diz para sentar e se agacha para ficar da minha altura. Ele acaricia minha mão carinhosamente.

(Ryan):"Vai ficar bem?"

(Millie):"Sim, eu acho..."

(Ryan):"Eu vou te acompanhar até sua casa, ok?"

A Lisa se aproxima devagar. Ela levanta seu indicador como faria uma boa aluna querendo a palavra na sala de aula.

(Lisa):"Eu... Eu posso levá-la."

O Ryan coloca seus olhos acinzentados novamente sobre ela. Eles são tão bondosos quanto determinados.

(Ryan):"Gentileza sua senhorita, mas pode ir para casa. Eu vou cuidar da senhorita Olsen."

O Jake convida a Lisa para se afastar e nos deixa a sós, eu e o Ryan.

(Ryan):"Meu deus, Millie... Eu sinto muito..."

(Millie):"Não é culpa sua."

(Ryan):"É claro que é! É minha culpa se você corre perigo."

(Millie):"Ryan, não devemos duvidar do Jake... Se ele não estivesse ali..."

Seu olhar fica mais sério e sombrio, depois volta a ficar mais doce.

(Ryan):"Não vamos falar disso agora. Eu quero te acompanhar para deixá-la no quentinho."

(Millie):"Eu não quero... Eu não quero ir em seu... Você sabe..."

(Ryan):"Sim..."

(Millie):"Eu prefiro ir para minha casa."

(Ryan):"É claro."

O Ryan coloca devagar seu terno em minhas costas molhadas e chama o elevador para o subsolo.

Eu vejo minha cara acabada no espelho. Meu rímel escorreu, meu cabelo não parece com nada e meus olhos estão inchados. Podemos dizer que atravessei o olho do furacão! O trajeto até minha casa é feito em um silêncio fúnebre. Eu fiquei enfiada no assento envolvente do Aston Martin.

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora