capítulo 8 ep:5

752 47 4
                                    

Que coincidência abaladora! Eu me levanto e ando de um lado para outro. Pense Millie, pense... O Perséphone está claramente falando de minha relação com o Carter. De qualquer maneira, é a única referência! O xoxonho levanta sua carinha para ficar olhando meus gestos na sala. Quem poderia estar por trás desse pseudônimo?

Mark... Não, ele me parece totalmente à margem de tudo que acontece nos últimos tempos. Ocupado demais com seus problemas pessoais. Ele nem percebeu nada entre mim e o Ryan... E também, não consigo imaginá-lo em meu blog e postando pequenas frases assassinas anônimas. Ele tem outras coisas para fazer! Eu coloco minhas mãos na cintura e continuo pensando em uma lista de suspeitos em potencial.
Nancy, a antiga assistente? Será que ela se tornou uma pobre garota destruída pelo furacão Carter, e procura avisar as almas inocentes sobre as canalhices de seu antigo chefe?
Complicado demais...

Será que poderia ser o próprio Ryan...? Nesse caso, ele precisa urgentemente de um bom psicanalista! Ele é brincalhão, mas não perverso a esse ponto. Eu dou muita risada das minhas besteiras! Eu abro meu blog novamente e olho a mensagem de novo. Eu não sei o que fazer.
Talvez a melhor coisa a fazer seja dar uma boa ignorada, apagando seu comentário. Talvez que isso o faça reagir e acabará postando de novo, sob efeito da raiva. Talvez assim, cometerá um erro e será desmascarado! Ou talvez ele fique tão frustrado que virá aqui em casa me sufocar durante meu sono e degolar o xoxonho. Não encontrarão nada de nós. Só mesmo os rastros de luta...

(Caramba! Eu preciso parar com essa psicose!)

Tensa, eu acabo enviando uma mensagem para o Matt. Primeiro porque ele sempre consegue me deixar menos tensa com suas teorias malucas, e também porque vou precisar da ajuda do Colin.

Millie: o Perséphone escreveu de novo. Eu te disse que não era besteira!  Eu não sei o que fazer. Estou angustiada demais.

Meu telefone logo toca. É o Matt. Eu atendo, tensa.

Matt: Sim princesa. Que loucura é essa?

Millie: Eu sinto muito por te encher o saco a esta hora Matt... Mas ele me escreveu de novo! Parece que ele me espiona. Eu não sei o que fazer...

Matt: O que tem de louco por ...

Eu o escuto suspirar e dizer algo a alguém do lado. Eu ouço o barulho de uma chave que cai no chão e barulhos de motor.

Matt: Olhe, eu vou falar com o Colin amanhã. Apareça no 42 amanhã, perto das 10hs. OK?

Millie: Tudo bem.

Matt: Eu preciso desligar. Estou ajudando um camarada com sua moto. Nem fique pensando muito nisso. O Colin domina muito bem as tecnologias. Vamos encontrar esse Perséphone e vamos explicar como as coisas funcionam para ele. 

Eu sorrio. O Matt tem seu lado protetor.

Millie: OK... Até amanhã então.

Matt: Beleza! Beijos.

Millie: Beijos.

Quando eu desligo, eu me sinto melhor. Saber que o Matt e o Colin vão me ajudar, me fazem me sentir mais segura. Quem sabe? E se for algum maldoso? Eu precisarei muito de dois caras fortes para me protegerem! 
Eu saio do elevador e vou até o café. Infelizmente, eu cruzo com a última pessoa que eu gostaria de cruzar! A Cassidy está plantada em frente a máquina de café, concentrada em seu celular. Eu tento me desviar de seu olhar, mas é como se ela tivesse um radar. Ela poderia me enxergar a quilômetros de distância... Seu olhar de desdenho cruza com o meu, tenso. Essa mulher é uma verdadeira cobra. Mesmo em meus piores pesadelos, eu não me sinto tão assombrada!

(Cassidy):"Senhorita Olsen..."

(Tarde demais para recuar.)

(Millie):"Senhorita Sparke..."

Eu mantenho um ar leve diante de sua cara fechada, e me sirvo um café.
 
(Cassidy):"Você não tem máquina de café em seu andar?"

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora