capítulo 7 (final)

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Ele sussurra isso balançando a cabeça em sinal negativo, olhar baixo e ombros mais baixos ainda.

(Millie):"É certeza. Mas você fez. Tinha que ter pensado antes. Não previu isso em seu joguinho sádico?"

(Ryan):"Porra, pare com isso!! Eu não estou jogando com você, pelo amor de Deus!"

(Millie):"Se você acha que brigando comigo vai arrumar as coisas, guarde isso para os empregados que você atormenta. Desculpe te dizer umas boas verdades na cara. Eu sei que você não está acostumado com isso!"

Eu estou com a sensação de ter soltado os cachorros! Toda a minha raiva sai como um furacão destruidor.

(Millie):"Eu acho que é melhor pararmos essa conversa por aqui. Eu poderia ir muito longe e não estou afim de me fazer mal. E... Você não vale a pena!"

Eu olho para ele uma última vez, como se esperasse que ele dissesse algo que mudasse tudo, que acabe com esse pesadelo. Mas não... O Ryan não vem. Só esse olhar de cão sem dono e esse silêncio moral, pesado, insuportável. Uma lágrima finalmente escorre pelo meu rosto. Ele tenta aproximar sua mão para secá-la, mas eu logo recuo. Eu respiro fundo e me afasto dele para ir ao elevador, a passos largos. Dessa vez ele não tenta me impedir...

Quando eu chego no térreo, eu não consigo segurar o nó imenso que forma em minha garganta. É um monte de emoções que me afundam e o choro é inevitável. Eu seguro minha cabeça com as mãos e fico repetindo em meus pensamentos como eu fui idiota, que idiota! Muito besta...! Eu estava completamente cega pelos meus desejos. Cega por esse homem magnífico. E eu que achava ser especial para ele! E eu que me abri para ele...!
De repente uma voz familiar me interrompe.

(???):"Millie...?"

(Jake?)

Quando levanto meu olhar enxarnado e sem dúvida, escurecidos pelo rímel escorrido, fico estática por um momento. O que ele faz aqui? Está sempre cuidando da segurança de seu chefe?

(Desculpe... Eu deveria dizer: de seu patrão canalha?)

Eu choro enquanto ele me olha com piedade.

(Jake):"O que..."

Eu nem o deixo terminar a frase e caio no choro de novo, me jogando sobre ele.

(Millie):"Você tinha razão Jake! Você tinha razão! Que idiota que eu fui!"

Eu enfio meu rosto em sua camisa, seguro firme seu terno. Ele não me fez nada, mas isso me alivia. Ele não diz nada. Só passa, silenciosamente, uma mão em minhas costas, e a outra acaricia com leveza os meus cabelos.

(Millie):"Eu... Eu..."

(Jake):"Se acalme... Respire..."

Eu não consigo respirar normalmente; os soluços que sacodem meu corpo, são muitos e bem violentos.

(Jake):"Se acalme tá bom...?"

Eu balanço a cabeça em negativo sem parar de puxá-lo para mim. O pobre Jake deve estar se perguntando o que ele pode fazer. Nós ficamos assim por um momento. Em silêncio.

(Jake):"Eu vou te acompanhar. Você não está em condições de voltar sozinha para casa."

Eu não consigo recusar, não tenho força. Na verdade não quero sair de seus braços, eles são tão seguros e afetuosos...
Quando o Jake desliga o motor em frente a minha casa, meu choro diminuiu, mas ainda restam soluços.

(Millie):"Venha tomar alguma coisa."

(Jake):"Tem certeza? Você precisa de repouso..."

(Millie):"Seu chefe pode até te tratar como um simples motorista, mas não é meu caso. Você não é meu funcionário."

Vendo a minha determinação, o Jake me confirma com um sinal com a cabeça e sai do carro. Eu respiro bem fundo. O ar da noite leva uma brisa fresca para meu coraçãozinho machucado.

(Millie):"É por aqui."

O Jake dá uma olhada na limousine e aciona o alarme para trancar as portas. Então ele caminha. Quando chegamos em meu apartamento, eu deixo minhas coisas sobre a mobília da entrada.

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora